sábado, 29 de novembro de 2014


Advento: Tempo de vigilância e Oração
Advento: Tempo de vigilância e Oração


Apresento algumas citações que enriquecem a preparação do 1º Domingo do Advento (Ano C).


Uma preciosidade é a Palavra de Deus mencionada em post anterior. À luz das palavras do Profeta Jeremias e do Apóstolo Paulo, que na Carta aos Tessalonicenses, traz o concentrado de sua catequese e teologia, somos introduzidos na riqueza tão grande do Tempo do Advento.

A Palavra de Deus (Leituras e Evangelho - Ano C), como que num refrão, é uma exortação à vigilância ativa:

“... é necessário que os cristãos estejam vigilantes, isto é, saibam entender os sinais dos tempos, a mensagem que Deus envia aos homens mediante os acontecimentos terrenos.

Daqui o convite final à Oração (v. 36): a Oração será o único instrumento através do qual os crentes poderão permanecer numa união de verdade e de misericórdia com esse Filho do Homem diante do qual, nesse dia, deverão comparecer.” (1)

Advento, Tempo de fecundar a semente da Palavra de Deus em nosso coração, que deve ser devidamente preparado, em sincera atitude de conversão, para que possamos acolher e celebrar Deus que Se fez criança e virá mais uma vez conosco caminhar.

Celebrar o Advento intensamente, sempre com matizes Pascais, vivendo o Mistério da Morte e Ressurreição, que pede de nós renúncias, mudanças, desapegos, renovação do ânimo, do entusiasmo, da entrega nas mãos do Senhor, livre e decididamente.

É o Tempo sagrado, em que o tempo cronológico que temos deve ser bem vivido, com todas as suas provações, mas fazendo crescer e abundar a caridade de uns para com os outros (1Ts 3,12), isto é, tornar os nossos corações consagrados ao Amor.

Advento é Tempo de viver para o Amor, com o Amor, Jesus, e para os outros, para o verdadeiro encontro d’Ele, que habita dentro de cada um de nós, no mais íntimo de nós que possamos conceber; que Ele muito mais conhece do que possamos conhecer.

“Aclamemos no Mistério Aquele que vem. Ele veio um dia e virá de novo, fiel à Sua Palavra. Conscientes de que toda justiça e santidade nossas são dons d’Ele, digamos-lhe o Amém da fidelidade e do empenho em colaborar para o Seu Reino que cresce no mundo até à plenitude, e do qual a Mesa Eucarística é anúncio e realização sacramental.” (2)

Vigiemos, oremos, esperemos o Senhor, crescendo e transbordando no amor mútuo, fazendo progressos espirituais mais do que desejáveis, necessários!

Preparemos nosso coração, para que fecundem as sementes de paz que ricamente serão plantadas em cada Eucaristia que celebrarmos. Somente assim teremos verdadeiramente um Santo Natal.


(1) Leccionário Comentado - pág. 52 – Volume Advento Natal.
(2) Missal Dominical - pág. 58.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

NIGHT CRISTO





ADVENTO DO SENHOR: TEMPO DE ESPERA



A Igreja nos propõe um tempo de quatro semanas que nos prepara para o Natal do Senhor. Toda, na Liturgia nos ajudará nessa preparação, na espera cheia de esperança: o roxo significa a vigilância de quem aguarda, a moderação das flores ajuda-nos a concentrar nossa atenção naquele que vem, o “Glória” não cantado prepara-nos para cantá-lo como novidade na Noite Santa do Natal. Os sentimentos dos nossos corações devem ser a vigilância, a piedade humilde de Maria Virgem, de José, dos pastores, de Simeão, Zacarias e Isabel, o espírito de conversão anunciado por João Batista, o sonho de um mundo “cheio da sabedoria do Senhor como as águas enchem o mar” (Is 11,9), como Isaías profetizou… Aproveitemos essas quatro semanas tão doces, que recordam a espera de Israel e da humanidade pelo Messias!

No 1º Domingo do Advento o Evangelho de Marcos 13, 33-37. É preciso estar alerta e preparado, porque o Filho do homem chegará no momento mais inesperado. Diante do desconhecimento do dia e da hora, a única atitude possível é estarmos vigilantes. 

Para uma boa preparação neste advento deixo uma pergunta para reflexão nesta semana. Como então nos preparar para esta grande Chegada do Messias?

No 2 º Domingo do Advento o Evangelho de Marcos1, 1-8. Temos a voz que clama no deserto. João Batista é um personagem muito importante. A sua mensagem central é da conversão, que se dava através do Batismo. João proclama que a salvação é universal, isto é oferecida a todos sem exceção. João é aquele que aponta Jesus. Aquele que aponta a cada um de nós da vida eterna. 

Aplanai o caminho do senhor. Para atuar estas palavras, temos de recomeçar a cada dia. O que pode nos sustentar na caminhada é a oração. Pergunta para nossa reflexão é: Reservo tempo adequado para rezar?

No 3º Domingo do Advento ouviremos o Evangelho de João 1,6-8.19-28. João Batista que veio dar testemunho e ensinar a cada um de nós cristão a sermos testemunha viva da presença do Messias em nosso meio. João tem claro que sua missão fundamental é tornar visível ao mundo Jesus Cristo. Homem que dá testemunho da luz e desperta ao seu povo o grande desejo que passa por uma esperança que é a chegada de uma vida que vai anunciar que o período das trevas termina e surge a luz que é o Menino Deus. 

Nossa missão é de sermos testemunha da luz. Como ser luz na vida das pessoas e da nossas comunidades?

No 4º Domingo do Advento Evangelho proclamado é o de Lucas 1, 26 -38. Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo. O sim de Maria não representa apenas um ato de submissão á vontade de Deus por meio do anjo, mas um consentimento ativo e responsável. Maria é aquela que contribui de maneira decisiva para a libertação do povo de Deus. Ela interfere positivamente na nova criação em Cristo mediante o Espírito Santo. 

O Evangelho de Lucas nos provoca a refletir nesta semana de como vamos dar o nosso Sim A Deus? 

Vivamos intensamente este tempo de espera para novamente acolher a chegada do Menino Deus. Que seja um período de rever nossas atitudes e ações para que nosso coração seja no natal e durante todo o ano a manjedoura que acolheu e acolhe o Cristo Salvador. 

Pe. Cássio Fernando



quinta-feira, 27 de novembro de 2014

CAPELA NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS - VENHA CELEBRAR CONOSCO ESTE DIA


SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO



"Graças ao amor misericordioso de Deus não há pecado, por maior que seja, que não possa ser perdoado, nem pecador que seja posto de lado. Todas as pessoas que se arrependerem serão recebidas por Jesus Cristo, com perdão e imenso amor" disse João Paulo II em 29-9-79.

O poder de perdoar os pecados foi dado por Jesus aos Apóstolos, através do Espírito Santo: "Recebei o Espírito Santo. Os pecados daqueles a quem perdoares os pecados serão perdoados. Os pecados daqueles a quem não perdoardes não serão perdoados." Jo 20,22 
Disse ainda o Santo Padre numa homilia em 16-3-80 "Confessamos os nossos pecados ao próprio Deus, embora no confessionário sejam escutados pelo homem-sacerdote".

Constituem partes do sacramento da Reconciliação:

1. Exame de consciência
Condição indispensável para uma confissão bem feita é o exame de consciência, que se traduz num "confronto sincero e sereno com a lei moral interior, com as normas evangélicas propostas pela igreja, com o próprio Jesus Cristo que é para nós Mestre e modelo de vida", disse João Paulo II em 26-3-81.

