domingo, 28 de dezembro de 2014

SAGRADA FAMÍLIA



“Vieram apressados os pastores, encontraram Maria com José, e o Menino deitado no presépio” (Lc 2,16). 

Como os pastores, é assim que também nós encontramos o Menino nascido para nós, o filho que nos foi dado: deitadinho no presépio, com Maria e José. Neste Domingo dentro da Oitava do Santo Natal, a Igreja contempla o mistério da Sagrada Família de Nazaré. Mistério, sim! Vejamos senão: o Filho eterno, ao assumir nossa condição humana, encarnou-se e nasceu, viveu e cresceu no seio de uma família humana. Para a fé cristã, este fato reveste-se de uma significação enorme: ao assumir a família, ao entrar nela e nela humanizar-se, aprendendo a ser gente, o nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo, santificou a família humana. Já no princípio, quando Deus, na sua sabedoria infinita, viu não ser bom que o homem estivesse só e deu-lhe a mulher por companheira, determinando que os dois fossem uma só carne, desde então, a família é sagrada. Isso mesmo: Deus pensou no ser humano nascendo e sendo formado no seio de uma família. E compreendamos bem família: um homem e uma mulher gerando e educando filhos no amor! Uma família, do ponto de vista de Deus, é isso; nem mais nem menos! Pois bem: a família, sonhada e instituída por Deus, foi definitivamente abençoada e levada à plena sacralidade pelo Filho eterno quando, fazendo-se homem, santificou e consagrou a vida familiar. 

Eis por que, para os cristãos, a família é sagrada: nasce do sacramento do Matrimônio, no qual o marido e a esposa recebem a graça de viverem como sinal da aliança de amor entre o Cristo-Esposo e a Igreja-Esposa. Nascida do matrimônio, a família vai crescendo pela fecundidade do amor humano, consagrado nas águas do Batismo de cada novo membro que nasce; e vai alimentando-se não somente da comida e da bebida da mesa de cada dia, mas, sobretudo, do pão e do vinho, Corpo e Sangue do Senhor, dado e recebido na Eucaristia. Estejamos atentos a este fato importantíssimo! A família não é uma realidade simplesmente humana, sociológica! A família é sagrada: querida por Deus, amada por Deus, criada por Deus, sustentada por Deus! Quem destrói a família peca gravemente contra Deus! E mais ainda: a família como Deus a pensou, repitamos para que não haja dúvida, é composta nuclearmente por um esposo, uma esposa e os filhos! Os cristãos não poderão nunca pensar em outros modelos de convivência como sendo uma família nos moldes desejados por Deus! 

Esta família, se é cristã, é a primeira imagem da Igreja, é a primeira comunidade de cristãos. Pensemos bem na sublimidade de tal mistério: o pai, a mãe e os filhos, todos batizados em Cristo Jesus, são uma pequena Igreja, a Igreja doméstica! A esta comunidade familiar, São Paulo dirige, na liturgia de hoje, palavras comoventes, conselhos e exortações insuperáveis. Pensando na nossa família, escutemos: “Vós sois amados de Deus, sois seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição. Que a paz de Cristo reine em vossos corações. E sede agradecidos! Que a palavra de Cristo habite em vós! Tudo que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Esposas, sede solícitas para com vossos maridos, como convém, no Senhor. Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais. Pais, não intimideis vossos filhos, para que eles não desanimem”. Vede, irmãos, o que é uma família cristã: uma pequena comunidade de irmãos no Senhor, um pequeno sinal do Reino de Deus, uma outra família de Nazaré! A família cristã é o primeiro lugar de evangelização, de experiência de amor ao Senhor e aos outros, é o primeiro lugar de oração comunitária e de santificação. A família é santa, a família é sagrada, o lar é um santuário! 

Mas, hoje, o mundo tem como propósito sério, sistemático, persistente, inteligente e eficaz destruir a família. Os meios de comunicação invadiram nossas casas, com idéias, imagens e palavras eivadas de paganismo e anti-cristianismo. Querem nos fazer acreditar que a família é algo meramente humano, que pode ser definido a nosso bel prazer! Querem que se chame família a uma união civil de pessoas do mesmo sexo, querem que se aceite como normal o divórcio, o adultério, a convivência sem o sacramento do matrimônio. Desejam que os cristãos achem normal a existência de ex-maridos, ex-esposas, ex-noras, ex-sogras, ex-genros, ex-sogros... Ex, ex, ex... Ex-cristão, é o que o mundo de hoje é! Ex-família é o que esses ajuntamentos de desajuntados são! 

Os cristãos devemos respeitar os que pensam diferente de nós. É normal: o mundo não conhece o Evangelho, não conhece a Deus nem a luz do seu Cristo. Tantos e tantos vivem à luz de sua própria escuridão e enxergam a vida com sua própria cegueira. Mas, nós, nós somos cristãos! Nós vimos a Luz que brilhou em Belém, nós vimos o Menino com José e sua Mãe, nós conhecemos o plano de Deus para o amor humano e para a família! 

Caríssimos, lutemos por nossas famílias! Jovens, preparai-vos com responsabilidade para uma vida de família! Que a família não nasça das gravidezes precoces, das relações pecaminosas fora do casamento! Que a família não seja enfraquecida pelo materialismo que enche a casa de bens e a esvazia de amor, de convivência e de diálogo. Que os pais não deleguem a estranhos a educação humana e religiosa de seus filhos! Pais cristãos, que vossos filhos aprendam convosco a rezar e a viver! Estejamos bem conscientes: não há esperança para o mundo quando se destrói a família; não há futuro para a Igreja se perde a noção da sacralidade de nossos lares! É na família que se aprende a rezar, a amar, a dialogar, perdoar e conviver. É com o leite materno e o abraço paterno que devemos aprender a santa fé católica que o Senhor nos concedeu. 

