sábado, 30 de junho de 2012

A fraternidade cristã

2012-06-30 L’Osservatore Romano
Com uma homilia tão bonita quão profunda - que vai muito além da eventualidade, mas naturalmente a ilumina – Bento XVI celebrou a festa dos apóstolos Pedro e Paulo. Circundado segundo o costume pelos arcebispos metropolitanos aos quais entregou o pálio (provenientes este ano de vinte e duas Nações dos cinco continentes) e na presença de uma delegação da Igreja irmã de Constantinopla, numa basílica na qual se elevaram os cânticos maravilhosos do coro anglicano da Westminster Abbey juntamente com os da Sistina.
Não podia haver uma imagem mais eloquente da dimensão católica e ecuménica (dois sinónimos, não só etimologicamente) da Igreja e da fraternidade cristã que ela expressa. Uma fraternidade – tema já apreciado pelo jovem Ratzinger – que o Papa apresentou desta vez falando dos dois padroeiros principais da cidade, os nova sidera celebrados na segunda metade do século IV por Dâmaso. Como explicou Bento XVI, os dois apóstolos substituem não só as figuras míticas de Romolo e Remo mas invertem a imagem trágica de Caim e Abel inaugurando «um novo modo de ser irmãos» tornado possível por Cristo.

Esta é a nova fraternidade cristã que Pedro e Paulo realizaram, inseparáveis «porque humanamente bastante diferentes um do outro e não obstante no seu relacionamento não tenham faltado conflitos», quis realçar o Papa em perfeita sintonia com os dados históricos da tradição cristã. Um profundo realismo teológico que Bento XVI aplicou logo a seguir à figura de Pedro, por graça de Deus pedra e rocha, isto é, «fundamento visível sobre o qual está construído todo o edifício espiritual da Igreja». Mas este mesmo discípulo «que, por dom de Deus, pode tornar-se rocha sólida, manifesta-se também – insistiu o Pontífice – por aquilo que é, na sua debilidade humana»: uma pedra angular à qual o Senhor pede para o seguir.

É esta a cena principal que antecipa e ilumina segundo Bento XVI o drama histórico do papado: fundamento da Igreja «graças à luz e à força que provêm do alto», luz e força que, sozinhas, podem transformar aquela «debilidade dos homens» presente ao longo dos séculos na própria Igreja. Mas estas debilidades e imperfeições que o Papa conhece e das quais se ocupa em primeira pessoa – não podem deixar de voltar à mente neste momento as palavras urgentes sobre a sujidade na Igreja pronunciadas pelo cardeal Ratzinger durante a Via Sacra que presidiu em nome de João Paulo II pouco antes de ser eleito seu sucessor – o olhar de Bento XVI está fixo na promessa de Cristo de que o mal não terá a última palavra.

Promessa contida naquele non praevalebunt que Jesus dirige não ocasionalmente ao próprio Pedro e que o Papa já detecta na narração da vocação do profeta Jeremias. Com palavras de esperança que tranquilizam o primeiro dos apóstolos em relação ao futuro da Igreja. Palavras que se prolongam por «todos os tempos».
g.m.v.

Fonte:  http://www.news.va/pt/news/a-fraternidade-crista

O drama e a força do papado




2012-06-30 L’Osservatore Romano


A solenidade dos santos Pedro e Paulo ofereceu a Bento XVI a ocasião para uma análise sobre a Igreja: «comunidade de imperfeitos», disse no seu estilo sincero de teólogo e pastor, aliás «comunidade de pecadores que se devem reconhecer carentes do amor de Deus» e «que necessitam de ser purificados através da cruz de Jesus Cristo». Comunidade, contudo,fundada sobre a mensagem evangélica, da qual extrai a segurança que o poder destrutivo do mal não prevalecerá sobre ela. Realçou, retornando a um conceito expresso com frequência, que é precisamente através das fragilidades humanas que Deus realiza prodígios, transformando-as em força da fé.


Referindo-se às leituras da missa celebrada na sexta-feira 29 de Junho, na basílica de são Pedro, em honra dos dois apóstolos, Bento XVI actualizou a exemplaridade de Pedro e Paulo, realçando a sua capacidade de dar vida a «um modo novo de ser irmão» não obstante o seu ser «humanamente muito diferentes um do outro» e apesar de «não tenham faltado conflitos».

Dirigindo-se aos quarenta e três arcebispos aos quais impôs o pálio durante a celebração, o Papa voltou a exortar todos os pastores da Igreja a ser «cooperadores da verdade» que é «única e sinfónica».

Não deixou de aprofundar a análise sobre o papel do Pontífice – no qual parece que se resumem todas as tensões que existem entre o dom que vem do Senhor e as capacidades humanas – evidenciando no episódio evangélico que narra o diálogo entre Jesus e Simão Pedro quando o Senhor prenuncia a sua paixão, morte e ressurreição. Bento XVI interpretou a cena descrita por Mateus como uma antecipação «do drama da história do próprio papado», caracterizado pela presença simultânea do dom divino e da fragilidade humana: por um lado «graças à luz e à força que lhe vêm do alto», é «o fundamento da Igreja»; por outro emerge precisamente aquela fragilidade humana que «só a abertura à acção de Deus pode transformar».

E é sobre isto que o Pontífice funda a sua certeza de que «as forças do mal não prevalecerão». Certeza reforçada também pelo poder que é dado à Igreja de perdoar os pecados, «uma graça – acrescentou – que tira as forças ao caos e ao mal».

Depois, referiu-se à unidade da Igreja realçada na saudação dirigida à delegação do Patriarcado ecuménico de Constantinopla e, sucessivamente, repetidas na reflexão proposta no Angelus com os fiéis presentes na praça de São Pedro.

Também na manhã de sábado 30 de Junho, ao saudar os arcebispos metropolitanos recebidos em audiência juntamente com os seus familiares, o Papa reafirmou a necessidade de realizar juntos a missão ao serviço da Igreja para tocar «o coração dos crentes». Eis aqui o convite para fazer com que a experiência de espiritualidade intensa e de unidade evangélica vividas neste dia «ressoe sobre a sociedade inteira, deixando vestígios de bem».

Fonte:  http://www.news.va/pt

Não nascemos cristãos, tornamo-nos cristãos pela graça de Deus!

A Voz do Pastor

07. OS LEIGOS DEVEM SER VALORIZADOS, formados, envolvidos nas decisões e na execução dos projetos de pastoral, daí a valorização dos Conselhos Paroquiais de Pastoral, dos Conselhos Administrativos e das Escolas de Teologia para Leigos, bem como da Escola de Ministérios. O catolicismo no Brasil está assentado sobre bases frágeis: desconhecimento da Palavra de Deus; pouca profundidade doutrinal; falta de opção pessoal; falta de referências religiosas dentro e fora da família e outras faltas que explicam o vai e vem de muitos batizados para outras igrejas e também o crescimento da indiferença religiosa que já assola imenso número de pessoas, inclusive batizadas. É necessária uma preparação aos sacramentos que responda existencial e espiritualmente às pessoas e isto exige dos agentes de pastoral, mas, sobretudo do clero uma cultura geral mais ampla e formação teológica mais profunda. Tanto o clero com os outros agentes de pastoral precisam buscar meios e formação permanente que lhes permitam dialogar e responder às problemáticas existenciais, culturais e sociais hodiernas. Daí a necessidade de Reuniões Gerais do Clero mais freqüentes e do envio dos coordenadores das pastorais paroquiais para a Escola de Ministérios.

Com as bênçãos e a estima de
+ Joaquim Justino Carreira
Bispo Diocesano

Fonte: http://diocesedeguarulhos.org.br/site/index.php/nao-nascemos-cristaos-tornamo-nos-cristaos-pela-graca-de-deus/

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Hoje é o Dia do Papa


Rezemos pelo Santo Padre neste dia a ele dedicado.

 Oremos pelo nosso Pontífice o Papa Bento XVI
℟. Que o Senhor o conserve, e lhe dê vida longa, e o faça santo na terra, e não o entregue à vontade de seus inimigos.

℣. Tu és Pedro,
℟. E sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.

Oremos.

Deus, pastor e guia de todos os fiéis, olhai cheio de bondade para o vosso servo, o Papa Bento, a quem quisestes colocar à frente da vossa Igreja como pastor. Concedei-lhe, Vos pedimos, a graça de fazer, por suas palavras e por seu exemplo, com que progridam na virtuda aqueles de quem é chefe, e chegue, com o rebanho que lhe foi confiado, à vida eterna.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

Pai Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.


Pedro e Paulo


Uberaba (RV) - Numa única festa celebramos a vida dos apóstolos Pedro e Paulo, porque os dois perseguiram um mesmo objetivo, o seguimento de Jesus Cristo, terminando no martírio. Pedro era muito ligado ao povo judeu, e Paulo, numa visão bem missionária, vai às demais nações de seu tempo. Além da força das suas palavras, eles foram verdadeiras testemunhas de fé e compromisso com Jesus Cristo.