2. Contrição
Diz o Catecismo da Igreja Católica (1451) que a contrição é "uma dor de alma e uma detestação do pecado cometido, com o propósito de não mais pecar no futuro" (Concílio de Trento: Ds1676).

A contrição é, pois, uma recusa do pecado e o firme propósito de não voltar a pecar.

Ato de contrição:
Meu Deus, porque sois infinitamente bom e Vos amo de todo o coração, pesa-me de Vos ter ofendido e, com o auxílio da Vossa divina graça, proponho firmemente emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender. Peço e espero o perdão dos meus pecados pela Vossa infinita misericórdia. Amem.

3. Confissão dos pecados
Constitui uma acusação espontânea de todos os pecados ao confessor. É uma atitude de entrega, confiando plenamente na misericórdia de Deus.

A Igreja recomenda a confissão regular mesmo que não haja pecados mortais, porque na confissão Jesus vai-nos curando e moldando o nosso coração, atraindo-nos cada vez mais para Si.

4. O perdão
É o momento em que se experimenta o contacto com o poder e a misericórdia de Deus, através do sacerdote, que nos devolve à vida, deixando para trás as trevas e voltando à luz.

O sacerdote pronuncia a absolvição: "Deus, Pai de misericórdia, que pela morte e ressurreição de Seu Filho reconciliou o mundo consigo, e infundiu o Espírito Santo para remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da Igreja, o perdão e a paz. E eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo."
O penitente responde: Amem.

5. A penitência
João Paulo II numa alocução proferida em 22-3-83 disse: "a penitência tem por missão conseguir a remissão das penas temporais que, depois da remissão dos pecados, ficam ainda por expiar na vida presente ou na futura."

A penitência é a reparação pelos pecados cometidos, imposta pelo confessor.

O Catecismo da Igreja Católica (1460) refere que é "a aceitação paciente da cruz que temos de levar. Tais penitências ajudam-nos a configurarmo-nos com Cristo, que, sozinho, expiou os nossos pecados uma vez por todas. Tais penitências fazem que nos tomemos co-herdeiros de Cristo Ressuscitado, uma vez que também sofremos com Ele (Rm 8,17)".

Textos de apoio:
"Catecismo da Igreja Católica"
"A Confissão explicada pelo Papa" Paulus Editora, 4ª Ed. Março 2000

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

REFLEXÃO....





Esta Homilia do Bispo São Macário (séc. IV) nos convida a refletir sobre que tipo de “Habitação de Cristo” somos, e de que modo nos colocamos a serviço em Sua vinha, como discípulos missionários Seus.

“Deus outrora, irritado contra os judeus entregou Jerusalém como espetáculo aos gentios; e foram dominados por aqueles que os odiavam; não havia mais festas nem oblações. De igual modo, irado contra a alma por ser transgredido o Mandamento, entregou-a aos inimigos que a seduziram e a deformaram. Se uma casa não for habitada pelo dono, ficará sepultada na escuridão, desonrada, desprezada, repleta de toda espécie de imundícia.

Também a alma, sem a presença de Deus, que nela jubilava com Seus anjos, cobre-se com as trevas do pecado, de sentimentos vergonhosos e de completa infâmia. Ai da estrada por onde ninguém passa nem se ouve voz de homem! Será morada de animais.

Ai da alma, se nela não passeia Deus, afugentando com Sua voz as feras espirituais da maldade. Ai da casa não habitada por seu dono! Ai da terra sem o lavrador que a cultiva! Ai do navio, se lhe falta o piloto; sacudido pelas ondas e tempestades do mar, soçobrará! Ai da alma que não tiver em si o verdadeiro piloto, o Cristo! Porque lançada na escuridão de mar impiedoso e sacudida pelas ondas das paixões, jogada pelos maus espíritos como em tempestade de inverno, encontrará afinal a morte.

Ai da alma se lhe faltar Cristo, cultivando-a com diligência, para que possa germinar os bons frutos do Espírito! Deserta, coberta de espinhos e de abrolhos terminará por se encontrar, em vez de frutos, a queimada. Ai da alma, se seu Senhor, o Cristo nela não habitar! Abandonada, encher-se-á com o mau cheiro das paixões, virará moradia dos vícios. O agricultor, indo lavrar a terra, deve pegar os instrumentos e vestir a roupa apropriada para o trabalho; assim também Cristo, o Rei Celeste e verdadeiro agricultor, ao vir à humanidade, deserta pelo vício, assumiu um corpo e carregou como instrumento, a Cruz.


Lavrou a alma desamparada, arrancou-lhe os espinhos e abrolhos dos maus espíritos, extirpou a cizânia do pecado e lançou ao fogo toda erva e suas culpas. Tendo-a assim lavrado com o lenho da Cruz, nela plantou maravilhoso jardim do Espírito, que produz toda espécie de frutos deliciosos e agradáveis a Deus e ao Senhor”. (1)

Os “ais” acima nos interpelam:

Ai de mim se não assumir com alegria a Missão como servo e administrador da vinha do Senhor!

Ai de mim se deixar o coração tomado pelos abrolhos, ervas indesejáveis, que nos sufocam a alegria que Ele sempre quer nos oferecer...

Ai de mim se não me predispuser, permitindo no coração o Arado Divino, lavrando-o para que as Sementes Divinas possam nele serem lançadas, e os frutos por Deus esperados, abundantemente produzidos...

Ai de mim se não me deixar conduzir por Cristo, pela Sua Divina Palavra!

Ai de mim se não tiver d’Ele, mesmos pensamentos e sentimentos... Minha vida reduzir-se-á a tristezas, prantos, dores, choros, lamentos...

Mas, não!

Feliz a alma em que Cristo habita!
Peço-Vos, Senhor: Vem!Fazei em mim Vossa morada.
Que seja eu, embora indigno, hospedeiro do mais Belo Hóspede!

Peço-Vos, Senhor: Vem! Fazei em nós Vossa amável presença.
Que sejamos nós, embora pecadores, receptáculos de Vossa graça!
Amém!

(1) - cf. Liturgia das Horas - Volume IV - p.521.
BLOG: PE. OTACILIO

ORAÇÃO PELA PAZ



Senhor Deus de Paz, escutai a nossa súplica!
Tentamos tantas vezes e durante tantos anos resolver os nossos conflitos com as nossas forças e também com as nossas armas; tantos momentos de hostilidade e escuridão; tanto sangue derramado; tantas vidas despedaçadas; tantas esperanças sepultadas... Mas os nossos esforços foram em vão. Agora, Senhor, ajudai-nos Vós! Dai-nos Vós a paz, ensinai-nos Vós a paz, guiai-nos Vós para a paz. Abri os nossos olhos e os nossos corações e dai-nos a coragem de dizer: «nunca mais a guerra»; «com a guerra, tudo fica destruído»! Infundi em nós a coragem de realizar gestos concretos para construir a paz. Senhor, Deus de Abraão e dos Profetas, Deus Amor que nos criastes e chamais a viver como irmãos, dai-nos a força para sermos cada dia artesãos da paz; dai-nos a capacidade de olhar com benevolência todos os irmãos que encontramos no nosso caminho. Tornai-nos disponíveis para ouvir o grito dos nossos cidadãos que nos pedem para transformar as nossas armas em instrumentos de paz, os nossos medos em confiança e as nossas tensões em perdão. Mantende acesa em nós a chama da esperança para efectuar, com paciente perseverança, opções de diálogo e reconciliação, para que vença finalmente a paz. E que do coração de todo o homem sejam banidas estas palavras: divisão, ódio, guerra! Senhor, desarmai a língua e as mãos, renovai os corações e as mentes, para que a palavra que nos faz encontrar seja sempre «irmão», e o estilo da nossa vida se torne: shalom, paz, salam! Amem. 