Voltemos nosso olhar e nosso coração para a família de Nazaré: pobrezinha, sujeita a conflitos e crises, feita de lágrimas e alegrias, de convivência e esperanças. Família de Nazaré, tão igual a nossa, tão diferente da nossa! Santo Carpinteiro José, velai pelos esposos: que sejam fortes e suaves, que sejam responsáveis e fiéis, que sejam piedosos e cheios de doçura paterna, que sejam presentes ao lar e à educação de seus filhos. Santíssima Virgem Maria, olhai para as mães: que sejam defensoras da vida, que nunca percam de vista a dignidade imensa da maternidade! Que nem o trabalho nem o sucesso profissional as façam perder de vista a prioridade e santidade de sua vocação materna e a necessidade de aquecer o lar e os filhos com seu amor e sua presença. Senhor Jesus, Menino nascido para ser nossa paz, velai pelos filhos, velai pelas crianças e não permitais que a vida humana seja assassinada pelo aborto e pelas experiências sacrílegas com embriões humanos! Que os filhos cresçam como tu cresceste: no calor de um pai e de uma mãe, no aconchego de um lar, na piedade da oração familiar e da simplicidade das lutas de cada dia! E que possamos louvar-te eternamente, um dia, com José e Maria de Nazaré. Amém.

Dom Henrique Soares

Diocese de Palmares

sábado, 27 de dezembro de 2014

VALOR DA FAMÍLIA





A família é dom de Deus, tem valor inestimável e é espaço privilegiado para o desenvolvimento das virtudes da vida humana. Para os novos tempos, os desafios que a envolvem são muito grandes. Foi por isso que o papa Francisco, preocupado com a família, convocou um Sínodo Extraordinário para tratar de temas pertinentes que envolvem a vida familiar.

As mudanças rápidas dos últimos tempos têm afetado positiva e negativamente a família. Não podemos negar que as novas tecnologias vieram facilitar muito a vida das pessoas. Os meios de comunicação encurtaram distâncias e a mobilidade acontece com muito mais rapidez, mesmo com os imbróglios do intenso trânsito nas cidades.

As influências negativas no contexto familiar são cada vez mais evidentes. Apesar do positivo esforço de valorização dos direitos da pessoa humana, o que conduziu a uma crescente mudança nos relacionamentos, houve como consequência um aumento do individualismo, gerando uma desorganização da natural fraternidade e da convivência das pessoas em suas casas.

Alguns valores foram colocados em crise: a compaixão, a bondade, a humildade, a mansidão e a paciência. Perdemos o sentido da unidade e do sagrado, devido à falta de amor, pois tal unidade só acontece na medida em que os membros se amam, porque, onde existe verdadeiro amor, Deus aí está. Parece que tais realidades não têm sido mais levadas em conta hoje.

O cotidiano da vida familiar é marcado por uma sabedoria divina, fundamentada no respeito e no amor, que está presente no relacionamento existente entre pais e filhos. A ausência disso corresponde a uma ofensa a Deus. No dizer bíblico, esse relacionamento vem acompanhado por uma promessa: “... para que sejas feliz e tenhas vida longa sobre a terra” (Ef 6,2-3).

Entre os contra valores na vida familiar, Paulo cita alguns que são condenáveis: “ira, furor, malvadeza, ultrajes, e não saia de vossa boca nenhuma palavra indecente” (Cl 3,8). No nosso modo de agir deve estar o valor da dignidade, agradável a Deus, que nos criou à sua imagem e semelhança. A Família de Nazaré foi modelo no relacionamento, na convivência e no cumprimento dos valores familiares.


Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

NATAL VEM SENHOR JESUS!



Natal é vida que nasce, é Cristo que vem!”


Caríssimos irmãos e irmãs, o Natal é um tempo de graça e de bênção para cada um de nós, nossas famílias e nossa comunidade paroquial. Somos presenteados com a Luz que é “Deus conosco”; para recebê-la é preciso abrir mais do que as portas da casa! Esta Luz é capaz de iluminar os corações e a vontade de muitos, por que não é uma luz passageira, mas a Luz do Espírito que vem iluminar as situações, consolar os corações e ajudar a enxergar Esperança dentro desta realidade às vezes sombria.

Diante da destruição dos valores humanos e cristãos, do medo que toma conta das pessoas, do flagelo da guerra que assusta o mundo, do desespero pela falta de líderes que poderiam acompanhar, orientar e proteger, vem-nos a mente e aos ouvidos a grande notícia da parte de Deus, um sinal de esperança: "O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz” (Is 9:1).

Nossa sociedade parece chegar ao fim do ano apagada pela falta de propostas claras e duradouras; vemos a escuridão da desigualdade, do ressentimento, da indiferença que está se instalando cruelmente na vida de muitos; uma parte da população desfruta de uma vida confortável e esbanja seu “prestígio, poder e riquezas”; outra parte se afoga nas compras compulsivas sem pensar nas contas e impostos que vêm com o Novo Ano.

No outro extremo temos aqueles que já se deixaram tomar pela sombra da morte: drogas, violência, roubo, saques, trabalhos escravo, prostituição (incluindo crianças), corrupção política, etc. Os males sociais que estão enraizados e, se não forem arrancados, vão deixar-nos ainda mais afundados neste mar de morte.

Este tempo de preparação e chegada do Menino Deus é para nós a visão clara de que devemos ver esse mundo, a nós e a nossa família com novos olhos, olhos de esperança, olhos da fé, a luz do amor que é capaz de superar as sombras mais escuras da morte.O Natal não é uma festa de troca de presentes, mas uma festa para se fazer presente na vida do outro. 

É um momento sublime no qual Deus se aproxima, se acerca de cada homem e mulher que abre para Ele o seu coração. A proximidade e a confiança de Deus se dão na forma de um Menino, uma criança que expressa toda a espontaneidade, a surpresa, a inocência e uma reta intenção de querer estar conosco: “Um Filho hoje nasceu, um Filho hoje nos foi dado”, isto representa o maior presente e a maior alegria deste Dia Santo. 

Deus nos dá seu tudo sem pedir nada em troca, a não ser abertura de coração e de mente para acolher Aquele que vem ao nosso encontro. Nossa grande felicidade e maior presente é esse amar e deixar-se ser amado por Deus, por Cristo, por Maria e pela Igreja. Nós somos filhos de Deus e a cada ano recordamos que nosso Irmão Maior vem nos visitar e fazer morada onde nós estamos. 

Um feliz e Santo Natal e um Ano Novo abençoado. Sejam felizes!



Pe. Alexandre

NATAL É REVIVER ......



NATAL É REVIVER O NASCIMENTO DO SALVADOR 


Fico às vezes analisando o que deve passar pela cabeça de muitas pessoas nesta época do Ano, quando celebramos o Natal. Para muitos, o Natal tornou-se uma festa onde as atenções se voltam para o Papai Noel, com renas e pacotes de presentes; para os pinheiros ricamente enfeitados com variedade de luzes, com festões e adereços natalinos. Para outros, o Natal reduz-se a uma mesa farta, com finas iguarias, regada com bons vinhos, como que uma antecipação da Ceia do Novo Ano que entre alguns dias deverá acontecer.

