sábado, 28 de fevereiro de 2015

Vivendo a Quaresma


A IMENSIDADE DA DOR DA 
PAIXÃO DE CRISTO

«Atendei e vede se há dor semelhante à minha dor»(Lm 1, 12)

Cristo, na sua paixão, sofreu verdadeiramente a dor. Tanto a sensível, causada pelos tormentos corpóreos, como a interior, causada pela apreensão do mal, que se chama tristeza. Ora, ambas essas dores foram máximas em Cristo, entre as dores da vida presente. O que se explica por quatro razões.

1. Primeiro, pelas causas da dor. Pois, a dor sensível teve como causa uma lesão corpórea cheia de acerbidade, tanto pela generalidade da paixão, como pelo gênero da mesma. Pois, a morte dos crucificados é acerbíssima, por serem trespassados em lugares nervosos e sobremaneira sensíveis, que são as mãos e os pés. E além disso, o peso mesmo do corpo pendente continuamente aumenta a dor; acrescentando-se ainda a diuturnidade dela, pois os crucificados não morrem logo como os mortos pela espada.

Quanto à dor interna, teve as causas seguintes. Primeiro, todos os pecados do gênero humano, pelos quais satisfazia com os seus sofrimentos; por isso como que os avocou a si dizendo: «Os clamores dos meus pecados» (Sl 21, 1). Segundo e especialmente, a culpa dos judeus e dos outros, que lhe infligiram a morte; e sobretudo a dos discípulos, que se escandalizaram com a paixão de Cristo. Terceiro, ainda, a perda da vida do corpo, naturalmente horrível à natureza humana.

2. Segundo, a grandeza da dor pode ser considerada relativamente à sensibilidade do paciente. Assim, o seu corpo tinha a melhor das compleições; pois, fora formado milagrosamente por obra do Espírito Santo. Porque nada é mais perfeito que o produzido por milagre, e por isso, o sentido do tato, que serve para perceber a dor, era em Cristo extremamente delicado. Também a alma, nas suas potências interiores, apreendia com grande eficácia toda as causas da tristeza.

3. Terceiro, a grandeza da dor de Cristo na sua paixão pode ser considerada quanto à pureza da mesma dor. Pois, nos outros pacientes, mitiga-se a tristeza interior e também a dor externa, pela reflexão racional, causando uma certa derivação ou redundância das potências superiores para as inferiores. O que não se deu na paixão de Cristo, pois, a cada uma das potências permitia agir dentro do que lhe era próprio, como diz Damasceno. 

4. Quarto, a grandeza da dor de Cristo pode ser considerada quanto ao fato de ser a sua paixão e sua dor assumidas voluntariamente, com o fim de livrar o homem do pecado. Por isso, assumiu uma dor tão grande, que fosse proporcionada à grandeza do fruto dela resultante.

Assim, pois, de todas essas causas simultaneamente consideradas, resulta claro que a dor de Cristo foi a máxima das dores.

III, q. XLVI, a. 6.
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Vivendo a Quaresma


RESTAURAÇÃO PESSOAL

João 2,1-1. Este foi o primeiro sinal de Jesus para os seus discípulos. Os judeus esperavam o Messias, e eles viviam a expectativa de saber quem seria o Messias. Nesse momento, os discípulos vêem que Deus estava no meio deles.

O judeu não vive apenas de palavras, ele quer ver os milagres. O Messias que viria, deveria fazer prodígios para que o povo acreditasse. João apresenta hoje o primeiro milagre de muitos que Jesus iria realizar. E foi isso que aconteceu!

Os discípulos que até então seguiam mais um Mestre ao ver deles, agora vêem o primeiro prodígio do Messias. Pela ordem de Nossa Senhora, mesmo sem ser o momento, Jesus acata e faz seu primeiro milagre. E eles acreditaram!

Você precisa perceber que Jesus realiza seu primeiro milagre em uma festa de família! Diante de uma família! Por isso eu lhe digo que todos os seus problemas, como nas Bodas de Caná, estão nas mãos do Senhor. E digo que estes só acabarão quando todos os seus acreditarem que Jesus é o Senhor! Você duvida que Jesus possa transformar o seu problema assim como fez com a água, transformando toda essas situação em 'vinho novo'? Acredite!

Jesus fez em Bartimeu aquilo que ninguém poderia fazer. Nem médicos, nem ninguém: o fez enxergar!