PAPA FRANCISCO 

terça-feira, 25 de novembro de 2014

ABORTO




Precisamos mesmo falar sobre aborto


Mas qualquer discussão que se pretenda séria sobre o tema precisa partir da compreensão plena sobre a incômoda realidade da essência desse ato
Em sua edição de novembro, a revista TPM disparou a campanha “#precisamosfalarsobreaborto”, militando a favor da descriminalização do aborto. Artistas, políticos e outras celebridades vêm posando para fotos (depois viralizadas nas mídias sociais) com o slogan da campanha, fazem a defesa de sua posição no site da revista, e algumas mulheres relatam sua experiência pessoal de ter feito o aborto e não se arrepender disso. O tema não chega a ser exatamente um tabu: fala-se de aborto com muita frequência. E a Gazeta do Povo concorda que é preciso, sim, discutir o assunto. Mas considera que, na iniciativa promovida pela revista, está faltando a perspectiva daquele que é o principal envolvido em todo aborto.

A campanha da revista – que pede “debate”, mas não dá espaço aos argumentos pró-vida e já indica qual deveria ser o seu resultado: o apoio à descriminalização –, apesar de seu título, enfatiza as consequências do aborto, como as mortes de gestantes que interrompem sua gravidez clandestinamente, e demonstra uma compreensão incorreta do ato, tratado exclusivamente como manifestação da soberania da mulher sobre seu corpo. Ora, se “precisamos falar sobre aborto”, temos de começar mostrando o que o aborto é, em primeiro lugar: a morte de um ser humano indefeso e inocente. Essa é a realidade da qual não se pode escapar, uma realidade tão sombria que não são poucos os que, após ter contato com ela, se tornaram grandes defensores da vida intrauterina. Um dos casos mais notáveis é o do médico Bernard Nathanson, que passou décadas realizando dezenas de milhares de abortos e militando neste campo; a introdução da tecnologia do ultrassom, nos anos 70, permitiu que Nathanson pudesse ver o que realmente ocorria durante um aborto, o que o fez repensar seus atos.

Essa realidade, no entanto, acaba soterrada por uma série de argumentos que, no mais das vezes, tratam da autonomia da mulher sobre seu próprio corpo. A autonomia é um princípio importante da bioética, mas o problema deste raciocínio é ignorar que o feto não é parte do corpo da gestante, como se fosse um órgão a mais: é um outro indivíduo, com código genético próprio, obtido já no instante da concepção, um fato amplamente atestado pela ciência médica. E, pelo simples fato de ser humano, tem pleno direito à vida, ainda que nos estágios iniciais de desenvolvimento. Essa terceira pessoa envolvida é simplesmente ignorada nos argumentos a favor do aborto. Mas, se vamos discutir o tema, é exatamente isso que precisa ser levado em consideração, em vez de se descartar o caráter humano do feto, uma informação científica, como se fosse um argumento religioso.

Com isso, não queremos dizer que somos insensíveis ao drama das mulheres que, pelas mais diversas condições, se veem levadas a buscar um aborto – e colocam em risco sua própria vida, como ocorreu no caso recente de Jandira Magdalena dos Santos Cruz, no Rio de Janeiro. A morte de uma única mulher em um aborto clandestino é inaceitável e nos coloca diante de um sério dilema. Mas a saída proposta pelos defensores de um suposto direito ao aborto, no entanto, é simplista: transformar a gestante, já fragilizada, em coautora de uma violência contra o próprio filho. O que precisamos é de uma maior mobilização da sociedade, e também do poder público, para que essas mães sejam devidamente amparadas e possam levar até o fim sua gestação, respeitando o direito à vida tanto da mulher quanto do bebê.

É louvável o trabalho de ONGs e entidades que acompanham as gestantes, defendendo-as da pressão social para que eliminem seus filhos e dando a elas um genuíno direito de escolha – sabemos que, por diversas circunstâncias, nem sempre a mãe pode ou quer ficar com a criança; nesses casos, o encaminhamento para a adoção é a melhor solução. No Congresso Nacional, segue em tramitação o Estatuto do Nascituro, que oferecerá mais mecanismos para preservar a vida da criança e a integridade física e mental da mãe. Mas, independentemente de sua aprovação no parlamento, que todos nós possamos abrir os olhos para o horror do aborto e, para evitá-lo, não deixemos abandonadas as mulheres que muitas vezes acreditam não ter outra alternativa.

FONTE: GAZETA DO POVO - JORNAL DE LONDRINA 

ESPIRITUALIDADE DO ADVENTO

Com o Advento iniciamos um novo Ano Litúrgico, quando começamos as leituras dominicais do ano B, em que privilegiamos o Evangelho de São Marcos. É tempo de preparação para a Solenidade do Natal (primeira vinda do Senhor) e da expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos.

Celebrar a liturgia é uma oportunidade de aprofundar a fé e caminhar com esperança no futuro, vivendo a caridade. A nossa Arquidiocese viveu a Festa da Unidade na véspera de Cristo Rei, e comemorou o último dia do Ano Litúrgico com o Show Rio em Comunhão, com os músicos católicos do Rio de Janeiro. Oportunidade de estarmos unidos na missão evangelizadora.
Desde o Domingo de Cristo Rei vivemos a Campanha pela Evangelização, que vai culminar com a coleta no Terceiro Domingo do Advento.

A coroa do Advento é uma das características deste tempo: a cada semana acendemos uma das quatro velas, preparando-nos para a celebração do mistério da encarnação: Ele veio, virá e vem!

A liturgia vai se delineando no passar dos séculos tanto no Oriente como no Ocidente. Temos uma grande e rica experiência que nos foi transmitida e que necessitamos atualizar. É necessário distinguir elementos que dizem respeito a práticas ascéticas e a outras, de caráter estritamente litúrgico; um Advento que é preparação para o Natal, e um Advento que celebra a vinda gloriosa de Cristo (Advento escatológico). Um testemunho antigo encontra-se em uma passagem de Santo Hilário (por volta de 366), que diz: "Sancta Mater Ecclesia Salvatoris adventos annuo recursu per trium septimanarum sacretum spatium sivi indicavit" (CSEL, 65,16). "A santa mãe Igreja oferece um espaço sagrado de três semanas por ano para a vinda do Salvador".

O duplo caráter do Advento, que celebra a espera do Salvador na glória e a Sua vinda na carne, emerge das leituras bíblicas festivas. O primeiro domingo orienta para a parusia final. O segundo e o terceiro chamam a atenção para a vinda cotidiana do Senhor; o quarto domingo prepara-nos para a natividade de Cristo, ao mesmo tempo fazendo dela a teologia e a história. Portanto, a liturgia contempla ambas as vindas de Cristo, em íntima relação entre si.

A partir do dia 17 de dezembro iremos viver a Preparação próxima do Natal, com sua liturgia própria e com as famosas antífonas em “Ó” que contemplam Nossa Senhora da Expectação como N. Sra. do Ó.

Toda a liturgia do Advento é apelo para se viver alguns comportamentos essenciais do cristão: a expectativa vigilante e alegre, a esperança, a conversão, a pobreza. A expectativa vigilante e alegre caracteriza sempre o cristão e a Igreja, porque o Deus da revelação é o Deus da promessa, que manifestou em Cristo toda a sua fidelidade ao homem: "Todas as promessas de Deus encontram nele seu sim" (2 Cor 1,20). A esperança da Igreja é a mesma esperança de Israel, mas já realizada em Cristo.