Na convivência com o Mestre, esses dois apóstolos contribuíram na construção de uma consciência coletiva sobre a identidade da vivência cristã. Mas era preciso compreender quem era Jesus Cristo e qual o verdadeiro sentido de sua mensagem. Só a partir daí foi possível dar solidez ao projeto da construção do Reino.
Em Pedro e Paulo está assentada a Igreja, sendo eles as principais colunas de sua sustentação. É uma construção feita no meio das forças do antirreino, no mundo da maldade e de tudo que é desconstrução do bem e da vida das pessoas. É um processo que continua na história, enfrentando o mal da cultura moderna.
Ambos fizeram o caminho da libertação, tendo como fim, a condenação. Na dimensão do Reino de Deus, só consegue libertar quem é capaz de dar a vida por aquele que vive em situação de indignidade. Pedro morreu crucificado de cabeça para baixo, e Paulo, degolado, coincidente e curiosamente, em Roma, onde foram sepultados e tidos como marcos da Igreja.
Devemos entender que o martírio, por causa do Evangelho, é valorizado pela Igreja como autêntica oferta ou sacrifício. Fruto de um longo combate na fé e, ao mesmo tempo, confirma uma situação de vitória, por ser uma doação feita em nome de Deus. É consequência de um projeto assumido em vista do bem.
Não é fácil ter fidelidade em relação à vida, principalmente quando temos que enfrentar críticas e perseguições. Não conseguimos vencer por dizer muitas palavras, mas por ter uma vida marcada pelo testemunho de autenticidade na prática da fé e da vida cristã. O testemunho supõe determinação e coragem no que é assumido.

Dom Paulo Mendes PeixotoArcebispo de Uberaba.
Fonte : Rádio Vaticana

Não nascemos cristãos, tornamo-nos cristãos pela graça de Deus!

A Voz do Pastor

5. A PARÓQUIA, AS COMUNIDADES, OS GRUPOS E OS MOVIMENTOS devem tronar-se sinal de salvação para aqueles que participam na Comunidade Paroquial e também para os que ainda não fazem parte do Corpo de Cristo, a Igreja. Deus tem muitas formas de salvar as pessoas, porém, cabe à Igreja o dever e também o direito sagrado de evangelizar todos os homens, nos revela o Concílio Vaticano II (cfr. AG 7).

6. A PASTORAL URBANA nos impõe que a mobilidade é imensa e que as pessoas participam nos lugares onde sejam acolhidas, onde lhes seja oferecido conteúdo sério, onde haja organização e respeito, onde cada um exerça seu carisma com caridade buscando e promovendo a unidade.


Estejamos atentos como vivemos a nossa missão pastoral, pois podemos afastar para sempre as pessoas da Igreja e por nossa culpa. Ser discípulo missionário não é tarefa opcional, mas é parte integrante da identidade cristã (DAp 144) e da possibilidade das pessoas se encontrarem com Deus e serem membros vivos da Igreja.

A tarefa missionária diz respeito ao mundo (DAp 210), mas também se realiza no interior da Igreja (DAp 211), onde os leigos necessitam de maior autonomia e participação, pois são os sujeitos eclesiais competentes entre a Igreja e a sociedade (DAp 497a).


Com as bênçãos e a estima de

+ Joaquim Justino Carreira
Bispo Diocesano

São Pedro e São Paulo Apóstolos


Hoje a Igreja do mundo inteiro celebra a santidade de vida de São Pedro e São Paulo apóstolos. Estes santos são considerados "os cabeças dos apóstolos" por terem sido os principais líderes da Igreja Cristã Primitiva, tanto por sua fé e pregação, como pelo ardor e zelo missionários.

Pedro, que tinha como primeiro nome Simão, era natural de Betsaida, irmão do Apóstolo André. Pescador, foi chamado pelo próprio Jesus e, deixando tudo, seguiu ao Mestre, estando presente nos momentos mais importantes da vida do Senhor, que lhe deu o nome de Pedro. Em princípio, fraco na fé, chegou a negar Jesus durante o processo que culminaria em Sua morte por crucifixão. O próprio Senhor o confirmou na fé após Sua ressurreição (da qual o apóstolo foi testemunha), tornando-o intrépido pregador do Evangelho através da descida do Espírito Santo de Deus, no Dia de Pentecostes, o que o tornou líder da primeira comunidade. Pregou no Dia de Pentecostes e selou seu apostolado com o próprio sangue, pois foi martirizado em uma das perseguições aos cristãos, sendo crucificado de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se julgar digno de morrer como seu Senhor, Jesus Cristo.

Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações para que São Marcos escrevesse seu Evangelho.

Paulo, cujo nome antes da conversão era Saulo ou Saul, era natural de Tarso. Recebeu educação esmerada "aos pés de Gamaliel", um dos grandes mestres da Lei na época. Tornou-se fariseu zeloso, a ponto de perseguir e aprisionar os cristãos, sendo responsável pela morte de muitos deles.

Converteu-se à fé cristã no caminho de Damasco, quando o próprio Senhor Ressuscitado lhe apareceu e o chamou para o apostolado. Recebeu o batismo do Espírito Santo e preparou-se para o ministério. Tornou-se um grande missionário e doutrinador, fundando muitas comunidades. De perseguidor passou a perseguido, sofreu muito pela fé e foi coroado com o martírio, sofrendo morte por decapitação.

Escreveu treze Epístolas e ficou conhecido como o "Apóstolo dos gentios".


São Pedro e São Paulo, rogai por nós!

De Pedro para nós: a Solenidade deste dia 29



Venerados Cardeais,

 
Amados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,


Queridos irmãos e irmãs!


Reunimo-nos à volta do altar para celebrar solenemente os Apóstolos São Pedro e São Paulo, Padroeiros principais da Igreja de Roma. Temos connosco os Arcebispos Metropolitas nomeados durante os últimos doze meses, que acabaram de receber o pálio: a eles dirijo, de modo especial e afectuoso, a minha saudação.


E, enviada por Sua Santidade Bartolomeu I, está presente também uma eminente Delegação do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, que acolho com gratidão fraterna e cordial. Em espírito ecuménico, tenho o prazer de saudar, e agradecer pela sua participação, «The Choir of Westminster Abbey», que anima a Liturgia juntamente com a Capela Sistina. Saúdo também os Senhores Embaixadores e as Autoridades civis: a todos agradeço pela presença e a oração.


À frente da Basílica de São Pedro, como todos bem sabem, estão colocadas duas estátuas imponentes dos Apóstolos Pedro e Paulo, facilmente identificáveis pelas respectivas prerrogativas: as chaves na mão de Pedro e a espada na mão de Paulo.


Também na entrada principal da Basílica de São Paulo Extra-muros, estão conjuntamente representadas cenas da vida e do martírio destas duas colunas da Igreja. Desde sempre a tradição cristã tem considerado São Pedro e São Paulo inseparáveis: na verdade, juntos, representam todo o Evangelho de Cristo.


Mas, a sua ligação como irmãos na fé adquiriu um significado particular em Roma. De facto, a comunidade cristã desta Cidade viu neles uma espécie de antítese dos mitológicos Rómulo e Remo, o par de irmãos a quem se atribui a fundação de Roma. E poder-se-ia, continuando em tema de fraternidade, pensar ainda noutro paralelismo antitético formado com o primeiro par bíblico de irmãos: mas, enquanto nestes vemos o efeito do pecado pelo qual Caim mata Abel, Pedro e Paulo, apesar de ser humanamente bastante diferentes e não obstante os conflitos que não faltaram no seu mútuo relacionamento, realizaram um modo novo e autenticamente evangélico de ser irmãos, tornado possível precisamente pela graça do Evangelho de Cristo que neles operava.


Só o seguimento de Cristo conduz a uma nova fraternidade: esta é, para cada um de nós, a primeira e fundamental mensagem da Solenidade de hoje, cuja importância se reflecte também na busca da plena comunhão, à qual anelam o Patriarca Ecuménico e o Bispo de Roma, bem como todos os cristãos.


Na passagem do Evangelho de São Mateus que acabamos de ouvir, Pedro faz a sua confissão de fé em Jesus, reconhecendo-O como Messias e Filho de Deus; fá-lo também em nome dos outros apóstolos. Em resposta, o Senhor revela-lhe a missão que pretende confiar-lhe, ou seja, a de ser a «pedra», a «rocha», o fundamento visível sobre o qual está construído todo o edifício espiritual da Igreja (cf. Mt 16, 16-19). Mas, de que modo Pedro é a rocha? Como deve realizar esta prerrogativa, que naturalmente não recebeu para si mesmo?


A narração do evangelista Mateus começa por nos dizer que o reconhecimento da identidade de Jesus proferido por Simão, em nome dos Doze, não provém «da carne e do sangue», isto é, das suas capacidades humanas, mas de uma revelação especial de Deus Pai. Caso diverso se verifica logo a seguir, quando Jesus prediz a sua paixão, morte e ressurreição; então Simão Pedro reage precisamente com o impeto «da carne e do sangue»: «Começou a repreender o Senhor, dizendo: (...) Isso nunca Te há-de acontecer!» (16, 22).