Isso faz pensar que sentido tem comemorar o Natal onde o protagonista é Jesus, o Menino de Belém, que se revelou como o Salvador do mundo? Por que insistir em apresentar o Natal como comemoração do Nascimento do Salvador dos homens, numa pobre estrebaria, numa época tão distante da nossa, cercado por gente tão simples e de importância insignificante? Por que ainda hoje falar do Natal como Mistério sublime onde a divindade e a humanidade trocam entre si seus dons?

À primeira vista, estas perguntas podem ficar sem respostas; mas, ao contrário, da maneira que respondemos a elas depende o essencial não só da celebração do Natal, mas de nossas vidas. É preciso insistir, é importante relembrar cada ano, é indispensável reviver o mistério do Natal, ou seja, a chegada de Deus entre os homens, no seu Filho Jesus Cristo; porque somente Ele é capaz de dar um significado novo à história dos homens e das mulheres. Como já anunciara o Profeta Isaías, este Menino é “Deus conosco” (Is 7,4), o Filho amado do Pai que quer reunir os “filhos dispersos”, tornando-os uma única família.

É necessário relembrar a cada ano, e mais do que isso, celebrar, ou seja, reviver, na intimidade das liturgias cristãs, a irrupção de Deus que se fez carne, que se fez homem entre os homens e mulheres deste mundo, como revelação da infinita ternura e bondade de Deus para com os seus filhos e filhas.

Pois sem Ele, sem esta Divina Presença e esta terna lembrança que invade a alma e aquece os corações, o mundo parece perder o seu colorido essencial, a sua beleza original, a sua importância capital, a sua razão fundamental. Sem Ele, tudo parece voltar ao vazio; a própria alegria apregoada nas vestes coloridas do Papai Noel reduz-se a um sentimento fugaz, que transforma a realidade em ilusão e desencanto.

O que está em jogo, o que de fato deve ser levado em conta, e que não nos permite desistir em falar de Jesus Salvador, que nasceu no estábulo em Belém e ainda hoje continua a querer nascer no coração de homens e mulheres é o Amor. Já no seu nascimento, Ele nos mostrou que o Amor não é brincadeira, e que amar de verdade é a aventura mais bela que podemos percorrer pelos caminhos deste mundo.

Por amor, Ele quis tornar-se um de nós, para dizer-nos e mostrar-nos com seus gestos e palavras que “Deus é Amor: quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus permanece Nele.” (1Jo 4,16). Não desistamos do Natal, da verdadeira celebração do Natal! Deus aproximou-se de nós e quer ficar sempre ao nosso lado! A cada ano Ele nos repete: “Estou aqui!”. Vamos ao seu encontro, certos de que Nele encontramos o verdadeiro Amor para as nossas vidas.

A todos vocês que, durante este ano, foram companheiros e amigos, presença agraciada na minha vida, os votos de Feliz Natal! Bendito Natal de Jesus! Um santo Natal para nós! Não desistamos do Natal! Não desistamos do amor! E um 2015 muita Paz!



Pe. Cássio

sábado, 20 de dezembro de 2014

NAVEGAR É PRECISO



            Queridos e amados irmãos, neste mês de Dezembro estou me despedindo da Paróquia Santa Teresinha. Não vou dizer um Adeus, mas direi um Até Logo.A cada 2 anos, nós seminaristas mudamos de Paróquia, para conhecermos as realidades da nossa Diocese de Guarulhos.Estou triste por ter que deixá-los, mas feliz por ter deixado um pouco de mim entre cada um de vocês.
Estou indo para a Paróquia Santo Alberto Magno – Jd. São João, para dar continuidade no meu processo formativo, mas quero que saibam que a Paróquia Santa Teresinha marcou muito a minha vida, a minha caminhada.Portanto, gostaria de fazer alguns agradecimentos.
Agradeço a cada um de vocês que me ajudaram no meu crescimento formativo e no meu crescimento Espiritual.Agradeço a todas as Pastorais e Movimentos na qual acompanhei neste tempo em que estive na Paróquia,e as que não estiveram tão próximo, mas pude ser agraciado de ser bem recebido nos momentos em que estive presente.
Agradeço aos Padres que me ajudaram muito neste processo, Padre José Alexandre, Padre Valdocir e ao Padre Cássio. Sei que muitas vezes fui falho, mas pude aprender muito com cada um deles. Aos meus irmãos seminaristas na qual puder trabalhar neste período, Seminarista Thiago e o Seminarista Ismael, que também pude aprender muito.
            Agradeço a cada capela da Paróquia Santa Teresinha, onde estive celebrando, nas formações, nos Grupos de Oração, entre tantas atividades, agradecer também a todos os Agentes de Pastorais que também me ajudaram.
Agradeço imensamente a todos os Paroquianos de Santa Teresinha e capelas, que puderam contribuir um pouco de vocês em mim. Podem ter certeza que levarei cada um de vocês em meu coração, rezarei pedindo a Intercessão de Santa Teresinha e de nossa Mãe, Nossa Senhora Aparecida.Por fim, não tenho palavras para poder dizer o quanto a Paróquia Santa Teresinha pode me ajudar.Sentirei muitas saudades! Deus abençoe a cada um de vocês!

Seminarista Alan Pereira da Silva

1º ano de Teologia

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

ADORAR É PRECISO



Adoração Eucarística

Contemplar o mistério celebrado - É preciso rezar sempre. O Mistério Eucarístico é o maior sinal da nossa fé.A adoração eucarística deve brotar da celebração.Somente um coração humilde será capaz de contemplar.O culto eucarístico fora da Missa nasce da celebração da Eucaristia.

A adoração eucarística, pessoal ou comunitária, deve brotar da celebração do memorial da Páscoa do Senhor e a ele conduzir. Essa prática orante alcança o seu maior significado na medida em que está em sintonia com o que a Eucaristia é e realiza: a Aliança de Deus com o seu povo, a construção da Igreja – “escola e casa de comunhão”. 