Os nossos primeiros irmãos na fé, como atesta a Didaqué, imploravam: "Que o Senhor venha e passe a figura deste mundo. Maranatha. Amém". Assim termina o livro do Apocalipse e toda a escritura: "Aquele que atesta essas coisas diz: Sim! Venho muito em breve. Amém! Vem, Senhor Jesus. A graça do Senhor Jesus esteja com todos. Amém" (Ap 22,20). A expectativa vigilante é acompanhada sempre pelo convite à alegria. O Advento é tempo de expectativa alegre porque aquilo que se espera certamente acontecerá. Deus é fiel. A vinda do Salvador cria um clima de alegria que a liturgia do Advento não só relembra, mas quer que seja vivida. O Batista, diante de Cristo presente em Maria, salta de alegria no seio da mãe. O nascimento de Jesus é uma festa alegre para os anjos e para os homens que Ele vem salvar (Lc 1, 44.46-47; 2, 10.13-14).

No Advento, toda a Igreja vive a sua grande esperança. O Deus da revelação tem um nome: "Deus da esperança" (Rm15,13). Não é o único nome do Deus vivo, mas é um nome que O identifica como "Deus para conosco". O Advento é o tempo da grande educação à esperança: uma esperança forte e paciente; uma esperança que aceita a hora da provação, da perseguição e da lentidão no desenvolvimento do Reino; uma esperança que confia no Senhor e liberta das impaciências subjetivistas e do frenesi do futuro programado pelo homem.

Na convocação ao testemunho da esperança, a Igreja, no Advento, é confortada pela figura de Maria, a mãe de Jesus. Ela, que "no Céu, glorificada em corpo e alma, é a imagem e a primícia da Igreja... brilha também na Terra como sinal de segura esperança e de consolação para o povo de Deus a caminho, até que chegue o Dia do Senhor" (2 Pd 3,10).

Advento, tempo de conversão, como espera do Redentor! Não existe possibilidade de esperança e de alegria sem retornar ao Senhor de todo coração, na expectativa da Sua volta. A vigilância requer luta contra o torpor e a negligência; requer prontidão e, portanto, desapego dos prazeres e bens terrenos. O cristão, convertido a Deus, é filho da luz e, por isso, permanecerá acordado e resistirá às trevas, símbolo do mal, pois do contrário corre o risco de ser surpreendido pela parusia. Nesse tempo, em nossas paróquias temos a oportunidade de fazer os mutirões de confissões, quando sacerdotes de uma mesma região atendem as confissões dos paroquianos de uma determinada paróquia em um dia da semana. Tempo de celebrar a conversão e o retorno a Deus através do sacramento da Penitência.

O comportamento de vigilante espera na alegria e na esperança, exige sobriedade, isto é, renúncia aos excessos e a tudo aquilo que possa desviar-nos da espera do Senhor. A pregação do Batista, que ressoa no texto do evangelho do Segundo Domingo do Advento, é apelo para a conversão, a fim de preparar os caminhos do Senhor. O espírito de conversão, próprio do Advento, possui tonalidades diferentes daquelas relembradas na Quaresma. A substância é essencialmente a mesma, mas, enquanto a Quaresma é marcada pela austeridade da reparação do pecado, o Advento é marcado pela alegria da vinda do Senhor.

Enfim, um comportamento que caracteriza a espiritualidade do Advento é o do pobre. Não apenas o pobre em sentido econômico, mas também o pobre entendido em sentido bíblico: aquele que confia em Deus e apoia-se totalmente nele. Estes “anawîm”, como os chama a Bíblia, são os mansos e humildes, porque as suas disposições fundamentais são a humildade, o temor de Deus, a fé.

Eles são objeto do amor benévolo de Deus e constituem as primícias do "povo humilde” (Sf 3,12) e da "Igreja dos pobres" que o Messias reunirá. Jesus proclamará felizes os pobres e neles reconhecerá os herdeiros privilegiados do Reino, Ele mesmo será pobre. Belém, Nazaré, mas, sobretudo, a cruz: são diversas formas com que Cristo manifestava-se como autêntico "pobre do Senhor". Maria emerge como modelo dos pobres do Senhor, que esperam as promessas de Deus, confiam Nele e estão disponíveis, com plena docilidade, à atuação do plano de Deus.

Vivamos com abertura de coração este tempo privilegiado, e manifestemos nossa fé com coragem, simplicidade e alegria. 
Eis que o Senhor veio, virá e vem!

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)


domingo, 23 de novembro de 2014

FESTA DE CRISTO REI: DIA DO LEIGO E LEIGA

Na festa de Cristo Rei, comemoramos o dia dos cristãos leigos e leigas. Iniciamos parabenizando a todos os batizados em nome da Trindade. Pela graça do Batismo fomos incorporados no ressuscitado e com ele aceitamos o convite de sermos “sacerdotes, profetas e reis”.

A Comissão Episcopal de Pastoral para o Laicato da CNBB quer externar a alegria por contar com tantos milhões de cristãos leigos e leigas que se engajam nos trabalhos pastorais, vivem seu carisma específico numa comunidade, ou associação de fieis, ou institutos seculares, ou movimentos ou em tantas outras formas expressões laicais que enriquecem a Igreja como sinal do Reino de Deus.

Jesus Cristo é proclamado Rei do Universo. Por isso, por sermos filhos desse Reino, devemos ajudar e promulgar o mesmo inaugurado por Jesus Cristo. “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo” (Mt 6,33).

Nosso modo de viver e testemunhar a fé cristã, o nosso jeito de ser na Igreja e na sociedade deve contribuir para que esse Reino cresça para o bem de toda a humanidade. Na família, no trabalho, na escola, na política, no esporte, na Igreja somos desafiados a viver os sentimentos de Jesus Cristo. O mestre mesmo nos diz: “Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa Nova” (Mc 1,15).

Não podemos ficar protelando na vida os sinais do bem, da justiça, da paz e da alegria. Toda tristeza e toda mágoa que alimentamos nos distanciam do Reino de Deus, portanto, o cristão está em contínua vigilância e atento, de rosto livre e limpo tendo atitudes corretas e de respeito onde vive no dia a dia. “Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele!” (Mc 10,15).

Na alegria e na tristeza os batizados agem com sentimentos de estima, de responsabilidade, de compaixão e de misericórdia. Os cristãos leigos e leigas não vivem isolados; fechados em si mesmos, muitos recebem o mandato pela inspiração do Mestre e, iluminados pelo Espírito Santo, decidem agir em outros lugares na busca de fazer o bem. “Mas Ele disse-lhes: “Eu devo anunciar a Boa Nova do Reino de Deus também a outras cidades, pois é para isso que fui enviado” (Lc 4,43).

Alegramo-nos com os milhões de cristãos leigos e leigas que, como sujeitos eclesiais, atuam na Igreja como catequistas, animadores de comunidades, ministros extraordinários da Eucaristia, na pastoral da Juventude, nos Conselhos de Pastorais, Pastoral da Criança, Pastoral da Pessoa Idosa, e tantas outras iniciativas. Agradecemos, também, a tantos que atuam nos diferentes campos da sociedade e são pessoas boas que pelo jeito de ser, atraem o bem e são instrumentos de paz e harmonia na sociedade. São pessoas que divulgam com a vida e testemunho a gratuidade do Reino de Deus.

Que em cada Diocese do Brasil os leigos se organizem, vejam quais as ações viáveis para fortalecer os batizados na vida prática e contar cada vez mais com um laicato maduro que ampliará com certeza o Reino de Deus entre nós. Fortalecer os Conselhos Diocesanos de Leigos onde existem, e criar onde ainda não existem, para enriquecer a dignidade dos leigos e leigas em todo o Brasil. Os Conselhos vão além das organizações, das Pastorais, são a expressão da organização e articulação dos leigos e leigas e da força da sua identidade e dignidade de cristãos batizados, implantando o Reino de Deus entre nós.