Jesus, por sua vez, replicou-lhe: «Vai-te daqui, Satanás! Tu és para Mim uma ocasião de escândalo...» (16, 23). O discípulo que, por dom de Deus, pode tornar-se uma rocha firme, surge aqui como ele é na sua fraqueza humana: uma pedra na estrada, uma pedra onde se pode tropeçar (em grego, skandalon).


Por aqui, se vê claramente a tensão que existe entre o dom que provém do Senhor e as capacidades humanas; e aparece de alguma forma antecipado, nesta cena de Jesus com Simão Pedro, o drama da história do próprio Papado, caracterizada precisamente pela presença conjunta destes dois elementos: graças à luz e força que provêm do Alto, o Papado constitui o fundamento da Igreja peregrina no tempo, mas, ao longo dos séculos assoma também a fraqueza dos homens, que só a abertura à acção de Deus pode transformar.


E no Evangelho de hoje sobressai, forte e clara, a promessa de Jesus: «as portas do inferno», isto é, as forças do mal, «non praevalebunt», não conseguirão levar a melhor. Vem à mente a narração da vocação do profeta Jeremias, a quem o Senhor diz ao confiar-lhe a missão: «Eis que hoje te estabeleço como cidade fortificada, como coluna de ferro e muralha de bronze, diante de todo este país, dos reis de Judá e de seus chefes, dos sacerdotes e do povo da terra. Far-te-ão guerra, mas não hão-de vencer - non praevalebunt -, porque Eu estou contigo para te salvar» (Jr 1, 18-19).


Na realidade, a promessa que Jesus faz a Pedro é ainda maior do que as promessas feitas aos profetas antigos: de facto, estes encontravam-se ameaçados por inimigos somente humanos, enquanto Pedro terá de ser defendido das «portas do inferno», do poder destrutivo do mal. Jeremias recebe uma promessa que diz respeito à sua pessoa e ministério profético, enquanto Pedro recebe garantias relativamente ao futuro da Igreja, da nova comunidade fundada por Jesus Cristo e que se prolonga para além da existência pessoal do próprio Pedro, ou seja, por todos os tempos.


Detenhamo-nos agora no símbolo das chaves, de que nos fala o Evangelho. Ecoa nele o oráculo do profeta Isaías a Eliaquim, de quem se diz: «Porei sobre os seus ombros a chave do palácio de David; o que ele abrir, ninguém fechará; o que ele fechar, ninguém abrirá» (Is 22, 22). A chave representa a autoridade sobre a casa de David. Entretanto, no Evangelho, há outra palavra de Jesus, mas dirigida aos escribas e fariseus, censurando-os por terem fechado aos homens o Reino dos Céus (cf. Mt 23, 13).

Também este dito nos ajuda a compreender a promessa feita a Pedro: como fiel administrador da mensagem de Cristo, compete-lhe abrir a porta do Reino dos Céus e decidir se alguém será aí acolhido ou rejeitado (cf. Ap 3, 7). As duas imagens – a das chaves e a de ligar e desligar – possuem significado semelhante e reforçam-se mutuamente. A expressão «ligar e desligar» pertencia à linguagem rabínica, aplicando-se tanto no contexto das decisões doutrinais como no do poder disciplinar, ou seja, a faculdade de infligir ou levantar a excomunhão. O paralelismo «na terra (...) nos Céus» assegura que as decisões de Pedro, no exercício desta sua função eclesial, têm valor também diante de Deus.


No capítulo 18 do Evangelho de Mateus, consagrado à vida da comunidade eclesial, encontramos outro dito de Jesus dirigido aos discípulos: «Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no Céu» (Mt 18, 18). E na narração da aparição de Cristo ressuscitado aos Apóstolos na tarde da Páscoa, São João refere esta palavra do Senhor: «Recebei o Espírito Santo.


Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos» (Jo 20, 22-23). À luz destes paralelismos, é claro que a autoridade de «desligar e ligar» consiste no poder de perdoar os pecados. E esta graça, que despoja da sua energia as forças do caos e do mal, está no coração do mistério e do ministério da Igreja.


A Igreja não é uma comunidade de seres perfeitos, mas de pecadores que se devem reconhecer necessitados do amor de Deus, necessitados de ser purificados através da Cruz de Jesus Cristo. Os ditos de Jesus sobre a autoridade de Pedro e dos Apóstolos deixam transparecer precisamente que o poder de Deus é o amor: o amor que irradia a sua luz a partir do Calvário.


Assim podemos compreender também por que motivo, na narração evangélica, à confissão de fé de Pedro se segue imediatamente o primeiro anúncio da paixão: na verdade, foi com a sua própria morte que Jesus venceu as forças do inferno; com o seu sangue, Ele derramou sobre o mundo uma torrente imensa de misericórdia, que irriga, com as suas águas salutares, a humanidade inteira.


Queridos irmãos, como recordei no princípio, a iconografia tradicional apresenta São Paulo com a espada, e sabemos que esta representa o instrumento do seu martírio. Mas, repassando os escritos do Apóstolo dos Gentios, descobrimos que a imagem da espada se refere a toda a sua missão de evangelizador.


Por exemplo, quando já sentia aproximar-se a morte, escreve a Timóteo: «Combati o bom combate» (2 Tm 4, 7); aqui não se trata seguramente do combate de um comandante, mas daquele de um arauto da Palavra de Deus, fiel a Cristo e à sua Igreja, por quem se consumou totalmente. Por isso mesmo, o Senhor lhe deu a coroa de glória e colocou-o, juntamente com Pedro, como coluna no edifício espiritual da Igreja.


Amados Metropolitas, o pálio, que vos entreguei, recordar-vos-á sempre que estais constituídos no e para o grande mistério de comunhão que é a Igreja, edifício espiritual construído sobre Cristo como pedra angular e, na sua dimensão terrena e histórica, sobre a rocha de Pedro. Animados por esta certeza, sintamo-nos todos juntos colaboradores da verdade, que – como sabemos – é una e «sinfónica», exigindo de cada um de nós e das nossas comunidades o esforço contínuo de conversão ao único Senhor na graça de um único Espírito. Que nos guie e acompanhe sempre no caminho da fé e da caridade, a Santa Mãe de Deus. Rainha dos Apóstolos, rogai por nós!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Pe. Frizzo é eleito o novo coordenador da CF da Regional Sul 1


Em reunião extraordinária da equipe da Campanha da Fraternidade do Regional Sul 1, realizada na manhã desta quarta-feira, 20 de junho, o padre Antonio Carlos Frizzo foi apresentado como o novo coordenador da CF. A apresentação foi feita pelo bispo responsável da CF do estado de São Paulo, dom Fernando Legal.

Com a saída do padre Cícero Soares da Silva Neto, o coordenador vai dar continuidade aos trabalhos da CF no estado de São Paulo, somando esforços com o secretário executivo da CF, Antonio Evangelista.

Pe. Frizzo, 55 anos é do clero da Diocese de Guarulhos. Ele trabalhou no Regional Sul 1 da CNBB, em São Paulo, durante quatro anos (1992 – 1996), onde foi secretário executivo.

É professor, com doutorado em Teologia Bíblica, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – (PUC-Rio). Atualmente forma o corpo docente na Faculdade Dehoniana de Taubaté, SP e no Instituto de Teologia e Filosofia Santa Teresinha (Itefist) em São José dos Campos, SP.

O padre Frizzo dividirá a organização e planejamento da Campanha da Fraternidade do Regional Sul 1, com o bispo emérito de São Miguel Paulista e de referência da CF, dom Fernando Legal e com mais oito representantes das respectivas sub-regiões (Aparecida, Botucatu, Campinas, Ribeirão Preto I e II; São Paulo I e II e Sorocaba.

Desafios

Segundo o novo coordenador, os principais desafios, a partir de agora, são: dar continuidade ao trabalho que já vinha sendo feito, preparar o encontro regional de formação da CF, em outubro próximo e tornar o tema da CF-2013 “Fraternidade e Juventude” conhecido.

Fonte: CNBB Sul 1

O homem se realiza plenamente quando faz a vontade de Deus, afirma Bento XVI



VATICANO, 27 Jun. 12 / 03:24 pm (ACI/EWTN Noticias)

Na manhã de 27 de junho durante a habitual Audiência Geral das quartas-feiras na Praça de São Pedro, o Papa Bento XVI lamentou que algumas vezes o homem acredite ter o poder de Deus, mas recordou que a sua plena realização está em fazer a vontade do Pai servindo com caridade a outros.

O Santo Padre sublinhou que freqüentemente a lógica humana "A lógica humana, em vez, busca muitas vezes a autorrealização no poder, no domínio, nos meios potentes. O homem continua querendo construir com as próprias forças a torre de Babel para chegar à mesma altura de Deus, para ser como Deus. A Encarnação e a Cruz nos recordam que a plena realização está no conformar a própria vontade humana àquela do Pai, no esvaziar-se do próprio egoísmo para encher-se do amor e da caridade de Deus e, assim, tornar-se realmente capaz de amar os outros".