Diante da mulher adúltera já condenada pela lei, Jesus questiona o interior de todo aquele povo sobre seus pecados, e a salva da condenação certa. Ele não a condenou! Em uma situação de adultério, só há um jeito: Jesus Cristo! Porque Ele nos deu seu perdão na cruz, nós também podemos dar nosso perdão. Com Jesus, tem jeito!

Diante da viúva com o filho morto, Jesus a encontra e toca no esquife e o ressuscita. Ele devolveu a alegria àquela mãe. Você, que é mãe ou pai, e sofre com a "morte" de seu filho, Jesus pode ressuscitá-lo!

Jesus abençoa as crianças. A criança é uma bênção. Deus investe nelas.

Uma boda, uma adúltera, uma mãe, crianças. Em todas as situações de sua vida, Jesus quer estar. Ele é o Senhor das famílias!

Se o seu marido não quer ter dar uma chance diante de seu pecado, Jesus nos dá uma chance e nos dará sempre que for necessário! Mas, marido, se Jesus lhe dá uma chance, dê uma chance para sua esposa!

Eu tinha uma família feliz, mas faltava alguma coisa. Quando eu e meu irmão começamos a freqüentar a Igreja, resolvemos rezar o terço em casa, chegou o que estava faltando. Nossa família estava completa!

Se naquele dia, nas Bodas de Caná, Jesus trouxe tanta felicidade para aquela família, imagine a hora em que você consagrar a sua família a Deus!

Homens, vamos levar Deus para a sua casa, assim como você gosta de levar coisas materiais para a sua casa, vamos levar Deus para a sua casa. Chegou a hora de não só levar comida e roupa para a sua casa, é hora de levar Deus! Quando o homem leva Deus para a casa, Ele entra mesmo, pois a sua autoridade foi dada por Deus. Ele é a cabeça da família! 

A casa anda quando o homem anda! A mulher precisa de uma segurança. Os homens precisam tomar as atitudes dentro de casa! Eles precisam junto com a esposa, decidir os rumos da casa.

A dificuldade das famílias hoje é a falta de Jesus Cristo. Pode faltar roupa, comida, casa, pode faltar tudo, mas a família feliz é aquela que tem Jesus como centro de tudo, pois sabe que na hora certa Ele vai dar tudo.

Sabe qual é o maior sonho de Deus? É encontrar homens que rezam! Mulheres que rezam já existem, Deus quer os homens incentivando a oração em casa. Precisamos deixar o nosso racionalismo, onde dois mais dois são quatro. Na matemática de Deus, dois mais dois são cinco. Sabe por quê? 

Porque só um homem de fé acredita nesse resultado. Não que, não existam homens de fé, mais Deus quer muito mais homens lutando ao seu lado pelas famílias! Porque foram os homens que acreditaram, nas bodas de Caná. Os discípulos que creram!

Fonte: http://ossoldadoscatolicos.blogspot.com.br/

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Vivendo a Quaresma


QUEM COMANDA SUA CASA?

Um dos diversos meios que o inimigo utiliza para entrar nas nossas casas e destruir nossas famílias é a televisão. Esse potente meio de comunicação, em quase sua totalidade, tem sido usado de maneira destrutiva. A maioria das pessoas não calcula o alcance do mal que a televisão pode causar, principalmente para os filhos que, desde crianças, convivem com uma sensualidade veiculada por programas televisivos e determinadas músicas.

Tudo isso faz parte de um projeto do inimigo para atingir as nossas crianças, destruindo-as na alma, no coração. Nessa luta desleal, a nossa defesa está no Senhor, que fez o Céu e a Terra e que está presente na Eucaristia. É preciso ousadia para combater o inimigo, porque, do contrário, perderemos a posse do nosso lar, dos nossos lugares santos para ele.

Quantos pais e mães lamentam dizendo: “Eu não sei mais o que fazer!”, e acabam “entregando os pontos”. Foram aos poucos perdendo o comando de sua casa para o inimigo, a ponto de não saberem mais como agir. Percebem que não têm mais o domínio, a direção do lar e nem do próprio casamento.

É preciso investir “pesado” na oração e resgatar para Deus a família. Principalmente você, pai ou mãe, que já não sabe mais como educar os filhos. Não sabe quando dizer "sim" ou dizer "não", quando permitir ou negar. Em Jesus Eucarístico, você encontrará a força e a sabedoria para retomar a direção da sua casa.