Portanto, não pode haver concorrência entre a Eucaristia celebrada e a adoração eucarística. O verdadeiro adorador é alguém que participa plenamente da Ceia do Senhor, recendo o Pão da Vida e tomando do Cálice da Salvação. Na prece silenciosa diante da Eucaristia, fazer passar pelo coração (recordar) as maravilhas de Deus. Alguém que ama verdadeiramente a sua comunidade eclesial, não recusa o serviço aos irmãos e irmãs! Assim, prolonga a Eucaristia na vida.

“É preciso rezar sempre e nunca desistir” (Lc 18). Esse conselho de Jesus, suscitou inúmeras experiências orantes na Igreja. A adoração eucarística é uma dessas experiências de oração incessante. 

Acolher a Presença

Só um coração humilde pode se recolher em oração silenciosa diante de Jesus na Eucaristia. Sem uma visão das diversas dimensões da Eucaristia, não será possível compreender e apreciar a adoração eucarística. Ela supõe uma atitude de fé na presença sacramental, permanente e dinâmica de Jesus na Eucaristia. Trata-se de contemplar, numa atitude orante, os sinais eucarísticos. No dizer de Paulo VI, essa relação pessoal com o Senhor favorece um contínuo crescimento na fé e prolonga a graça do sacrifício eucarístico. Uma espiritualidade eucarística renova! A adoração eucarística está em estreita sintonia com o Mistério Pascal e com a participação na Ceia do Senhor. Somente um coração humilde poderá beneficiar-se dessa Presença de comunhão.

“Nós adoramos o que conhecemos” (Jo 14,22)

O Mistério Eucarístico é o maior e o mais expressivo dos sinais da fé. Guiada pelo Espírito Santo, a Igreja expressa sua fé na presença de Jesus na Eucaristia, conservando o pão eucarístico para ser levado aos doentes, aos moribundos e para receber a adoração que só é devida a Deus. “Ninguém coma dessa carne sem primeiro adorar...; não só não pecamos adorando-a, mas pecaríamos se não a adorássemos!”, já dizia Santo Agostinho [...]. 

A adoração a Jesus no Santíssimo Sacramento leva “os verdadeiros adoradores que o Pai procura” a uma profunda comunhão com o Pai, no Espírito que ora em nós. Ao contemplar o Pão Vivo que desceu do céu para a vida do mundo, sentimos toda a força da expressão: por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós Deus Pai todo-poderoso, toda honra e toda glória, agora e para sempre!Como anda a sua vida de adorador (a)?



Santuário de Fátima – Portugal

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

AJUDE A SALVAR VIDAS


GRUPOS DE NOVENAS E TODA COMUNIDADE



VEM SENHOR JESUS! 

SANTIDADE É DOM DE DEUS E DOAÇÃO DOS HOMENS



Um novo sorriso de Deus



Nesta última edição do ano quero escrever esta coluna dizendo que conheci um Santo que andava por entre as pessoas, que levava Deus em seu sorriso e sua ternura a cada um que passava por sua vida. Esta pessoa extraordinária é Dom Luciano Mendes de Almeida, o arcebispo santo que deixou atrás de si um rastro de amor e luz.

Um homem que marcou a história de São Paulo, de Minas Gerais e da Igreja do Brasil como um todo. Figura conhecida e reconhecida pelo mundo afora, pois irradiava alegria e cativava aos seus interlocutores. Brilhante pela inteligência, pela memória prodigiosa, mas marcante pelas suas virtudes, sendo a que melhor o define: a caridade. 

Nascido no Rio de Janeiro em 5 de outubro de 1930, dom Luciano tornou-se jesuíta ainda jovem, trabalhando na Companhia de Jesus, dos 17 aos 45 anos de idade, onde obteve destaque no trabalho com detentos nas cadeias em Roma. Foi bispo auxiliar em São Paulo, antes de ser nomeado arcebispo de Mariana, em 1988 até 2006. Foi também secretário geral e presidente por dois mandatos consecutivos da CNBB.

Um bispo que aprendeu a ver Nosso Senhor na pessoa dos mais simples e humildes a quem procurava servir com todo o seu coração, com toda a sua alma e com toda a sua inteligência. Foi um trabalhador incansável da causa das crianças e dos menores, sendo ele um dos criadores da Pastoral do Menor. 

Um dos seus grandes presentes para a Igreja e para cada um de nós, é amor que não olhava aparência, um amor que ia até o coração e que se transformava em atitudes e serviço. Uma de suas famosas frases é: “Em que posso lhe ajudar?”. Uma frase tão simples, mas que quando vivenciada na caridade pode fazer a diferença na vida de que a escuta. 

Homem de fé e de esperança, que nem o acidente que quase o vitimou tirou o brilho de seu olhar quando ainda internado e não podia falar. Recuperou-se e continuou a levar Deus nas suas palavras e no seu exemplo de humildade. Ele morreu aos 75 anos, ao lado da família e dos amigos, por falência múltipla de órgãos, em São Paulo, consequência de um câncer no fígado, após ficar internado por 40 dias no Instituto Central do Hospital das Clínicas. Este sofrimento seria a sua última entrega à vontade do Senhor a quem tanto amou e serviu.Nasceu, viveu e morreu na pobreza. Nasceu amado, viveu amado, viveu amando, morreu amando, morreu amado. 


Quem tiver notícias de graças alcançadas pela sua intercessão e que possam ser úteis para o processo de beatificação de Dom Luciano pode enviá-las ao Tribunal da Arquidiocese de Mariana, localizado à Rua Direita, 102, no Centro. CEP: 35.420-000. Mariana (MG), ou entrar em contato com a Paróquia Santa Teresinha de Cumbica.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

ADVENTO É....


ESPIRITUALIDADE



Alma inquieta, alma amante, alma amada


“Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (1Jo 4,16). Estas palavras são o eco dos mais íntimos sentimentos que brotam do coração do discípulo amado como um canto triunfal. Com palavras parecidas estremece a alma de Santa Teresinha quando expressa sua fé no Amor Infinito de Deus. Sua santidade, sua doutrina, toda a sua vida, são a manifestação dessa fé. A fé no Amor, fé firme, sensível, ingênua, é a essência do espírito de Teresinha, seu mais íntimo segredo.
Fala-se muito, e não sem fundamento, do amor de Teresa a Deus Nosso Senhor. O amor é o motor de seus atos, o término da sua perfeição; seu selo característico. Teresa é amor filia vivente, o Evangelho vivido. “Nada me deu Deus, senão amor”. “Já lhe disse: o único que vale é o amor”. Porém quando perguntada qual foi à raiz, o verdadeiro segredo desse amor a Deus, ela vai dizer: “A fé no Amor de Deus”. A razão deste esquecer-se de si e entregar-se é que ela vive esta fé com sensibilidade, com tão encantadora naturalidade e profundidade, que sentimos sua influência sem questionamentos.
A oração nada mais é do que “uma amizade com quem sabemos que nos ama”. Na grande mente contemplativa, a condição primeira e indispensável para que reine essa amizade entre Deus e a sua alma é, que deve partir dela uma fé firme no Amor que Deus tem por ela. Fé divina que traz a certeza e segurança de que é amada pelo Todo Poderoso.