Homenageando a todos os cristãos leigos e leigas, queremos afirmar o compromisso de fomentar o desejo de promover a paz, missão de cada ser humano juntamente com os bispos, padres e religiosos e religiosas, diáconos. Assim teremos um mundo sonhado por Deus e nunca mais se ouvirá notícias de mortes violentas, corrupções, desajustes familiares, vícios que machucam famílias e toda a sociedade.

Parabéns por vocês serem pessoas comprometidas com o Reino de Deus.

O Senhor da Vida os abençoe.

Dom Frei Severino Clasen, OFM

Bispo Diocesano de Caçador, SC

Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral para o Laicato.

sábado, 22 de novembro de 2014

“Seguir Jesus Cristo, doar a vida a Ele, à serviço do reino, produz em cada um de nós uma profunda alegria“



2015 - ANO DA VIDA CONSAGRADA 

A vida consagrada estará em destaque na Igreja em todo mundo no próximo ano. O Papa Francisco declarou 2015 como um ano dedicado à vida consagrada, com início no dia 30 de novembro de 2014 até o dia 2 de fevereiro de 2016. Esse é o tema do Canção Nova em Foco desta semana com a Irmã Maria Inês Vieira, presidente nacional da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).

Além de falar sobre a iniciativa do Papa e a organização da vida religiosa no país, irmã Maria Inês destaca a alegria e o testemunho das pessoas que se dedicam exclusivamente ao serviço de Deus e conta por que há 44 anos deixou tudo que tinha para se dedicar ao anúncio do Evangelho.

“Eu queria justamente fazer Jesus Cristo mais conhecido e mais amado, e o seu Reino, ser espalhado no meio das pessoas.” Desde a adolescência, Irmã Maria Inês queria colaborar com um mundo melhor e viu na vida religiosa o meio adequado para isso. Tantos anos depois, ela testemunha que valeu a pena e que ver as pessoas vivendo com mais dignidade é o que a realiza.

“Quando você anda pelo país afora e vê o trabalho das irmãs nas obras sociais, nos hospitais, nas escolas, principalmente nas periferias, e vê as pessoas crescendo em dignidade, é o que me torna mais feliz.”

No Brasil, pelo menos 37 mil religiosos se dedicam ao serviço de Deus. O número é ainda maior porque nem todos estão cadastrados na CRB. Para a responsável, o grande testemunho que esses homens e mulheres dão ao mundo é assumir os conselhos evangélicos: castidade, pobreza e obediência, que vão na “contra mão” do que as pessoas mais buscam para suas vidas como o prazer e o ter.“O mundo vai contra tudo isso, que para nós é um grande valor. Então é um sinal de contradição e ao mesmo tempo de serviço, de dedicação ao Reino.”

A religiosa chama atenção para o testemunho que o Papa Francisco tem dado sobre a alegria em anunciar o Evangelho. Ela recorda que a Carta aos Consagrados e Consagradas escrita pelo Papa Francisco, por ocasião do Ano da Vida Consagrada, tem por título justamente: “Alegrai-vos!”

“Seguir a Jesus Cristo, doar a sua vida a Ele, a serviço do Reino, produz em cada um de nós uma profunda alegria em fazer o melhor de nós, que é fazer o bem aos outros, lutar por um mundo melhor, anunciar o Evangelho, isso produz em cada pessoa, não só no consagrado, mas em cada batizado, uma profunda alegria. A alegria dos que seguem a Jesus é contagiante.”

O Ano da Vida Consagrada faz parte das comemorações dos 50 anos do documento Perfectae Caritatis, sobre a Renovação da Vida Religiosa. Para irmã Maria Inês, será um ano para mostrar ao mundo que a vida consagrada é um caminho de serviço e doação a todo povo de Deus

FESTA DE CRISTO REI - ADORAÇÃO


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

20 de novembro: Dia da Consciência Negra



DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA


Aos poucos os eventos gaúchos atraíram a atenção da mídia nacional e de grupos negros de outros Estados, que também passaram a adotar o 20 de novembro. Finalmente, em 1978, o Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial adotou a data, batizando-a de Dia Nacional da Consciência Negra. Mais recentemente os poderes públicos abraçaram a ideia, dando origem ao feriado de amanhã, celebrado em muitas cidades do País.

Em uma dissertação de mestrado apresentada no programa de pós-graduação em história da PUC de Porto Alegre, o jornalista negro Deivison Moacir Cezar de Campos sugere que os rapazes do Palmares foram subversivos. Porque fizeram um contraponto ao discurso oficial do regime militar, que exaltava as igualdades proporcionadas pela democracia racial e via no debate sobre o tema um fator de distúrbio. “Eles buscavam o reconhecimento das diferenças étnicas e das condições desiguais de acesso à cidadania e a integração socioeconômica”, diz a tese. E mais: “Colocaram-se contra o oficialismo ao defenderem a substituição de 13 de Maio, o Dia das Raças, pelo 20 de Novembro, Dia do Negro; ao proporem uma revisão da historiografia; ao afirmarem um herói não reconhecido.”

Hoje, muitas conquistas das comunidades negras estão presentes em nossa sociedade. Existem desafios que vamos enfrentando com participação de grupos organizados ou não. A Pastoral Afro-brasileira, presente em todo o Brasil, celebra mas também está empenhada em enfrentar os desafios presentes no mundo. A Escravidão hoje atinge 29 milhões de trabalhadores em todo o mundo. Um relatório recém-divulgado pela fundação Walk Free aponta que 29 milhões de pessoas no mundo ainda trabalham sob o regime de escravidão.

Para o cientista político Leonardo Sakamoto, que é coordenador da ONG Repórter Brasil e membro da Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, a escravidão ocorre quando a dignidade ou a liberdade são aviltadas. Condição degradante é aquela que rompe o limite da dignidade. São negadas a essas pessoas condições mínimas mais fundamentais, colocando em risco a saúde e a vida.

A Mauritânia ocupa o primeiro lugar do ranking de escravidão global, que analisou 162 países e leva em consideração o casamento infantil e os níveis de tráfico humano. Haiti, Paquistão e Índia vêm em seguida. No Brasil, 125 anos após a abolição da escravatura, milhares de pessoas ainda são submetidas a trabalhos em situação degradante. No entanto, há avanço na erradicação da prática. A primeira política de contenção do trabalho escravo é de 1995 e, de lá para cá, 45 mil pessoas foram libertadas de locais onde havia exploração desumana da mão de obra. Tramita no Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional para endurecer a lei. É a PEC do Trabalho Escravo e prevê o confisco de imóveis em que o trabalho escravo for encontrado e sua destinação para reforma agrária ou para o uso habitacional urbano.

Lucrativa, a escravidão moderna movimenta mais de US$ 32 bilhões, segundo a Organização Internacional do Trabalho. Estimativas da OIT também apontam que há 5,5 milhões de crianças escravas no mundo.

Como muito bem falou o Papa João Paulo II, aos afro-americanos, em 1992, em Santo Domingo: "A estima e o cultivo dos vossos valores Afro-americanos, enriquecerão infalivelmente a Igreja."

Em outras palavras, a novidade que a Igreja quer e merece é a inclusão em sua Ação Evangelizadora, das riquezas culturais e espirituais que emanam do Patrimônio africano e afro-descendente.