Fonte: http://ossoldadoscatolicos.blogspot.com.br/

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Oração das Cinco Chagas do Senhor


Oração e Louvor para a mão direita. 

Louvor e glória a ti pela chaga sacratíssima da tua mão direita, Senhor Jesus Cristo. Por esta sagrada chaga, perdoa todos os meus pecados, que cometi contra ti por pensamentos, palavras e obras, pela negligência em teu serviço, pelo prazer na carne prava, dormindo e acordada. E pela tua venerável Paixão, permite que eu recorde tua morte tão piedosa e tuas sagradas chagas dignas de serem lembradas. E, por teu dom, que eu te renda graças pela mortificação do meu corpo. Tu que vives e reinas pelos séculos dos séculos. Amém.

Oração: Pai-nosso. Saudação: Ave Maria.

Para a mão esquerda.

Louvor e glória a ti por tua sacratíssima chaga da mão esquerda, suavíssimo Jesus Cristo. Por essa sagrada chaga, tem compaixão de mim e digna-te mudar em mim tudo que em mim te desagrada. Dá-me a vitória sobre teus tão perversos inimigos, para que por tua força eu consiga superá-los. E por tua piedosíssima morte, livra-me de todos os perigos desta vida e da futura. Torna-me digna de tua glória no teu reino. Amém.

Oração: Pai-nosso. Saudação: Ave Maria.

Para o pé direito.

Louvor e glória a ti pela sacratíssima chaga do teu pé direito, melífluo Senhor Jesus Cristo. Por essa sagrada chaga concede-me digna penitência por meus pecados. E por tua morte tão piedosa peço suplicante que me guardes em tua vontade dia e noite, a mim que sou tua serva; que me livres de toda adversidade da alma e do corpo, e que acolhas minha alma em tua fé e misericórdia no dia tremendo, e me leves para os gozos eternos. Amém. 

Pai-nosso e Ave Maria.

Para o pé esquerdo. 

Louvor e glória a ti pela sacratíssima chaga do teu pé esquerdo, piedosíssimo Senhor Jesus Cristo. Por essa sagrada chaga, concede-me o perdão da indulgência plena para que, com o teu socorro, eu mereça escapar do juízo da vingança. E por tua santíssima morte, eu te suplico, piedosísismo Jesus Cristo, que antes do dia da minha partida eu mereça receber, para a salvação eterna, o sacramento do teu dulcíssimo corpo e sangue, pela confissão de meus pecados e pela penitência perfeita, e também pela unção do óleo sagrado, na castidade do corpo e da alma. Amém. Pai-nosso e Ave-Maria, etc.

Para a chaga do peito.

Louvor e glória ti pela sacratíssima chaga do teu peito, muito benigno Senhor Jesus Cristo. Por essa sagrada chaga e por causa da amplidão de tua sacratíssima misericórdia, que mostraste ao soldado Longino quando abriu o teu peito, mas agora também a nós todos, eu te peço, puríssimo Jesus que tu, que me lavaste dos pecados originais pelo batismo, também me libertes de todos os males passados e futuros por teu sacratíssimo sangue, que hoje é imolado e tomado no mundo inteiro. E, por tua morte tão amarga, dá-me fé direita, esperança firme e caridade perfeita, e que, de todo coração, com toda a alma, com toda força eu te ame. E me confirma nas boas obras. Dá-me uma esperança forte no teu santo serviço para que eu possa te agradar perfeitamente e sem fim. Amém. 

Pai-nosso e Ave-Maria, etc.

V). As cinco chagas de Deus. 
R). Sejam os remédios meus.

V). Pelas cinco chagas.
R). Arranca-me das ruínas.

V). Dá-nos a paz, ó Cristo.
R). Pelas cinco chagas.

Oremos. Onipotente e sempiterno Deus, que remiste o gênero humano nas cinco chagas do teu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, concede aos que te suplicam que, venerando todos os dias essas chagas, consigamos escapar por teu precioso sangue de uma morte súbita e eterna Pelo mesmo Cristo Senhor.