Ela viveu essa grande verdade, não podia pensar em Deus sem pensar na luz da grande expressão de São João: “Deus é amor”. Não diz isso apenas da boca para fora, mas da sua vivência. Quando pequena ficou órfã de mãe, e adquiriu a experiência do amor a Deus, a partir do amor a seu pai, um amor paterno, cheio de ternura e solícito. A partir disso pode dizer que Deus é bom, que Deus é nosso Pai, sua alma de menina se sente naturalmente inclinada a representar Deus na imagem do seu pai na terra. Assim Deus se apresenta ao seu espírito e, sobretudo, ao seu coração como um verdadeiro Pai, o Pai que mais ama, que mais tem terno que sintetiza em Si mesmo a verdadeira e autêntica Paternidade no seu mais alto grau.

A atmosfera em que viveu e se expandiu a alma de Teresa, foi desde o princípio, a fé no amor paternal de Deus, no amor de Deus seu Pai, diante do qual se vê como uma pobre criança. Nesta fé encontra-se a raiz de onde brota toda a sua vida espiritual com suas virtudes características: amor, humildade, confiança, abandono alegre. Estas virtudes, tão sensíveis e tão evangélicas, são como o fruto espontâneo da fé no Amor de um Deus Bom. Ele mesmo depositou na alma de Teresa, com um grão de mostarda destinado a converter-se em árvore frondosas.
Alma privilegiada! Diriam alguns. Certamente! Porém seu privilégio consistiu não tanto em haver recebido esse dom, mas em compreender o que havia recebido. Por isso, como ela nos ensinou, temos o mesmo privilégio: somos objetos do amor paternal de Deus nosso Pai. Sua vida é sensivelmente uma vida de fé, fé essencialmente evangélica, fé no amor de Deus a humanidade. Sua alma tem a certeza de que é infinitivamente amada. E para corresponder a este chamamento do amor, só tem um desejo, um ideal: amar! A fé pura é um farol que a ilumina e a sua luz caminha sem quietude, sem vacilar.

Quando as sombras invadem seu espírito, será também sua fé, fé certa do Amor do seu Pai, quem vai guia-la e sustenta-la. Esclarece-nos ela mesma: “É tão doce servir a Deus na noite da tribulação!”. “Não temos mais que esta vida para viver de fé”. A prova suprema foi a eclipse de sua fé durante um ano e meio: “por que este eclipse?”. Quis, sem dúvida, Deus nosso Senhor purificar a fé de Teresa, aperfeiçoar sua alma, despojando-a de todo o sensível e intelectual. Assim chegou a consumação da santidade.

A fé evangélica é um olhar ao amor, dela brota a inteligência das coisas divinas. “Creio para entender”.

Leandro Koenig

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

A IGREJA EM ESTADO DE ADVENTO




A Igreja realiza sua missão evangelizadora no tempo e no espaço que a Providência de Deus lhe concede. Compete a ela a busca contínua da fidelidade ao seu Senhor, pois a visibilidade dos sinais da graça de Deus lhe foi entregue, enquanto esperamos a vinda gloriosa de Jesus Cristo. Seu Mistério Pascal de Morte e Ressurreição e o final dos tempos, quando virá para julgar os vivos e os mortos, são dois polos de tensão, com os quais buscamos a fidelidade ao Evangelho, praticando o amor a Deus e ao próximo, somos fermento de vida e esperança para o mundo e continuamos a anunciar o nome de Jesus Cristo, único e suficiente Salvador de todos os homens e mulheres que vierem a esta terra.

A sabedoria de Deus concedida à sua Igreja suscitou um caminho formativo amadurecido no correr dos séculos, o Ano Litúrgico, para manter viva esta tensão positiva, que gera testemunho de vida cristã e realização profunda para as pessoas. Tudo começou com o dia da Ressurreição, o Domingo, Páscoa semanal. A cada semana, tornar presente a Morte e a Ressurreição de Cristo, quando a Comunidade Cristã, reunida em torno da Palavra de Deus e da Mesa Eucarística, se edifica como Corpo de Cristo. À Eucaristia de Domingo os cristãos levam suas lutas e seus trabalhos, louvam ao Senhor e encontram o sustento para a fé, na vida quotidiana. As gerações que se sucederam começaram a celebrar anualmente a Páscoa do Senhor, hoje realizada de modo solene no que chamamos Tríduo Pascal, de quinta-feira santa ao cair da tarde até o Domingo de Páscoa, com seu ponto mais alto na grande Vigília Pascal. É Páscoa anual! Quando celebramos a Missa em qualquer tempo do ano, acontece a Páscoa diária. É o mesmo e único mistério de Cristo. Não fazemos teatro, mas realizamos a presença do Senhor, que entregou à Igreja a grande tarefa: “Fazei isto em memória de mim” (1 Cor 11, 24-25).

Como é grande o Mistério, o Ano Litúrgico veio a se compor pouco a pouco, contemplando anualmente todos os grandes eventos de nossa Salvação, enriquecendo com abundância de textos bíblicos as grandes celebrações, valorizando as orações que foram compostas e expressam a vivência da fé, recolhendo nos diversos ritos a grandeza da vida que o Senhor oferece. O Ano da Igreja, que começa no Primeiro domingo do Advento, em 2014 celebrado no dia 30 de novembro, tem dois grandes ciclos, o do Natal e o da Páscoa, com os quais somos pedagogicamente conduzidos a aperfeiçoar a vida cristã, de forma que o Senhor nos encontre, a cada ano, não girando em torno de um mesmo eixo, mas crescidos, como uma espiral que aponta para a eternidade, enquanto clamamos “Vem, Senhor Jesus”!