"Adão queria imitar a Deus, isto em si não é ruim, mas errou na ideia de Deus. Deus não é alguém que só quer grandeza. Deus é amor que se doa já na Trindade e depois na criação. E imitar a Deus quer dizer sair de si mesmo e doar-se no amor", adicionou.

Neste sentido, explicou que na oração, na relação com Deus, devemos abrir "a mente, o coração e a vontade à ação do Espírito Santo, para entrar nesta mesma dinâmica de vida".

"Nossa oração é feita, como vimos na quarta-feira passada, de silêncio e palavra, de canto e de gestos que envolvem a pessoa inteira: da boca à mente, do coração ao corpo inteiro. É uma característica que encontramos na oração hebraica, especialmente nos Salmos", disse o Santo Padre ao referir-se a "um dos cantos ou hinos mais antigos da tradição cristã, que São Paulo nos apresenta como aquele que é, de certo modo, o seu testamento espiritual: A Carta aos Filipenses".

Bento XVI recordou que São Paulo escreve esta carta enquanto está no cárcere condenado à morte, e "expressa sua alegria de ser discípulo de Cristo, de poder ir ao Seu encontro, até o ponto de ver a morte não como uma perda, mas como ganho".

São Paulo, através de sua carta convida à alegria, "uma característica fundamental –recordou-, de nosso ser cristãos e de nossa orar".

"São Paulo escreve: “alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos (Fl 4,4).
Mas como é possível se alegrar diante de uma condenação à morte então iminente? De onde, ou melhor, de quem São Paulo atrai a serenidade, a força e a coragem para ir ao encontro do martírio e do derramamento de sangue?”, questionou o Papa.

“Encontramos a resposta no centro da Carta aos Filipenses, naquilo que a tradição cristã denomina “carmen Christo”, o canto para Cristo, ou mais comumente chamado “hino cristológico”; um canto no qual toda a atenção está centrada sobre os “sentimentos” de Cristo Jesus".

Bento XVI disse que “estes sentimentos são apresentados nos versículos sucessivos: o amor, a generosidade, a humildade, a obediência a Deus, o dom de si. Trata-se não só e não simplesmente de seguir o exemplo de Jesus, como uma coisa moral, mas de envolver toda a existência no seu modo de pensar e agir".

Neste contexto, o Papa recordou aos fiéis que a oração " deve conduzir a um conhecimento e a uma união no amor sempre mais profundo com o Senhor, para poder pensar, agir e amar como Ele, Nele e por Ele".

"Exercer isso, aprender os sentimentos de Jesus, é o caminho da vida cristã", sublinhou.

Além disso, Bento XVI indicou que este canto condensa "todo o itinerário divino e humano do Filho de Deus e engloba toda a história humana: do ser na condição de Deus, à encarnação, à morte de cruz e à exaltação na glória do Pai está implícito também no comportamento de Adão, do homem no início.".

"Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, não vive o seu “ser como Deus” para triunfar ou para impor sua supremacia, não o considera um poder, um privilégio ou um tesouro invejável”.

“Na verdade, “despiu-se”, esvaziou-se de si assumindo, como diz o texto grego, a “morphe doulos”, a “forma de escravo”, a realidade humana marcada pelo sofrimento, pela pobreza, pela morte, assimilou-se plenamente aos homens, exceto no pecado, agindo assim como verdadeiro servo a serviço dos outros".

“Neste sentido, Eusébio de Cesaréia, no século IV, afirma: “Ele tomou sobre si as fadigas daqueles que sofrem. Fez suas as nossas doenças humanas. Sofreu e passou por tribulações por nossa causa: isso em conformidade com seu grande amor pela humanidade”.

“São Paulo -continua o Papa- segue traçando o quadro “histórico” no qual se realizou esta inclinação de Jesus: “humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte (Fl 2,8). O Filho de Deus se tornou verdadeiro homem e cumpriu um caminho na completa obediência e fidelidade à vontade do Pai até o sacrifício supremo da própria vida. Ainda mais, o Apóstolo especifica “até a morte, e uma morte de cruz””.

"Sobre a Cruz, Jesus Cristo chegou ao máximo grau da humilhação, porque a crucificação era a pena reservada aos escravos e não às pessoas livres", recordou.

"Na Cruz de Cristo, o homem é redimido e a experiência de Adão é remediada: Adão, criado a imagem e semelhança de Deus, afirma ser como Deus com suas próprias forças, coloca-se no lugar de Deus e assim perde sua dignidade original que lhe foi dada”.

“Jesus, em vez, estava “na condição de Deus”, mas inclinou-se, colocou-se na condição humana, na total fidelidade ao Pai, para redimir o Adão que está em nós e devolver ao homem a dignidade que havia perdido.", afirmou.

Deste modo, o Santo Padre reiterou seu chamado a imitar Jesus, que voltou "a dar à natureza humana através de sua humanidade e obediência, o que se perdeu pela desobediência de Adão".

“Como São Francisco diante do crucifixo, digamos também nós: Grande e magnífico Deus, iluminai o meu espírito e dissipai as trevas de minha alma; dai-me uma fé íntegra, uma esperança firme e uma caridade perfeita, para poder agir sempre segundo os vossos ensinamentos e de acordo com a vossa santíssima vontade. Amém!”, concluiu.

Não nascemos cristãos, tornamo-nos cristãos pela graça de Deus!

A Voz do Pastor


4. NOVO ZELO PARA ANUNCIAR O EVANGELHO deve nascer em nós todos os dias, nesta geração em que estamos vivendo, marcada por tantas coisas boas, mas também com catástrofes, terremotos, enchentes e outros acontecimentos que nos convidam a “acordar” e nos dizem, que “temos apenas, hoje e agora, para cumprir com alegria a nossa missão”! A Bíblia Sagrada, Os documentos do Magistério, O Catecismo Da Igreja Católica, os Documentos do Concílio Vaticano II e outros; dão-nos pistas fundamentais que não podemos ignorar e nem deixar de pôr em prática, pois nos possibilitam: o encontro pessoal com Cristo; a vivência da fé na família e em comunidade; o ser cristão missionário; o respeitar o itinerário próprio de cada um e possibilitam dar formação teológica, promover e respeitar todos os grupos de vivência cristã.

Com as bênçãos e a estima de
+ Joaquim Justino Carreira
Bispo Diocesano 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

JMJ RIO 2013 Precisa-se de Santos...

Não nascemos cristãos, tornamo-nos cristãos pela graça de Deus!

A Voz do Pastor

3. AVALIAÇÃO DA MISSÃO de nossa vida de pastores e de agentes de pastoral. Deus nos chamou a todos para a missão, que livremente aceitamos, em vista da Evangelização e do servir e organizar o Povo de Deus que nos é confiado, na Diocese de Guarulhos. Nossa missão se realiza através do anúncio da Palavra de Deus; da celebração da Fé dos Sacramentos; da organização da Comunidade Cristã e da criação das estruturas necessárias, adequadas e eficazes para que o Rebanho do Senhor seja santificado, ensinado, para ser feliz e solidário.

Com as bênçãos e a estima de
+ Joaquim Justino Carreira
Bispo Diocesano

Fonte: http://diocesedeguarulhos.org.br/site/index.php/nao-nascemos-cristaos-tornamo-nos-cristaos-pela-graca-de-deus/

terça-feira, 26 de junho de 2012

Vaticano: Jovens se sentirão atraídos ao sacerdócio vendo presbíteros coerentes


Ontem pela manhã foi apresentado na Santa Sé o documento "Orientações pastorais para a promoção das vocações ao ministério sacerdotal", que assinala que o testemunho coerente e feliz dos presbíteros é um dos requisitos necessários para que mais jovens se sintam atraídos à vocação sacerdotal.

Na apresentação participaram o Prefeito da Congregação para a Educação Católica, Cardeal Zenon Grocholewski, junto de Dom Jean-Louis Brugués e Dom Angelo Vincenzo Zani, secretário e subsecretário deste dicasterio respectivamente.

O Cardeal Grocholewski afirmou que "o cuidado das vocações ao sacerdócio, é um desafio permanente para a Igreja". Nesse sentido, o documento, que consta de três partes, examina a situação atual das vocações e a pastoral encarregada delas, analisa a identidade do ministério sacerdotal e propõe sugestões para a animação pastoral das vocações.

A primeira parte assinala que a diminuição demográfica e a crise da família, a difusão da mentalidade secularizada, assim como as difíceis condições de vida e do ministério do sacerdote, são razões que contrastam a pastoral vocacional, evidentes, sobre tudo nas Igrejas de antiga tradição cristã do Ocidente:

"Considerando estas dificuldades se enumeram as condições necessárias para que a graça do chamado encontre um terreno fértil na Igreja e na abertura dos jovens à vocação sacerdotal: encontrar um terreno fecundo de vida cristã na comunidade eclesiástica; a função insubstituível da oração; o valor da pastoral integrada; um novo impulso de evangelização e missão; o papel central da família; o testemunho coerente e feliz dos presbíteros; a eficácia educativa das experiências de voluntariado; o valor das escolas e universidades", assinalou o Cardeal.