O processo de Cidadania do povo negro é uma dimensão essencial da vida e da Missão da Nossa Igreja Católica Apostólica Romana. A Igreja Católica no Brasil, fiel à missão de Jesus Cristo, está presente nesses importantes acontecimentos por meio de seus representantes e de suas orações. Exorta a todo o Povo de Deus a colocar-se a serviço da vida e da esperança, "acolher, com abertura de espírito as justas reivindicações de movimentos - indígenas, da consciência negra, das mulheres e outros - (...) e empenhar-se na defesa das diferenças culturais, com especial atenção às populações afro-brasileiras e indígenas" (CNBB, Doc. 65, nº 59).

Pastoral Afro-brasileira da CNBB

PARA DEUS NADA É IMPOSSÍVEL




A fé é o dom que recebemos no batismo; ela cresce em nós a ponto de se tornar operativa, não intelectual. "Acredito que Jesus pode curar e só". Não deve ser dessa forma, mas sim: "Estou convencido do poder curador do Senhor, de que minha fé me leva a ser instrumento d'Ele". Tudo isso depende de estarmos no Espírito Santo e permanecermos n'Ele.

Se eu pegar um copo e nele colocar água, um pouco de azeite, uma rolha e um pavio, farei uma lamparina de azeite. Por sua vez, se eu pegar só o pavio e puser fogo nele, em poucos segundos o pavio se consumirá. Contudo, se eu o deixar embebido no azeite e acendê-lo, ele ficará horas iluminando. Enquanto ele estiver embebido no azeite, produzirá luz e calor. Com cada um de nós ocorre o mesmo, tudo depende de permanecermos "embebidos" no Espírito. Ele, que possui todos os dons, manifesta-se em nós conforme a nossa necessidade.

"Quando voltaram para junto da multidão, alguém aproximou-se de Jesus, caiu de joelhos e disse: 'Senhor, tem piedade do meu filho. Ele tem crises de epilepsia e passa mal. Muitas vezes cai no fogo ou na água. Levei-o aos teus discípulos, mas eles não conseguiram curá-lo!' Jesus tomou a palavra: 'Raça incrédula e perversa, até quando estarei convosco? Até quando hei de aturar-vos? Trazei aqui o menino'. Jesus ameaçou o demônio e este saiu do menino, que ficou curado na mesma hora. Então os discípulos lhe perguntaram em particular: 'Por que não pudemos nós expulsar este demônio?'. Jesus respondeu-lhes: 'Por causa de vossa falta de fé. Em verdade vos digo: se tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a esta montanha: Transporta-te daqui para lá, e ela irá; e nada vos será impossível'" (Mt 17,14-20). 

Segue-se, então, a parte mais importante do Evangelho, no versículo 19: "Então, os discípulos aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram em particular: 'Por que nós não conseguimos expulsar o demônio?' Ele respondeu: 'Por causa da fraqueza de vossa fé!'" (Mt 17, 19b-20a).

Que é isso! Então, os apóstolos não tinha fé? Respondemos: "Claro que tinham!". Eles acreditavam em Jesus, que Ele era o Filho de Deus. Acreditavam que Jesus curava e expulsava demônios. Os discípulos acreditavam que o poder de Deus estava em Cristo. Prova disso é que foram à frente d'Ele, de aldeia em aldeia, de cidade em cidade, pregando, curando e vendo curas acontecerem.

Eles viram! Portanto, acreditaram. Porém, diante daquela situação, diante do menino naquele estado, não acreditaram. Eles se julgaram muito pequenos para aquilo, mas Jesus foi claro: "Por causa da fraqueza de vossa fé".

O Senhor continua: "Em verdade vos digo: se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a esta montanha: 'Vai daqui para lá', e ela irá. Nada vos será impossível" (Mt 17,20b). Jesus nem exige uma grande fé, da altura de uma montanha. Basta que a tenhamos do tamanho de um grão de mostarda e nos valhamos dela.

Podemos rezar assim: "Vem, Espírito Santo! Sei que o Teu amor já foi derramado sobre mim, mas, hoje, reinflama o carisma de Deus que está em mim. Quero usar o carisma do Senhor de acordo com a minha fé. Amém!".

Artigo extraído do livro 'Aspirais os dons espirituais', de monsenhor Jonas Abib.
www.cancaonova.com


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

VOCÊ TEM ACREDITADO NOS SEUS SONHOS?



Nossos sonhos estão intimamente ligados à vida. Falar sobre eles mexe com nossas emoções e nossos sentimentos

Falar a respeito de sonhos exige uma maestria que talvez esteja além da que possuo. Porém, é justamente porque acredito no poder dos sonhos que me arrisco a tocar no assunto.

Nossos sonhos estão intimamente ligados à vida, por isso, falar sobre eles mexe com nossas emoções e nossos sentimentos, os quais podem estar ligados ao presente, ao passado ou relacionados ao futuro. Por isso, quando você leu a frase "Não deixe de sonhar", pode ser que isso lhe tenha despertado um sentimento de ânimo, que o encoraje a continuar lutando por seus sonhos e o faz ler um pouco mais; ou pode ser também, que tenha despertado um sentimento de frustração ligado ao fato de você ter sonhado muito no passado, e, hoje, viver uma realidade totalmente inversa a que desejou. Eu peço licença para entrar em seu coração, esteja como ele estiver, e convidá-lo para falarmos sobre o assunto com calma e sinceridade.

Um xícara de chá, um fim de tarde com vista para um lago ao pôr do sol seria meu cenário escolhido para nossa partilha. Mas vamos fazer bom uso do que temos, o coração tem o poder de nos levar além. Então, respire fundo, imagine a calma do entardecer e permita que a suave brisa da primavera o ajude a pensar nos seus sonhos.

Talvez, você precise fazer uma pequena viagem antes de começarmos a conversa. Então, coragem! Vá até seu baú de lembranças, abra com cuidado e recolha de lá seus sonhos de criança, pegue também os sonhos da adolescência, da juventude e todos os outros que encontrar. Traga tudo com cuidado e comece a rever um por um antes de falar qualquer coisa. Verá que alguns já não fazem sentido, pois estavam ligados às fantasias próprias da idade, enquanto outros continuam com todo sentido, embora estejam desbotados pelo tempo e amassados pelos acontecimentos. Então, sopre sobre eles com força e retire a poeira que tenta os encobrir. Pegue seus sonhos de volta, pois eles são seus e isso os faz preciosos, exclusivos e especiais. Nada nem ninguém neste mundo tem mais poder sobre eles do que você mesmo. Portanto, segure-os com firmeza e não dê a ninguém o direito de os destruir.

Tenho escutado muitos relatos de pessoas que deixaram de sonhar. As razões são diversas, mas o resultado, infelizmente, é o mesmo. A falta de esperança, o desânimo e o viver por viver têm inquietado meu coração, porque acredito que viver sem sentido, sem sonhos, sem esperança e alegria não é a vontade de Deus para ninguém. Quando, por inúmeras razões, alguém deixa de sonhar é como se, de certa forma, desistisse também de viver. Torna-se insatisfeito com tudo e com todos, não consegue se alegrar com o sucesso do outro, gasta muita energia procurando defeito em tudo; geralmente, não acha graça em quase nada nesta vida e está sempre se referindo ao passado ou ao futuro, nunca vive o presente. Conhece alguém assim? Tomara que você não diga: "sou eu"!

Mas se for seu caso, não se preocupe! Tem jeito! É possível voltar a sonhar e a viver plenamente com a ajuda do maior Sonhador que a humanidade já conheceu: Jesus Cristo! Ele passou por este mundo distribuindo sonhos e contagiando multidões. Eu faço parte do grupo d'Ele, fui cativada por Seu jeito de sonhar e, desde então, tento seguir Suas pegadas. Às vezes caio, mas Ele me levanta. Às vezes acerto, e Ele me aplaude. Às vezes erro, e Ele me espera. Com Sua graça retomo e tento seguir em frente. Aliás, é por isso que estou aqui convidando você para também segui-Lo.