E o Tempo do Advento, que agora iniciamos, é justamente marcado pela virtude da esperança, que somos chamados a testemunhar e oferecer ao nosso mundo cansado, pois só em Jesus Cristo, única esperança, encontrará seu sentido e realização a vida humana. A Igreja nos propõe quatro semanas de intensa vida de oração e de exercício das virtudes. O primeiro olhar é para a vinda definitiva do Senhor, que um dia virá ao nosso encontro, cercado de glória e esplendor. É hora de refletir sobre a relatividade das coisas e preparar-nos para o encontro pessoal com o Senhor, quando nos chamar à sua presença. Em seguida, durante duas semanas a Igreja nos faz olhar para o tempo presente de nossa fé. Ouvimos o convite à conversão, somos levados a arrumar a casa de nossa vida para a grande presença do Senhor. Aquele que um dia virá, vem a nós nos dias de hoje. Para ajudar-nos, a Igreja apresenta duas figuras, que podem ser chamadas de “padrinhos” de Advento, o Profeta Isaías e São João Batista. Na última semana antes do Natal, aí, sim, nosso olhar se volta para Belém de Judá, Presépio, Pastores, Reis Magos. É a oportunidade para preparar a celebração do Natal. Quem nos toma pela mão na etapa final do Advento, para acompanhar os acontecimentos vividos em primeira pessoa, é a Virgem Santa Maria, Mãe de Deus e nossa. Daí a necessidade de corrigir com delicadeza nosso modo de viver este período. Maior do que o dia de Festa no Natal é a realidade do Senhor Jesus que virá, vem a nós e um dia veio! Torna-se vazia uma festa sem a presença daquele que é o coração da história humana, nosso Senhor Jesus Cristo.

Uma Igreja em estado de Advento é o que queremos oferecer-nos mutuamente e dar de presente ao nosso mundo. Estimulemos uns aos outros na vivência da esperança, certos da necessidade da redenção de Cristo, que nos diz “sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15, 5). Cresça nossa abertura, cheia de esperança, a Cristo e à sua Palavra Salvadora. Caiam todos os obstáculos e defesas, venha a graça da fidelidade ao Senhor. E a vida cristã não tenha receio de olhar para a eternidade, onde Cristo está sentado, à direita do Pai (Cf. Ef 1, 20-23). Temos uma eternidade inteira para viver na Comunhão com a Santíssima Trindade, os Anjos e os Santos. É nossa vocação e nosso ponto de chegada. Com esta luz, os cristãos são chamados a serem homens e mulheres capazes de iluminar com a esperança todos os recantos da humanidade. A graça da vocação cristã nos faça responsáveis pelo anúncio do Evangelho e pela salvação dos outros (Cf. Rm 8, 29). Ninguém fique desanimado, desde que encontre um cristão autêntico, mesmo que este saiba ser limitado, tantas vezes frágil e marcado pelo pecado, mas nunca derrotado.

As pessoas que tiverem contato com os cristãos neste período, descubram-nos rezando mais e rezando melhor. As Novenas de Natal, celebradas em grupos de famílias, são um excelente testemunho de vida de oração. Seja uma oração cheia de humildade, sinceridade, abertura maior para Deus e obediência às suas promessas.

E como falamos de esperança, temos o direito e o dever de sonhar com um mundo mais justo e fraterno. Queremos antecipá-lo, em estado de Advento, na experiência da caridade e da partilha dos bens. Em nossa Arquidiocese de Belém, realizamos durante o Advento o projeto “Belém, Casa do Pão”. Cresce a cada ano, ao lado do compromisso de nossas Paróquias, a adesão da sociedade ao nosso modo de comprometer as pessoas com a partilha dos bens, realizando a vocação que se encontra em nosso nome, Belém!


Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

A LÓGICA DE DEUS SEMPRE É OUTRA EM RELAÇÃO Á NOSSA!



Queridos irmãos e irmãs!

No nosso caminho pelo Evangelho de Marcos, domingo passado, entramos na segunda parte, ou seja, na última viagem para Jerusalém e para o climax da missão de Jesus. Depois de que Pedro, em nome dos discípulos, professou a fé Nele reconhecendo-o como o Messias (cfr. Mc 8, 29), Jesus começou a falar abertamente sobre o que lhe acontecerá no final. O Evangelista narra três sucessivas predições da morte e ressurreição, nos capítulos 8, 9 e 10: nesses Jesus anuncia de modo cada vez mais claro o destino que o aguarda e a sua intrínseca necessidade. A passagem desse domingo contêm o segundo destes anúncios.

Jesus diz: “O Filho do homem – expressão com a qual se auto denomina – será entregue nas mãos dos homens e o matarão; mas, uma vez morto, depois de três dias ressuscitará” (Marcos 9, 31). Os discípulos “porém não entendiam estas palavras e tinham medo de interrogá-lo” (v. 32).

Na verdade, lendo esta parte da narração de Marcos, fica evidente que entre Jesus e os discípulos há uma profunda distância interior; encontram-se, por assim dizer, em dois patamares diversos, de tal forma que os discursos do Mestre não são compreendidos, ou o são somente superficialmente. O apóstolo Pedro, logo após ter manifestado a sua fé em Jesus, se permite corrigi-lo porque tinha previsto a rejeição e a morte. Depois do segundo anúncio da paixão, os discípulos começam a discutir entre eles quem era o maior (cfr. Mc 9, 34); e depois do terceiro, Tiago e João pedem a Jesus para poder sentar à sua direita e à sua esquerda, quando estiver na glória (cfr. Mc 10, 35-40). Mas existem vários outros sinais desta distância: por exemplo, os discípulos não conseguem curar um menino epiléptico, que em seguida, Jesus cura com o poder da oração (cf. Mc 9,14-29); ou quando apresentam para Jesus crianças, os discípulos as censuram, e Jesus ao contrário, indignado, diz para eles permanecerem e afirma que somente quem é como eles pode entrar no Reino de Deus (cfr. Mc 10,13-16).