Por sua parte, Dom Bruguès advertiu de "a tendência a uma transformação progressiva do sacerdócio em profissão ou ofício" que pode acompanhar a "periculosidade do ativismo exasperado; o crescente individualismo que, com não pouca frequencia, encerra o sacerdote em uma solidão negativa e deprimente; a confusão de funções na Igreja que se determina quando se perde o sentido da diferença de competências e de responsabilidades e não se conjuga os esforços para a colaboração na única missão confiada ao Povo de Deus".

Diante do quadro, o bispo recordou que a vocação ao sacerdócio se emoldura "no âmbito do diálogo de amor entre Deus e o ser humano", que embora igual ao da vocação à vida cristã, "assume os traços característicos da chamada a uma relação típica, estável e muito exigente com Jesus mesmo, modelo único do sacerdócio do Novo Testamento".

"Esta relação, nova e específica com Jesus, faz entrar em chamado em uma relação igualmente nova e específica com a comunidade cristã", afirmou.

O documento assinala que para uma adequada formação sacerdotal é necessária "uma prolongada experiência de vida comunitária para evitar novas formas de clericalismo, situações de centralizações pastorais inoportunas, serviços pastorais em part-time, escolhas ministeriais ajustadas às necessidades individuais, incapazes duma visão de conjunto e de unidade da comunidade.".

Do mesmo modo, o documento indica que "a integração e a maturação afetiva são uma meta necessária para saber acolher a graça do Sacramento”.

“Sem dúvida, a vida de cada sacerdote e de todo o presbitério diocesano, capaz de forjar a imagem ideal do sacerdote e as condições do seu ministério na vida ordinária também através da sua visibilidade, favorece o caminho de crescimento do chamamento à vocação presbiteral”, afirma o texto.

“Os exemplos de sacerdotes, venerados como santos, contribuem muito ao encorajamento e à generosidade dos “vocacionados””, recorda ainda a guia de orientações.

Ao final da apresentação, Dom Zani indicou que este documento reitera "que o campo fecundo da semente vocacional é uma comunidade cristã que escuta a Palavra, reza com a liturgia e testemunha a caridade".

O texto, indicou o prelado, "dirige a toda a Igreja um chamado a reatar com confiança seu compromisso educativo para a acolhida do chamado de Deus ao ministério sacerdotal, que ainda hoje devemos considerar difundido por sua Providência, e adequado às necessidades eclesiásticas e da evangelização do mundo".

Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=23806

Globalização da solidariedade


Em entrevista exclusiva ao jornal Testemunho de Fé, o arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Pedro Scherer, legado pontifício e chefe da delegação da Santa Sé na Conferência Rio+20, apresentou alguns dos principais posicionamentos defendidos pela Igreja Católica, para um verdadeiro desenvolvimento sustentável da humanidade, em que a vida humana tem primazia.
Testemunho de Fé – Quais foram os principais pontos defendidos pela Igreja na Rio+20?
Dom Odilo Pedro Scherer – Que a pessoa humana está no centro das preocupações ecológicas. Que não basta pensar num desenvolvimento sustentável, do ponto de vista ambiental, mas que é preciso, sobretudo, fazer um desenvolvimento em benefício do ser humano, do bem estar social. Portanto, uma primeira meta deveria ser a erradicação da pobreza, porque não se pode fazer verdadeiramente um discurso ecológico ambiental sem a proteção da vida humana. Proteger todas as formas de vida sem proteger antes de tudo a vida humana é um discurso contraditório. É errada a tendência de querer fazer uma redução da população mundial, através de programas radicais de controle de natalidade. É preciso fazer a multiplicação de bens para distribuir e globalizar a solidariedade.
TF – Por que a Santa Sé insistiu que o princípio de “defesa dos direitos reprodutivos da mulher”, que constava no documento da Rio+20, fere a dignidade da pessoa humana?
Dom Odilo – Não só a Santa Sé defendeu, porque só o voto da Santa Sé não faria tirar nem uma vírgula da declaração. Houve um grande consenso, de muitos países que apoiaram essa posição defendida pelo Vaticano. Porque atrás do conceito de direitos reprodutivos está embutido o conceito de direito ao aborto, como se o aborto fosse um direito natural, um direito da mulher de eliminar uma vida. Foi por isso que houve todo um esforço para que esta afirmação não fosse incluída na declaração final, porque ela é ambígua. Não se pode pretender fazer uma ecologia voltada só para a natureza, sem incluir também o ser humano. O bebê antes de nascer já é um ser humano existente. Como o Papa Bento XVI afirmou, e João Paulo II já tinha afirmado, é preciso pensar antes de tudo numa autêntica ecologia humana.
TF – O senhor acredita que os pobres estão verdadeiramente contemplados no documento final da conferência?
Dom Odilo – Esta é uma lacuna certamente da Rio+20, e que está sendo muito criticada. A conferência ousou pouco neste sentido e não conseguiu afirmar na prática uma política efetiva de ajuda aos países mais pobres para poderem preservar mais o meio ambiente e fazerem políticas econômicas boas e equilibradas em termos ambientais. Ficou faltando a criação de um fundo. Não se chegou a um consenso sobre isso porque havia forte resistência dos países que mais deveriam contribuir, e que são também aqueles que mais poluíram e mais poluem. É preciso ajudar a promover políticas econômicas ambientalmente sadias, a chamada economia “verde”.
TF – O que precisa mudar para se chegar à economia “verde”?
Dom Odilo – Na encíclica Caridade e Verdade (Caritas in Veritate), o Papa Bento XVI, afirma que é essencial fazer mudanças no estilo de vida, para que ele seja mais sóbrio e menos depredador do meio ambiente. Ele aponta o que deveria ser uma economia “verde”, ambientalmente correta e respeitosa. Não se trata de transformar a natureza ainda mais em mercadoria.
Só com a superação do atual sistema energético básico, que é o uso de combustíveis fósseis – petróleo e carvão – nós estaríamos fazendo uma limpeza na economia enorme, tornando-a sustentável. Mas, para não se usar mais petróleo ou carvão é preciso achar outras formas de energia, os técnicos devem trabalhar para a tecnologia avançar. É preciso também, e isso já foi dito muitas vezes, ceder tecnologia, não vender a altíssimo preço essas tecnologias que já existem, mas acabam não sendo empregadas por interesses de usar ainda o atual sistema energético, que é baseado nos combustíveis fósseis. A conta dos investimentos na economia “verde” não deve ser passada aos países pobres, aos países em desenvolvimento que, porém, não têm recursos, não têm possibilidade, por si só, de chegar a essas economias “verdes”.
TF – Como cada pessoa pode fazer a sua parte?
Dom Odilo  A sociedade de consumo do bem estar gera atitudes ambientalmente pouco saudáveis. A economia “verde” supõe diminuir o consumo desnecessário, levar um estilo de vida mais sóbrio, procurar colocar realmente o sentido da vida, o significado da felicidade, não apenas no consumo de bens, na busca de bens materiais, de acúmulo de riquezas e assim por diante, porque tudo isso finalmente leva a natureza a pagar um altíssimo preço.
É necessário mudar os modos de produção e o estilo de consumo que o sistema econômico atual está implementando, impondo como sendo praticamente ideal. Esse sistema de consumo não é sóbrio, mas depredador e desperdiçador. Ele pressiona sempre mais a busca por recursos naturais e, evidentemente, causa a degradação do meio ambiente.
TF – O que significa a posição do Vaticano como observador das Nações Unidas?
Dom Odilo – Na ONU, a Santa Sé está na qualidade de observador permanente, isso por escolha da própria Santa Sé, para ter maior autonomia e liberdade de sua presença e acompanhamento das questões das Nações Unidas. Na Rio+20, porém, o Vaticano não estava como observador, mas sim como estado-membro, porque o Vaticano é um país. Mas, ainda que fosse na qualidade de observador na ONU, teria a possibilidade e o direito de compartilhar convicções e posições com os países membros.

Movimento Brasil sem Aborto convoca para a 5ª Marcha Nacional da Cidadania pela Vida


 

O Movimento Brasil Sem Aborto conclama a população a unir-se à quinta edição da Marcha Nacional da Cidadania pela Vida pedindo pela defesa da vida humana no Brasil desde sua concepção. De maneira especial a marcha pedirá pela aprovação do estatuto do nascituro, um projeto de lei que tramita em Brasilia e visa defender a vida no ventre materno contra o aborto.

Segundo informa o Movimento Brasil Sem Aborto, é preciso intensificar os esforços pela aprovação do mencionado estatuto, que tramita em Brasilia como PL 478/2007, pois que tem por objetivo defender os direitos da criança por nascer à semelhança do estatuto da criança e do adolescente e o estatuto do idoso.

“Precisamos nos mobilizar exigindo dos representantes do povo que aprovem esta Lei tão importante para garantir os direitos do bebê em gestação, desde o primeiro instante de vida, ou seja, desde a concepção”.