Acredito que Deus nos criou para vivermos plenamente, por isso nos capacitou com a possibilidade de sonhar. Ele sabe que enquanto lutarmos para conquistar nossos ideais, experimentaremos uma alegria antecipada que nos move, enche-nos de esperança, o que é essencial para uma vida plena.

Quem sonha consegue ir além, vê nas adversidades a oportunidade para crescer e não para diante dos desafios. Quando olhamos para a história, vemos que as grandes conquistas mundiais passaram pelo coração de um sonhador. Podemos recordar, por exemplo, Thomas Edison, considerado o mais fértil inventor de todos os tempos. Ele criou o fonógrafo, a lâmpada elétrica, o projetor de cinema e aperfeiçoou o telefone. Mas precisou acreditar que tudo isso era possível, mesmo quando a maioria dos mortais afirmava que não daria certo. É graças a sua insistência em sonhar que hoje temos essas e outras preciosidades da ciência e da técnica a nosso favor. E você, tem acreditado nos seus sonhos e lutado por eles?

Há uma música do Juninho Cassimiro que diz: "Tudo o que é teu está no coração de Deus. Não deixe de sonhar, basta enfim acreditar…"

Foi ouvindo essa canção que comecei a rabiscar este texto. Tomara que, de alguma forma, ele o ajude a continuar acreditando em seus sonhos. Eu sei que esperar não é fácil, também faço parte do grupo que espera o cumprimento das promessas de Deus, mas o que não podemos fazer jamais é deixar de sonhar. Se enquanto estiver examinando o "baú de suas recordações", perceber que alguma coisa não deu certo, comece de novo sem medo.

Lembre-se de que você nunca está sozinho. Aquele que sonhou com você, antes mesmo de sua existência, estará ao seu lado dando-lhe a força necessária para cada instante. Se me permite, termino nosso encontro de hoje com um conselho: com relação aos seus sonhos, não se dê por vencido! As promessas de Deus para sua vida hão de se cumprir no tempo d'Ele e do jeito que for melhor para você. Para o Senhor tudo é possível, peça a Ele que renove sua esperança e o ajude a dar os passos certos na direção da vitória. Não deixe de sonhar!

Dijanira Silva
www.cancaonova.com

MEDITAÇÃO: FALAR COM DEUS




QUEREMOS QUE CRISTO REINE


– Instaurar todas as coisas em Cristo.

– A não aceitação de Cristo.

– Propagar o reinado de Cristo.

I. JESUS ESTAVA PERTO de Jerusalém e isso fez muitas pessoas pensarem que estaria iminente a chegada do Reino de Deus, um reino – conforme essa falsa opinião – de caráter temporal. O Senhor, imaginavam, entraria triunfalmente na cidade depois de vencer o poder romano, e eles teriam um lugar privilegiado quando chegasse esse momento. Esses sonhos, tão afastados da realidade, eram uma prolongação da mentalidade existente em muitos círculos judeus da época. Para corrigir a fundo essa mentalidade, Jesus expôs a parábola que o Evangelho da Missa de hoje nos relata1.

Um homem de origem nobre partiu para um país longínquo a fim de receber a investidura real. Era costume que os reis de territórios dependentes do Império Romano recebessem o poder real das mãos do Imperador, e às vezes tinham até que ir a Roma. Na parábola, este personagem ilustre deixou a administração do seu território nas mãos de dez homens da sua confiança e partiu para receber a investidura. Deu-lhes dez minas, um pequeno tesouro, para que o fizessem render: Negociai com eles até eu voltar. Esses homens cumpriram o encargo: emprestaram a juros, compraram e venderam. Trabalharam bem para o seu senhor por uma longa temporada...

Ora, é isso o que a Igreja continua a fazer desde o dia em que recebeu o imenso Dom do Espírito Santo – enviado por Cristo – e, com Ele, a infalível palavra de Deus, a força dos sacramentos, as indulgências... “Em vinte séculos, trabalhou-se muito; não me parece nem objetivo nem honesto – comentava o Bem-aventurado Josemaría Escrivá – a ânsia com que alguns querem menosprezar a tarefa dos que nos precederam. Em vinte séculos realizou-se um grande trabalho e, com freqüência, realizou-se muito bem. Em certas épocas, houve desacertos, recuos, como também hoje há retrocessos, medo, timidez, ao mesmo tempo que não faltam atitudes de valentia e generosidade. Mas a família humana renova-se constantemente; em cada geração é necessário continuar com o empenho de ajudar o homem a descobrir a grandeza da sua vocação de filho de Deus, e inculcar-lhe o mandamento do amor ao Criador e ao próximo”2. A vida é um tempo para fazer frutificar os bens divinos.

Corresponde-nos a cada um, a cada cristão, fazer render agora o tesouro de graças que o Senhor deposita nas nossas mãos, enquanto “vivificados e congregados no seu Espírito, caminhamos para a consumação da história humana, que coincide plenamente com o seu desígnio de amor: Restaurar todas as coisas em Cristo, as que estão nos céus e as que estão na terra (Ef 1, 10)”3. Esta é a nossa tarefa até o momento em que o Senhor volte para cada um, isto é, até o momento da nossa morte: procurar com empenho que o Senhor esteja presente em todas as realidades humanas. Nada é alheio a Deus, pois todas as coisas foram criadas por Ele, e para Ele se dirigem, dentro da autonomia própria de cada uma: os negócios, a política, a família, o esporte, o ensino...

Eis que venho depressa – diz hoje o Senhor –, e a minha recompensa está comigo, para retribuir a cada um segundo as suas obras. Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o princípio e o fim4. Só nEle os nossos afazeres aqui na terra encontram o seu sentido. A Igreja inteira é depositária do tesouro de Cristo: quando cada um de nós luta por ser fiel aos seus deveres, aos compromissos que adquiriu como cidadão e como cristão, a santidade de Deus cresce no mundo.

II. ENQUANTO aqueles administradores fiéis procuravam com empenho fazer render o tesouro do seu senhor, muitos dos seus concidadãos aborreciam-no; e enviaram atrás dele uma embaixada encarregada de dizer: Não queremos que ele reine sobre nós. O Senhor deve ter introduzido com muita pena estas palavras no meio do relato, pois fala de Si mesmo: Ele é o homem ilustre que partiu para terras longínquas. Jesus via nos olhos de muitos fariseus um ódio crescente e a rejeição mais completa. Quanto maior era a sua bondade e maiores as provas de misericórdia que dava, mais crescia a incompreensão que se podia notar em muitos rostos. Essa rejeição tão frontal, que pouco tempo depois atingiria o seu ponto culminante na Paixão, deve ter sido muito dura para o Mestre.

O Senhor também quis aludir à recusa de que seria objeto ao longo dos séculos. Acaso é menor a que hoje se dá? São menores o ódio e a indiferença? Na literatura, na arte, na ciência..., nas famílias..., parece ouvir-se um alarido gigantesco: Nolumus hunc regnare super nos!, não queremos que Ele reine sobre nós! Ele, “que é o autor do universo e de cada uma das criaturas, e que não se impõe com atitudes de domínio, mas mendiga um pouco de amor, mostrando-nos em silêncio as suas mãos chagadas.