O que tudo isso nos diz? Nos lembra que a lógica de Deus é sempre "outra" com relação à nossa, como revelou Deus mesmo por boca do profeta Isaías: "Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, /os vossos caminhos não são os meus caminhos" (Is 55, 8). Por isso, seguir o Senhor requer sempre do homem uma profunda conversão, uma mudança no modo de pensar e de viver, requer abrir o coração à escuta para deixar-se iluminar e transformar interiormente. Um ponto-chave em que Deus e o homem se diferenciam é o orgulho: em Deus não há orgulho, porque Ele é total plenitude e é completamente voltado para amar e doar a vida; em nós homens, no entanto, o orgulho está profundamente enraizado e requer constante vigilância e purificação. Nós, que somos pequenos, desejamos ser grandes, ser os primeiros, enquanto que Deus não teme abaixar-se e fazer-se o último. A Virgem Maria está perfeitamente “sintonizada” com Deus: invoquemo-la com confiança, para que nos ensine a seguir fielmente a Jesus no caminho do amor e da humildade.

Santo Padre Bento XVI dirigiu aos fiéis reunidos em Castel Gandolfo na oração do tradicional Ângelus.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

VOCÊ TEM CORAGEM DE DESLIGAR?



Você é daquelas pessoas que passam horas com seu celular e não se sentem satisfeitas enquanto não veem todas as mensagens? 

Seria uma bobagem dizer que precisamos deixar de usar celulares, tablets, smartphones e todos equipamentos que nos ligam uns aos outros pela internet. Da mesma forma, é angustiante, por exemplo, esquecer o celular ou o carregador em casa naquele dia em que esperávamos dar vários telefonemas.

Você já sentiu isso alguma vez? Aquele desespero, aquela ansiedade por imaginar pessoas ligando ou mandando mensagem, e você sem poder ao menos lhes responder? E aquelas noites em que você fica horas e mais horas respondendo mensagens instantâneas, WhatsApps, SMSs, redes sociais… Ufa! Você sofre muito com isso?

Passa horas em frente a esse aparelhinho como se não ficasse satisfeito enquanto não visse todas as mensagens, todas as notícias do momento e respondesse todos os recadinhos, deixando tantas outras coisas de lado?

Na maioria das vezes, nós perdemos a noção e o bom uso do tempo com essas ferramentas e prejudicamos nossa vida, nosso sono, nossos relacionamentos. Sei o quanto é difícil desligar, desconectar e parar. Mas que tal um desafio? Você consegue esperar 30 minutos para responder uma mensagem? E uma hora? Você conseguiria?

Penso que qualquer meio de comunicação, como o nome diz, é um meio e não um fim. Não deve nunca ser a arma que nos aprisiona, mas que sirva para estreitar laços. Mais ainda, que não nos percamos em nossos relacionamentos pelo uso abusivo desses equipamentos.

Coloco para todos nós a necessidade de parar, perceber e reavaliar o uso dos equipamentos de tecnologia, mas, claro, sem deixá-los de lado. Todos estamos nesse barco, e a grande maioria de nós já se viu rodeado de mensagens e de pessoas lhes procurando. Em certos momentos, tenho a sensação de que fazemos tudo no “modo automático”, e com isso nem ao menos paramos para pensar como respondemos e o que respondemos nessas tais mensagens.

E aquela rede social que serve de desabafo? Aquela exposição excessiva de uma vida supostamente feliz ou exibicionista? Será que precisamos disso tudo de verdade?

Quantas vezes prejudicamos nossos relacionamentos com palavras mal colocadas, brigas desnecessárias e a aquela perseguição desenfreada ao que é postado?

Tudo em excesso é prejudicial. Então, deixo a reflexão: “Está na hora de apertar o botão ‘desligar’ e conectar-se a outras coisas em sua vida”.

fonte: http://www.frutosdemaria.com.br/formacao/index.php?id=1384

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Ser santo é possível... tente todos os dias


NECESSIDADE DA CONFISSÃO




O problema não é ser pecador, mas não se arrepender de seus pecados, disse Francisco

“O pecado de Pedro, é um fato que o leva a um novo encontro com Jesus, na alegria do perdão”, disse o Santo Padre.

“O problema não é sermos pecadores, mas sim não se arrepender de seus pecados, e não ter vergonha do que fizemos”. Essa foi a frase chave da homilia do Papa Francisco nesta sexta-feira, 17, durante a Missa na Capela da Santa Marta.

O Papa, em sua homilia, percorreu a história dos encontros de Pedro com Jesus, sublinhando que “Jesus confia o seu rebanho a um pecador”. “Pedro era um pecador, mas não um corrupto, não é?, acrescentou o Papa. “Pecadores, sim, todos: corruptos, não”, frisou novamente.

Jesus nos faz amadurecer a cada encontro com Ele.

No centro da homilia, o Evangelho em que Jesus Ressuscitado pergunta três vezes a Pedro se ele o ama. “É um diálogo de amor entre o Senhor e seu discípulo”, explicou o Papa. “Jesus ao longo desses encontros faz amadurecer a alma e o coração de Pedro. Ele o faz amadurecer no amor. Então, quando ele ouve que Jesus lhe pergunta três vezes: ‘Simão, filho de João, tu me amas?’, ele fica com vergonha, porque lembra que por três vezes ele o negou”.

“Pedro entristeceu-se ao ouvir pela terceira vez Cristo lhe perguntar ‘Tu me amas?’. A dor, a vergonha … para um homem como Pedro … pecador, pecador! O Senhor lhe fez compreender , a ele e também a nós, que todos somos pecadores. Mas o problema não é sermos pecadores, mas sim não nos arrependermos de seus pecados, não termos vergonha do que fizemos”, explicou o Pontífice.

Segundo Francisco, o pecado de Pedro, é um fato que o leva a um novo encontro com Jesus, na alegria do perdão. O Papa afirmou que o Senhor não abandona sua promessa, quando ele diz: “Tu és pedra “e, agora, diz: “Apascenta as minhas ovelhas “, ele confia seu rebanho a um pecador.

O exemplo de São Pedro deve nos servir de lição

O Papa Francisco contou também a história de um padre, vigário, que trabalhava bem, e que foi nomeado bispo. Ele se sentia envergonhado e não se sentia digno por essa nomeação e por esse encargo e foi conversar com seu confessor. E ele o reconfortou, explicando que, se Pedro com enorme asneira que tinha feito se tornou Papa, ele poderia ficar tranquilo.

“O Senhor é assim, o Senhor é assim”, concluiu o Papa. “Ele nos faz amadurecer ao longo dos encontros que temos com ele, apesar de nossas fraquezas, mas quando confessamos nossos pecados.”