A Marcha terá lugar na Esplanada dos Ministérios em Brasilia amanhã, 26 de junho, com concentração a partir das 15h30.

Mais informações: http://www.brasilsemaborto.com.br/?action=noticia&idn_noticia=202&cache=0.5128683651980912

A Voz do Pastor



Não nascemos cristãos, tornamo-nos cristãos pela graça de Deus!



A GRATIDÃO aos nossos pais, padrinhos, catequistas, formadores, professores, diretores espirituais e tantos irmãos e irmãs que ao longo de nossa existência nos acolheram, ampararam, ajudaram, nos introduziram na vida e na Igreja com seus trabalhos, seus bens, orações e testemunhos.

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que “O Batismo constitui o nascimento para a vida nova em Cristo, segundo a vontade de Deus, ele é necessário para a salvação, como a própria Igreja, na qual o Batismo nos introduz”. (CIC 985). “O fruto do Batismo ou graça batismal é uma realidade rica que comporta: remissão do pecado original e de todos os pecados pessoais; o nascimento para a vida nova, pelo qual o homem se trona filho adotivo do Pai, membro de Cristo, templo do Espírito Santo; incorporado à Igreja, Corpo de Cristo” (CIC 1279).



Com as bênçãos e a estima de

+ Joaquim Justino Carreira

Bispo Diocesano




Fonte: http://diocesedeguarulhos.org.br/site/index.php/nao-nascemos-cristaos-tornamo-nos-cristaos-pela-graca-de-deus/

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Em nota sobre a ética pública CNBB pede pelo fim da impunidade no Brasil


BRASILIA, 25 Jun. 12 / 09:16 am (ACI)

Segundo informou o portal oficial da conferência episcopal brasileira, a CNBB, os membros da Presidência da entidade apresentaram na manhã da última sexta-feira, 22 de junho, uma nota Oficial da Conferência a respeito da ética pública manifestando indignação e perplexidade da sociedade brasileira diante de fatos políticos e administrativos que contrariam a ética pública e o bem comum.

“A impunidade é um incentivo constante para novos crimes e novas violências”, lembram os bispos na sua nota lamentando recentes fatos do cenário político brasileiro.

“O senso de justiça, sempre presente na consciência da nação brasileira, é incompatível com as afrontas ao bem comum que logram escapar às penas previstas, contribuindo para generalizada sensação de que a justiça não é a mesma para todos”, recalcaram os prelados.

Abaixo publicamos na íntegra a nota dos bispos brasileiros sobre a ética pública:

Nota da CNBB sobre a ética pública

“Ai dos que fazem do direito uma amargura e a justiça jogam ao chão” (Am 5,7)

Fatos políticos e administrativos, que contrariam a ética pública e o bem comum, têm sido fartamente divulgados pela Imprensa, provocando uma reação de indignação e perplexidade na sociedade brasileira. Chega-se mesmo a colocar em xeque a credibilidade das instituições, que têm o dever constitucional de combater a corrupção e estancar a impunidade, que alimenta tal prática.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, solidária a este sentimento que inquieta a população, vem, através do Conselho Permanente reunido em Brasília de 20 a 22 de junho, manifestar, mais uma vez, sua grave preocupação com estas suspeitas de violação aos princípios da moralidade e da legalidade consubstanciados na Constituição Federal.

Já em 1993 a CNBB questionava: “Como não denunciar a grande criminalidade dos que desviam, em proveito pessoal, enormes somas dos órgãos públicos, provocando escândalo e revolta, muitas vezes impotentes, da parte dos humildes, a quem estavam destinados esses bens? Como não solicitar que os crimes mais graves sejam punidos e que a lei não seja severa apenas com os pequenos infratores, sem jamais atingir os poderosos e espertos? Como tolerar que a um grande número de denúncias comprovadas de corrupção e prejuízo dos cofres públicos não corresponda igual número de punições e ressarcimentos? A impunidade é um incentivo constante para novos crimes e novas violências” (CNBB, Ética, Pessoa e Sociedade, n. 143, 1993).

O senso de justiça, sempre presente na consciência da nação brasileira, é incompatível com as afrontas ao bem comum que logram escapar às penas previstas, contribuindo para a generalizada sensação de que a justiça não é a mesma para todos. Todo cidadão tem o direito à correta gestão de assuntos e serviços públicos, afastando-se a deletéria, porque corrupta, conduta dos governantes de tratar a coisa pública, o patrimônio e negócios públicos, como objetos pessoais postos a usufruto particular e partidário, e à satisfação de caprichos egoístas.

A sociedade brasileira espera e exige a investigação de toda suspeita de corrupção bem como a consequente punição dos culpados e o ressarcimento dos danos. O que temos assistido, no entanto, parece apontar em direção oposta quando muitos fatos, no passado e no presente, ficam sem solução e caem no esquecimento. Isso explica o crescente desencanto da sociedade com as instituições públicas. Os mecanismos que têm a responsabilidade de passar a limpo as corrompidas estruturas do país caem no descrédito e ficam desmoralizados se não cumprem o papel a que se destinam. Nenhum outro interesse pode subjugá-los senão o do resgate da ética no trato com a coisa pública.

Reafirme-se que a força dos três poderes da Repúbica está na sua harmonia, no pleno respeito à sua correspondente independência e autonomia. Os que respondem diretamente por seu funcionamento, no entanto, nunca se esqueçam de que o poder que exercem provém da sociedade. Da mesma forma, o agente político se recorde de que é seu dever ultrapassar as fronteiras político-partidárias, as condicionantes de oposição-situação, para colocar-se a serviço do Estado e da sociedade, sem confundir jamais o público com o privado, o que constituiria grave ofensa à legislação e desrespeito à sociedade.

No compromisso de construir uma sociedade justa e solidária, inspire a todos a palavra de Jesus Cristo: “Seja o vosso sim, sim, e o vosso não, não. O que passa disso vem do Maligno” (Mt 5,37).

Que Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, abençoe nosso povo e anime sua esperança!

Brasília, 22 de junho de 2012

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís do Maranhão
Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

Álcool na juventude - Destrave



Ele está presente no Carnaval, nas festas de fim de ano, nas confraternizações, na balada, na família... Seu melhor amigo? Não, talvez o seu pior inimigo. Estamos falando do álcool, uma droga lícita que enquadra os jovens no rol das suas principais vítimas. Segundo a OMS, 320 mil jovens morrem todos os anos por causa do álcool. O que nós devemos fazer?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o álcool mata 320 mil jovens todos os anos e está entre as principais causas de adoecimento e morte no Brasil, segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Mais de 60 tipos de doenças estão ligadas ao consumo de bebidas alcoólicas; além disso, a maioria dos jovens que iniciam sua vida nas drogas mais pesadas testemunham que o álcool foi a porta de entrada para elas.

“O camarada diz: ‘Ah, eu só bebo no final de semana’. No entanto, se ele ultrapassa os limites do seu organismo, também vai enfrentar sérios problemas de saúde”, diz o psiquiatra Nilson Lyrio.

Muitos jovens não sabem, mas o simples fato de ultrapassarem os 30 gramas de álcool no sangue (o equivalente a três copos de chope), já causa danos a vários órgãos, como fígado, pâncreas, estômago, coração e cérebro. “O álcool gera o aldeído acético que é um veneno. Ele mata as células do fígado e mata neurônios”, alerta doutor Nilton.

Além das doenças, as bebidas alcoólicas também fazem vítimas na combinação “bebida x direção”. Estima-se que 75% das causas de mortes no trânsito estejam – de forma direta ou indireta – ligadas ao consumo delas [bebidas alcoólicas] . “As pessoas que bebem perdem, em grande parte, a sua capacidade reflexiva, alterando o equilíbrio e seu senso espacial”, explica a psicóloga Elaine Ribeiro.

PORQUE EU BEBO?

A pergunta é: por que os jovens estão bebendo cada vez mais cedo e em maior quantidade? O que está por trás do consumo abusivo entre este grupo?

“Muitas vezes, o jovem busca a solução para seus problemas no álcool, numa tentativa de fugir do meio em que se encontra”, conta o psicólogo Marcos Ariel. De acordo com o profissional, é normal a transgressão de algumas regras e limites nessa etapa, mas o consumo abusivo pode estar escondendo a fuga de alguma situação problemática ou conflito interior. É nesta hora que o álcool surge como um “anestésico”.

“O uso abusivo do álcool pode estar escondendo alguma situação problemática ou conflito interior”.

Para a psicóloga Elaine, o adolescente também tem a necessidade de fazer parte de um grupo e de ser aceito socialmente por ele, porque busca uma identidade; assim o álcool surge como uma forma de socialização. Mas a especialista alerta: “muitos jovens pensam que a bebida vai deixá-los mais livres, mais alegres, no entanto, o álcool é um inibidor do sistema nervoso central. Então, depois daquele momento de euforia vem a depressão”.