“Como é possível, então, que tantos o ignorem? Por que se ouve ainda esse protesto cruel: Nolumus hunc regnare super nos (Lc 19, 14), não queremos que Ele reine sobre nós? Há na terra milhões de homens que se defrontam assim com Jesus Cristo, ou melhor, com a sombra de Jesus Cristo, porque, na realidade, o verdadeiro Cristo, não o conhecem, nem viram a beleza do seu rosto, nem perceberam a maravilha da sua doutrina.

“Diante desse triste espetáculo, sinto-me inclinado a desagravar o Senhor. Ao escutar esse clamor que não cessa, e que se compõe não tanto de palavras como de obras pouco nobres, experimento a necessidade de gritar bem alto: Oportet illum regnare! (1 Cor 15, 25), convém que Ele reine [...]. O Senhor impeliu-me a repetir, desde há muito tempo, um grito silencioso: Serviam!, servirei. Que Ele nos aumente as ânsias de entrega, de fidelidade à sua chamada divina – com naturalidade, sem ostentação, sem ruído –, no meio da rua. Agradeçamos-lhe do fundo do coração. Elevemos uma oração de súditos, de filhos!, e a nossa língua e o nosso paladar experimentarão o gosto do leite e do mel, e nos saberá a favo cuidar do reino de Deus, que é um reino de liberdade, da liberdade que Ele nos conquistou (cfr. Gál 4, 31)”5.

Pôr-nos-emos a serviço de Cristo como nosso Rei e Senhor que é, como Salvador da Humanidade inteira e de cada um de nós. Serviam!, servirei, Senhor, é o que dizemos na intimidade da nossa oração.

III. DEPOIS DE ALGUM TEMPO, aquele senhor voltou com a investidura real e recompensou generosamente os servos que tinham trabalhado por fazer render o que haviam recebido; mas castigou duramente os que na sua ausência o tinham rejeitado, e sobretudo um dos administradores que havia perdido o tempo e não fizera render a mina que recebera. “O mau servo não se aplicou e nada devolveu; não honrou o seu amo e foi castigado. Glorificar a Deus é, pelo contrário, dedicar as faculdades que Ele me deu para conhecê-lo, amá-lo e servi-lo, e assim devolver-lhe todo o meu ser”6.

Este é o fim da nossa vida: dar glória a Deus aqui na terra pelo bom uso de todas as coisas que recebemos, e depois na eternidade, com a Virgem, os anjos e os santos. Se o tivermos sempre presente, que bons administradores seremos dos dons que o Senhor nos quis dar para com eles ganharmos o Céu!

“Nunca vos arrependereis de tê-Lo amado”, costumava dizer Santo Agostinho7. O Senhor é bom pagador já nesta vida quando somos fiéis. Que será no Céu! Agora temos que propagar o reinado de Cristo na terra, no meio da sociedade em que nos movemos; sentir-nos permanentemente responsáveis por dilatá-lo no ambiente em que nos desenvolvemos, a começar pela nossa família: “Não abandoneis os vossos pequenos; contribuí para a salvação do vosso lar com todo o esmero”8, aconselhava vivamente o santo bispo de Hipona.

Nestes dias, enquanto esperamos a Solenidade de Cristo Rei, podemos preparar-nos para ela repetindo algumas jaculatórias que venham a dizer: Regnare Christum volumus!, queremos que Cristo reine! E que esse reinado seja uma realidade em primeiro lugar na nossa inteligência, na nossa vontade, no nosso coração, em todo o nosso ser9. Por isso pedimos: “Meu Senhor Jesus: faz que eu sinta e secunde de tal modo a tua graça, que esvazie o meu coração..., para que o preenchas Tu, meu Amigo, meu Irmão, meu Rei, meu Deus, meu Amor!”10

(1) Lc 19, 11-28; (2) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 121; (3) Concílio Vaticano II, Constituição Gaudium et spes, 45; (4) Apoc 22, 12-13; (5) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 179; (6) Joseph Tissot, La vida interior, pág. 102; (7) cfr. Santo Agostinho, Sermão 51, 2; (8) Santo Agostinho, Sermão 94; (9) cfr. Pio XI, Carta Encíclica Quas primas, 11.12.25; (10) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Forja, n. 913.

FONTE:http://hablarcondios.org/pt/meditacaodiariaseguinte.asp

terça-feira, 18 de novembro de 2014

O DESAFIO DE EVANGELIZAR NA REDE SOCIAL

O desafio da Evangelização na rede


Retomando a citação do Papa Bento em que ele ressalta a missão da Igreja que é chamada a “... descobrir, também na cultura digital, símbolos e metamorfoses significativas para as pessoas, que possam ser uma ajuda para falar do Reino de Deus ao homem contemporâneo.”, faço uma breve reflexão.

Tenho experimentado a força deste espaço... Quanto bem tem levado a muitas pessoas, conhecidas ou não (esta é uma das múltiplas faces da cultura digital, que nos desafia e nos aproxima).

Evidentemente, tanto aqui como no contato pessoal, com pequenos grupos ou grande número de pessoas em Assembleias, a Palavra é a mesma a ser anunciada e deve ser feito sempre com o mesmo amor.

A cultura digital tem seu fascínio, seu encanto, mas não dispensa o contato pessoal. Impressionante a intuição e a coragem do Papa na busca da compreensão da cultura digital, mais ainda a motivação para que não nos furtemos dela, não sejamos omissos. Haveremos de ser criativos e usar os meios lícitos e pertinentes para comunicar a Boa Nova do Evangelho, sem jamais o trair.

Quais símbolos e metamorfoses significativas haveremos de descobrir e utilizar para que cada letra, cada palavra, cada texto postado ou quaisquer outros trabalhos maiores realizados favoreçam a conversão e a transformação das pessoas, como alegre sinal do Reino a ser anunciado e construído?

Como ajudar, através da cultura digital, a realização do homem contemporâneo sem jamais se distanciar da verdade de Jesus Cristo, da Igreja e do homem?

Por isto manifesto mais uma vez meu anseio que o leitor não apenas visite este blog, mas faça dele um momento forte de oração revitalizando-se no essencial de Deus que é o Amor, e assim amar como Ele ama.

O mundo será mais belo se aprendermos a amar como Deus nos ama, sem nenhum acréscimo e nenhuma complicação. Amar na medida do Amor de Deus, se é que podemos falar em medida...

Ter Sal em nós é preciso para dar ao mundo novo sabor. Ser Luz nas mais diversas situações obscuras, nas "cavernas sombrias e escuras" da existência. Não podemos esconder a luz sob a mesa, tão pouco deixar o sal perder seu sabor, há muito Ele nos advertiu. 

Anunciar a Boa Nova do Evangelho é preciso, sobre os telhados, como já anunciara o Senhor.

Quais os esforços que realizamos para a compreensão da cultura digital?

De que modo ela com seus símbolos e recursos beirando o infinito podem ajudar a tornar homens e mulheres mais felizes?

Como tornar na cultura digital o Evangelho verdadeiramente uma Boa Nova para homem e mulher contemporâneos?

Alguns princípios não podemos perder de vista, que são acima de tudo pautados no Evangelho e dentre os quais destacamos: amor, verdade, justiça, liberdade, fraternidade, comunhão, respeito, solidariedade, paz, felicidade...

Que a cultura digital não contratestemunhe a própria cultura, que consiste em criar laços de comunhão, no respeito às diferenças, promovendo a realização da pessoa consigo mesma, com o outro e com Deus.

Há um imenso mar a ser descoberto. E, assim é o mar: quanto mais profundo for o mergulho, mais belos e encantadores serão seus mistérios.


PS: Citação extraída da mensagem intitulada “Verdade, anúncio
e autenticidade de vida na era digital”.
BLOG: PADRE OTACILIO