De acordo com o papa Francisco, Pedro deixou – se moldar pelos encontros com Cristo e deve servir de exemplo para todos, “pois estamos no mesmo caminho”, disse. “Pedro foi um grande homem, não porque ele tem um coração nobre mas porque essa nobreza o levava a chorar, a sentir a dor, a vergonha e, em seguida, o levava a trabalhar como pastor do rebanho”, concluiu o Pontífice.

Da redação, com Rádio Vaticano
Tradução: Graziela Ciqueira

domingo, 7 de dezembro de 2014



“Cristo é nossa paz” é lema da Campanha para Evangelização 2014, iniciativa que, neste ano, completa 16 anos a serviço das atividades pastorais da Igreja. A mobilização nacional buscará promover iniciativas que visem superar a violência e edificar a paz, além de articular gestos concretos na sociedade por meio das ações evangelizadoras da Igreja.

O ponto alto da Campanha será a coleta realizada nas missas e celebrações do domingo, 14 de dezembro. Os materiais para divulgação e vivência da Campanha já estão disponíveis no site da CNBB.

O lema é apropriado para o tempo litúrgico do Advento. Neste período de preparação ao Natal, entre pessoas, famílias e na sociedade em geral, existe um clima de confraternização na busca pela paz.

Criada em 1998 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a iniciativa busca mobilizar os católicos a assumir a responsabilidade de participar na sustentação das atividades pastorais da Igreja.

A Campanha para a Evangelização (CE) tem o slogan “Evangeli.Já”, que faz referência à palavra evangelizar e mostra a urgência da evangelização e da cooperação de todos.

A distribuição dos recursos é feita da seguinte forma: 45% permanecem na própria diocese; 20% são encaminhados para os regionais da CNBB; e os demais 35% para a CNBB Nacional. As doações, em caráter individual, também podem ser feitas pelo site: www.evangelija.com.

sábado, 6 de dezembro de 2014

NATAL: UMA IGREJA EM SAÍDA


O Natal está chegando! Luzes, enfeites, propagandas, lojas cheias de novidades, crianças com olhos brilhantes esperando seus presentes, crianças com olhos tristes porque não sabem se haverá algo para comer amanhã! Para muitos Natal é só mais uma festa de família e presentes.

Afinal, Natal é presente ou presença? O comércio inverte tudo e investe tudo. O importante é vender! Mas para quem vive a fé na encarnação da Palavra eterna que saiu do Pai – Jesus – a visão é outra. O importante é a presença. Que presença? A presença de Jesus no meio de nós. O presente é o símbolo da presença.

A segunda pessoa da Santíssima Trindade nasce do ventre de Maria – a virgem imaculada, preparada pelo Pai para ser a mãe do seu Filho. Jesus sai da casa do Pai - o céu – e vem habitar na casa dos homens – a terra. Ele está no meio de nós. Ele é presença em nossa vida. É o grande presente do Pai para resgatar e alegrar o coração não só das crianças, mas de todos os seres humanos.

Primeiro, Jesus nasceu de Maria Santíssima por obra do Espírito Santo, agora, ele quer nascer no coração de cada pessoa por obra do mesmo Espírito. O Espírito Santo nos transforma através do sacramento da Penitência e nos dá um coração missionário

Assim como Jesus não ficou no seio de Maria, mas saiu para entrar no coração de cada um de nós, através do anúncio da Boa Nova. Agora, ele quer inundar nosso coração de luz e nos ajudar a sair de nós mesmos para fazermos sua luz brilhar no coração dos nossos irmãos, sobretudo dos mais afastados.

Depois que o arcanjo Gabriel anunciou a Maria que ela seria a Mãe do Filho do Altíssimo, ela saiu para uma visita de ajuda à sua parenta Isabel que estava no sexto mês de gravidez de João Batista. Muitos – crianças, jovens, adultos, idosos – esperam a nossa saída ao seu encontro com uma palavra amiga, de esperança, de paz, com um gesto de ajuda como o de Maria.

Que aprendamos como Maria a sair para levar Jesus aos mais distantes, (quem sabe!) até com um presente, para marcar esta presença forte e transformadora do Menino Jesus dentro de nós.


Dom Emanuel Messias de Oliveira

Bispo diocesano de Caratinga (MG)

CAPELA IMACULADA CONCEIÇÃO- MISSA SOLENE


MUTIRÃO DE CONFISSÃO


sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Venha comemorar o Natal de Cristo


NIGHT CHRISTI


Avisamos que o ingresso cobrado é pelo Show e não pela Missa!

VALE PENA ASSISTIR



Amigo, cuidado com o desânimo; cuidado com a tibieza, cuidado com a frieza de coração!
Cuidado também com o espírito do mundo, com o paganismo em nossos pensamentos e ações!
Cuidado para não descuidarmos das coisas de Deus, para não desacreditarmos de Suas palavras e não fechar para Ele o nosso coração!

Ele vem, e vem porque nos ama, e vem para salvar!
Assim sendo, acolhamos as consoladoras palavras de Sofonias Profeta:
“Canta de alegria, Sião; rejubila, Israel!
Alegra-te exulta de todo coração!
O Senhor está no meio de ti, nunca mais temerás o mal!
Não temas, Sião; não te deixes levar pelo desânimo!
O Senhor exultará de alegria por ti, movido por amor, como nos dias de festa”!

Que tristeza a vida se tivéssemos de vivê-la sozinhos, se não houvesse um Destino bendito!
Que tédio miserável a nossa existência, se não houvesse um Deus-Salvador que visse nosso caminhar, que recolhesse nossas lágrimas, que fossae nosso companheiro na solidão e na dor, no medo e na angústia de cada dia!

A vida não pode ser somente viver e morrer; nosso caminho sobre a terra não pode ser uma passageira ilusão, uma distração maluca e alucinada para não nos lembrar que aqui estamos de passagem e que um dia morreremos...

Mas, não! Caminhamos para o Senhor que vem! E ele vem mesmo, porque é fidelíssimo! Pois, alegremo-nos: o nosso Deus é um Deus próximo; Deus de perto e não de longe! Saibamos reconhecê-Lo. Saibamos acolhê-Lo!
“Não vos inquieteis com coisa alguma! A paz de Deus, que ultrapassa todo entendimento, guardará os vossos corações e pensamento em Cristo Jesus!”

Vamos, adiante com o Santo Advento! Vem! Vem com Tua luz, ó Senhor Jesus! Passe este mundo e venha a Tua graça!
                                                       
                                                                                                                                                                                                                       
Equipe de liturgia paroquial