No ano de 2011, a mundo assistiu ao fim trágico de uma das mais talentosas cantoras da atualidade, a britânica Amy Winehouse. Segundo o laudo a jovem morreu por causa do abuso do álcool e drogas. “Por mais talentosa que esta cantora tenha sido, o que fica é o ‘como’ ela terminou. Querendo ou não estes artistas também são referência para os jovens e, neste caso, uma referência negativa”, destaca a psicóloga Elaine.


O QUE ESTÁ POR TRÁS DO CONSUMO DE ÁLCOOL PELOS JOVEM?

Quando o vício bate à porta

Segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 78% dos jovens brasileiros bebem regularmente e, deste número, 19% são considerados dependentes do álcool. “A pessoa que bebe deve procurar saber se, na sua família, há histórico de alcoolismo, porque ela pode trazer o gene da dependência, que vai predispô-la a ser uma adicta em potencial”, orienta o psiquiatra, doutor Nilton Lyrio.

Segundo o psiquiatra, além da questão genética que pode causar dependência, o consumo exagerado e frequente pode viciar a pessoa no álcool. “No fim de semana, o cara diz que ‘bebe todas’. Ele começa assim, bebendo ‘todas’ no fim de semana, mas, depois, passa a beber muito também durante a semana. Quando vê, já está buscando a bebida de forma compulsiva. Podemos dizer que este cidadão já está dependente”.

A religião como fator preventivo

A religiosidade vem ganhando destaque quando se trata da prevenção e da recuperação de jovens adictos de drogas lícitas e ilícitas. Dados publicados pelas PubMed e Scielo (Revistas de Medicina da Saúde dos Estados Unidos da América), revelam que pessoas que seguem uma religião ou dão importância à espiritualidade apresentam baixos índices de consumo de drogas como o álcool. Outro dado é que adictos que se tratam em comunidades terapêuticas de cunho religioso apresentam uma recuperação mais satisfatória do que aqueles tratados em clínicas médicas convencionais.

“Às vezes, pensamos que o recuperando não tem jeito, mas é neste momento que Deus age e muda a vida dessa pessoa”, ressalta Márcia Hoenhe, da Pastoral da Sobriedade da Diocese de Lorena (SP). Para Márcia, que trabalha na Casa Ágape (uma comunidade terapêutica), é notável a recuperação da pessoa que crê em Deus e participa das atividades de espiritualidade da casa de recuperação, diferentemente daquelas que não acreditam e não participam.

“Eu tenho 32 anos de idade e metade da minha vida eu passei nas drogas. Elas só me deram euforia e eu não sabia o que era felicidade verdadeira, mas coloquei Deus na minha vida e Ele está me abençoando”, testemunha Douglas, que se recupera do vício na casa Ágape.


Fonte: http://destrave.cancaonova.com/alcool-na-juventude/

Nós somos a Igreja Católica

Não nascemos cristãos, tornamo-nos cristãos pela graça de Deus!


A voz do Pastor

1.Todo ser humanos é fruto de um ato de amor, único e exclusivo, de Deus, que nos criou para sermos felizes fazendo os outros felizes. “Aquele que tem o dom da profecia, que o exerça segundo a porção da nossa fé; aquele que tem o dom do serviço servindo; quem o dom do ensino, ensinando; quem o da exortação, exortando. Aquele que distribui seus bens, que o faça com simplicidade; aquele que preside, com diligência; aquele que exerce misericórdia, com ALEGRIA”. (Rm 12,6-8). Esta verdade deve suscitar em nós: gratidão, avaliação da missão e novo zelo para anunciar o Evangelho.


Com as bênçãos e a estima de
+ Joaquim Justino Carreira
Bispo Diocesano

domingo, 24 de junho de 2012

"COMO PROFETA QUE TERMINA O ANTIGO TESTAMENTO E COMEÇA O NOVO"

 
Angelus do Papa na Solenidade do Nascimento de São João Batista

CIDADE DO VATICANO, domingo, 24 de junho de 2012 (ZENIT.org) - Publicamos a seguir as palavras pronunciadas durante a oração do Ângelus, pelo Papa Bento XVI aos fiéis e peregrinos reunidos na praça de São Pedro.

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Queridos irmãos e irmãs!

Hoje, 24 de junho, celebramos a Solenidade do Nascimento de São João Batista. Com exceção da Virgem Maria, o Batista é o único santo que a liturgia celebra o nascimento, e fá-lo porque está intimamente ligado ao mistério da Encarnação do Filho de Deus. Desde o ventre materno, de fato, João é precursor de Jesus: a sua concepção milagrosa é anunciada a Maria pelo Anjo como sinal de que "nada é impossível para Deus" (Lc 1,37), seis meses antes do grande milagre que nos dá a salvação, a união de Deus com o homem por obra do Espírito Santo. Os quatro Evangelhos dão muita importância à figura de João o Batista, como profeta que conclui o Antigo Testamento e inaugura o Novo, indicando em Jesus de Nazaré o Messias, o Consagrado do Senhor. De fato, o mesmo Jesus falará de João neste termos: "Este é aquele de quem está escrito: Eis que envio o meu mensageiro diante de ti, / na sua frente ele vai preparar o caminho. Em verdade eu vos digo que, entre os nascidos de mulher, não há ninguém maior que João o Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele" (Mt 11,10-11).

O pai de João, Zacarias – marido de Isabel, parente de Maria –, era sacerdote do culto do Antigo Testamento. Ele não acreditou rapidamente no anúncio de uma paternidade já inesperada, e por isso ficou mudo até o dia da circuncisão da criança, que ele e a esposa deram o nome indicado por Deus, ou seja João, que significa "O Senhor agracia" . Animado pelo Espírito Santo, Zacarias falou assim da missão do filho: "E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo / porque irá diante do Senhor para preparar-lhe o caminho, / para dar ao seu povo o conhecimento da salvação / no perdão dos seus pecados" (Lc 1,76-77). Tudo isso aconteceu trinta anos depois, quando João começou a batizar no rio Jordão, chamando o povo para se preparar, com aquele gesto de penitência, para a iminente vinda do Messias, que Deus tinha revelado durante a sua estada no deserto da Judéia. Por isso ele foi chamado "Batista", ou seja, "Batizador" (cf. Mt 3, 1-6). Quando um dia, de Nazaré, o próprio Jesus veio para ser batizado, João recusou-se a princípio, mas depois consentiu, e viu o Espírito Santo repousar sobre Jesus e ouviu a voz do Pai Celestial que o proclamava seu Filho (cf. Mt 3, 13-17 ). Mas a missão do Batista ainda naõ estava completa: pouco tempo depois, lhe foi pedido preceder a Jesus também na morte violenta: João foi decapitado na prisão do rei Herodes, e assim deu testemunho em plenitude do Cordeiro de Deus, que antes do que qualquer outro tinha reconhecido e indicado publicamente.

Queridos amigos, a Virgem Maria ajudou a idosa parente Isabel a levar adiante a gravidez de João. Que ela ajude a todos a seguirem Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, que o Batista anunciou com grande humildade e ardor profético.

[Depois do Angelus]


Queridos irmãos e irmãs,

Hoje na Itália é a Jornada pela caridade do Papa. Agredeço todas as comunidades paroquiais, as famílias e os fiéis em particular pelo seu apoio constante e generoso, que beneficia muitos irmãos em dificuldade. A este propósito, lembro que depois de amanhã, se Deus quiser, farei uma breve visita nas áreas atingidas pelo recente terremoto no norte da Itália. Gostaria que fosse sinal da solidariedade de toda a Igreja, e por isso convido todos vocês a me acompanharem na oração.

Tradução TS

Quer sair da Rotina?




JMJ 2013, Te esperamos lá!
"Ide e fazei discípulos de todos os povos !" Mt 28,19

Cresce o número de sacerdotes no mundo


Em dez anos, de 2000 a 2010, o número dos sacerdotes diocesanos e religiosos no mundo aumentou: passou de 405 mil para 413 mil, informou monsenhor Vittorio Formenti, diretor do Setor Estatístico do Vaticano, neste fim de semana (16 e 17), durante o encontro italiano do Serra Internacional (associação de leigos que apoia as vocações sacerdotais), na cidade de Bari, no sudeste da Itália.

Além deles, em toda a Igreja há mais de 35 mil diáconos permanentes, em sua grande maioria nos EUA, Canadá e América Latina. Com relação ao número dos sacerdotes que deixaram o ministério, este diminuiu para menos de 1000, enquanto 460 foram os sacerdotes que no ano passado pediram para serem reintegrados ao ministério. Mons. Formenti sublinhou que estes números deixam claro um lento, mas constante crescimento.

Fonte: CNBB

sábado, 23 de junho de 2012

ENCONTRO DE JOVENS COM CRISTO

                                                                                                                                                                   

O ENCONTRO DE JOVENS COM CRISTO é um Movimento da Igreja Católica Apostólica Romana, que tem por finalidade principal evangelizar, é jovem evangelizando jovem. Procura dar ao jovem, os princípios básicos do cristianismo, criando-lhe um sentimento religioso e fraterno, procurando melhorar o seu relacionamento com a sociedade e principalmente com a família.
O Encontro de Jovens – acontece em um final de semana, sendo sexta-feira à noite para organização do local e outros detalhes, no sábado e domingo o dia todo acontece o evento onde encontristas, mas também encontreiros, são despertados para a caminhada cristã, buscando um maior discernimento a respeito da família, da Igreja, das amizades verdadeiras e da fraternidade com os demais.
O nosso encontro acontecerá no proximo dia 30 de junho e 1 de julho na Capela São Francisco Xavier. O interessados devem procurar a Secretaria paroquial ou os representantes do EJC nos finais das Missas para pegarem a ficha de inscrição.
Este encontro contará com a participação de jovens da comunidade e convidados, observando algumas regras e normas:

Idade mínima/máxima para o jovem: 16/26 anos completos até a data do encontro.

Comissão para Juventude apresenta Semana Missionária


 

Os bispos que participam do Conselho Permanente da CNBB acompanharam durante a tarde desta quinta-feira, 21 de junho, a apresentação sobre os preparativos para a Semana Missionária, que antecede a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro em 2013.

De acordo com o assessor da Comissão para a Juventude, padre Carlos Sávio Ribeiro, serão elaborados subsídios para a preparação dos jovens e adultos participantes, além de um manual de instruções para o projeto do evento em cada diocese. Este último material será destinado a bispos e líderes diocesanos de juventude.

O assessor revelou que, até o momento, foram disponibilizadas 358.170 vagas para os missionários estrangeiros nas dioceses brasileiras, especialmente na região sudeste. Comunicou também que tais missionários já terão as despesas de viagens pagas por seus países de origem.

Adiantou também que a programação da Semana Missionária, marcada para 16 a 20 de julho de 2013, prevê momentos de formação, oração, cultura e ação missionária. A proposta é de que o encerramento, com missa de envio para a JMJ, seja realizada em um santuário diocesano.

PESSOA E ECONOMIA VERDE

Reflexões sobre a Rio+20

*Dom Walmor Oliveira de Azevedo

BELO HORIZONTE, sexta-feira, 22 de junho de 2012 (ZENIT.org) - É uma convicção incontestável a importância de cuidar do verde e de se investir em ideias que gerem valor. Mais importante ainda é situar bem no centro dessas ideias a pessoa humana. Sem essa centralidade há sempre o risco de se obter avanços pouco significativos. Também será mais difícil atingir metas ousadas no contexto das urgências sociais e políticas desse tempo.

Ora, os graves problemas ecológicos exigem uma mudança efetiva de mentalidade levando as pessoas a adotarem novos estilos de vida. Se não houver uma evolução nesse caminho, não se avançará a passos largos em nenhuma das direções apontadas por ideias inteligentes. Só a pessoa detém a propriedade de buscar o verdadeiro, o belo e o bom, com a capacidade de gerar comunhão com o outro, influenciando, consequente e determinantemente, sobre as opções de consumo, poupança e investimentos.

Fica claro que se a economia verde se pautar simplesmente na lógica do lucro não será possível alcançar os resultados que a realidade contemporânea está urgindo. O comportamento de cada pessoa é determinante para desacelerar o processo de esgotamento dos recursos naturais, exigindo da sociedade contemporânea a revisão de conceitos sobre produção e consumo.

É óbvia a importância da tecnologia e da inovação. Tem o seu lugar próprio o lucro. Contudo, não pode ser a força que preside todos os processos sob pena de impedir aberturas e compreensões que permitam situar e respeitar a centralidade da pessoa. É indispensável alavancar a ciência da sustentabilidade com uma antropologia assentada em princípios e valores consistentes para evitar decepções nas expectativas e nos compromissos de governos, empresas e todos os segmentos que são decisivos nos rumos da sociedade.

A rentabilidade, capítulo dessa questão, o respeito às leis e o arcabouço complexo dos engenhos técnicos e estratégicos devem ter como raiz e horizonte uma antropologia que considera a pessoa como referência central. É preciso evitar relativizações perigosas e altamente prejudiciais à vida, que deve ser respeitada em todas as suas etapas, da fecundação ao declínio com a morte natural.

É necessária uma antropologia que impulsione o desabrochamento de uma autêntica espiritualidade. Nesse sentido, é importante compreender, admitir e viver a vida como dom, relacionando-se com a natureza, bem da criação para todos, segundo lógicas permeadas pelo sentido de gratuidade. A natureza deve ser tratada como poderoso recurso social que pode alavancar, equilibradamente, um desenvolvimento humano integral.

É interpelador saber que a atividade econômica não resolverá todos os problemas sociais. A lógica mercantil não é suficientemente forte para isso. O agir mercantil não pode seguir, neste caso, um caminho distante que desconhece a força do agir político. A centralidade de cada pessoa evoca uma cidadania capaz de produzir energias morais indispensáveis para se garantir a busca da sustentabilidade na justiça.

Este é o olhar para a hermenêutica do documento final da Conferência Rio+20 e dos clamores da Cúpula dos Povos. Um olhar emoldurado por uma adequada antropologia para o caminho proposto. Com a autoridade e configuração, por exemplo, da antropologia cristã, fica enfraquecido o volume significativo das presenças, nações e dirigentes, passíveis de desculpas. Todos devem assumir as metas necessárias e mais corajosas. Assim, com o passar do tempo, a Rio+20 poderá ser considerada o grande evento mundial.

A economia verde, concebida à luz da centralidade de cada pessoa, deve ser agora uma grande força de princípios no enfrentamento da crise vivida pela civilização atual. Adverte bem o Santo Padre Bento XVI, na Encíclica Caritas in Veritate, quando diz que é urgente repensar nossa relação com a natureza, dada por Deus como ambiente de vida. Desejamos o exercício de um governo responsável para guardar a natureza, fazê-la frutificar e cultivá-la, com formas novas e tecnologias avançadas.

*Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte
Fonte:  http://www.zenit.org/article-30656?l=portuguese

A Humildade que desce rumo às alturas do Amor!

No processo do Cristianismo amar é dispor de si para o outro, é um exercício que está atrelado à imitação de Cristo, isto é, em nos assemelharmos à toda sua capacidade de amar sem reservas. Esta imitação, nem sempre é fácil, e só se torna possível à medida que caminhamos sinalizados pela a humildade.
 
Para nos fazer entender esse caminho, tomo emprestado o olhar de um grande santo e doutor da Igreja, São Gregório, que sabiamente nos dizia que a “humildade é uma descida rumo às alturas do Amor.” De fato, é através do movimento destas duas virtudes que o Verbo se revela e visita nossa humanidade, tornando-nos capazes de amar. Capacidade singular que impulsiona o homem o tempo todo a contemplar o horizonte da alteridade no rosto e no coração do seu próximo.


Daqui a alguns dias viveremos a mística do Tríduo Pascal, e ali contemplaremos de perto o ápice da humildade de Jesus no alto do Calvário, Ele que “sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fl 2, 8).
 
Antes de segui-Lo por esse caminho redentor, receberemos d’Ele mais uma vez o fascinante chamado: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” – (Jo 13, 34) – este é o caminho sugerido a nós por Jesus ao término do lava- pés. “Dei-vos o exemplo, para que como eu vos fiz, também vos o façais”. (ibid., 15). “Agir do mesmo jeito”, eis o nosso chamado. Baseando-se não na força de uma ordem, mas em virtude da natureza e impulso do Amor para o qual fomos gerados.
 
É interessante perceber a riqueza de significados revelada minutos antes de deixar o mandamento do Amor, quando Jesus se inclina aos pés dos seus amigos para lhes lavar os pés. Dentre tantos significados traduzidos naquele cenário, o nosso olhar se prende à sua humildade. Todavia, não no aspecto do serviço, o que seria pertinente refletirmos, mas, a humildade como sinal redentor do seu Amor.
 
Ao inclinar-se para lhes deixar limpos de toda a sujeira, o Bom mestre dirige-se ao “húmus”, à terra que se achava nos pés daqueles a quem tanto amava. Os latinos chamam esse gesto de “humilitas”, isto é, humildade. Com efeito, a expressão “humilde” tem sua raiz no vocábulo latino – “húmiles”- e a imagem de um servo inclinado à terra (húmus), amplia o seu significado. Ali com a humildade que lhe é própria, Cristo ao descer não alcança tão somente os pés daqueles homens, mas também os seus corações, elevando-os ao Seu Amor até o fim!
 
Queridos irmãos, o exercício do Cristianismo é isso. É um cenário no qual somos chamados o tempo inteiro a protagonizar em nossas relações uma “disposição ao outro”, por meio da humildade e do Amor. Penso que dessa forma a gente amplia o horizonte de sentido de nossos amores, amizades e encontros... De igual maneira também o horizonte de significado da nossa, vocação, missão e Igreja. Parece trocadilho, mas deste modo, acabamos realmente “descendo às alturas” do coração do outro, tocando aquilo que ele tem de mais belo e encantador: a capacidade de amar e ser amado.
Seu irmão
Jerônimo Lauricio