Fonte: http://confrariadesaojoaobatista.blogspot.com.br/

Vivendo a Quaresma


1. Considera que o inferno é uma prisão hedionda, cheia de fogo.Neste fogo estão submersos os condenados.Neste abismo de fogo que os rodeia por todos os lados, têm chamas na boca, nos olhos, em todas as partes do corpo.Cada sentido tem seu sofrimento próprio: os olhos são atormentados pelo fumo e pelas trevas, e horrorizados pela vista dos outros condenados e dos demônios; os ouvidos ouvem dia e noite contínuos clamores, prantos e blasfêmias.

O olfato é atormentado pelo cheiro nauseabundo daqueles inumeráveis corpos corrompidos, e o paladar por ardentíssima sede e fome insaciável sem poder obter uma gota de água nem uma migalha de pão.

Por isso aqueles encarcerados infelizes, abrasados pela sede, devorados pelo fogo, torturados por toda a espécie de sofrimentos, choram, clamam, desesperam-se; mas não há nem haverá quem os alivie e console. 

Ó inferno, inferno! Quantos há que se recusam a crer em ti até o momento em que caem em teus abismos!E tu, querido leitor, que dizes? Se houvesses de morrer agora, para onde irias? Tu, que não podes suportar o ardor de uma centelha de fogo que te salta á mão, poderás estar em um abismo de fogo que te abrase, abandonado de todos por toda a eternidade e sem lenitivo algum?

2. Considera em seguida a pena que tocará ás potências da alma. A memória será sempre atormentada pelos remorsos da consciência. Tal é aquele verme que sem cessar roerá o condenado ao pensar que se perdeu voluntariamente e por um prazer envenenado.Ó Deus! Como avaliará então aqueles momentos de prazer, depois de cem, depois de mil milhões de anos no inferno?

Este verme recordar-lhe-á o tempo que Deus lhe deu para expiar suas culpas, os meios que lhe proporcionou para salvar-se, os bons exemplos dos companheiros, os propósitos feitos mas ineficazes.Então verá que já não há remédio para a sua eterna ruína. 

Ó Deus! Ó Deus! E como estes pensamentos agravarão o seu penar! A vontade estará sempre contrariada: nunca alcançará coisa alguma do que deseja, e sempre terá o que aborrece, isto é, todos os tormentos.O entendimento conhecerá o bem enorme que perdeu: a bem-aventurança e Deus. Meu Deus!meu Deus! Perdoai-me pelo amor de Jesus Cristo, vosso Filho.

3. Pecador, a quem por agora é indiferente perder o céu e perder a Deus, quando vires os bem-aventurados triunfarem e gozarem no reino dos céus, então tu, qual animal hediondo, serás excluídos daquela pátria ditosa e privado da visão beatífica de Deus, da companhia de Maria Santíssima, dos Anjos e dos Santos; conhecerá, ai! Tua espantosa cegueira, e dirás desesperado:"Ó Paraíso de eternas delícias: Ó Deus! Ó bem infinito! Já não sois nem jamais sereis meus! 

Desgraçado de mim!..." Eia, meu irmão, faze penitência, muda de vida, não te guardes para quando o tempo te faltar.Entrega-te a Deus, principia a amá-lo deverás.

Roga a Jesus, roga a Maria Santíssima que tenham piedade de ti.

Fruto I.
Descontarei com alguma mortificação as penas que no inferno tenho merecido.

Fruto II.
Quando experimentar algum dissabor, incomodo ou dor, direi a mim mesmo: "Lembra-te que tens merecido cair, e devias ser precipitado no inferno", e tudo sofrerei com paciência.

Fonte: www.cor.org.br 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Vivendo a Quaresma


DE QUE MODO CRISTO SOFREU TODOS OS SOFRIMENTOS

Os sofrimentos humanos podem ser considerados à dupla luz. Primeiro, quanto à espécie. E então, não devia Cristo sofrer todos os sofrimentos; pois, muitas espécies de sofrimentos são contrárias entre si, tal a combustão pelo fogo e a submersão na água. Mas, agora tratamos dos sofrimentos de proveniência extrínseca; pois, os sofrimentos procedentes de causas externas, como as doenças do corpo, não devia ele sofrê-los, como dissemos.
Mas, quanto ao gênero, sofreu todos os sofrimentos humanos. O que é susceptível de tríplice consideração:

1. Primeiro, quanto aos homens que lhe causaram sofrimentos. Pois, certos sofrimentos lhe foram infligidos pelos gentios e pelos judeus; por homens e por mulheres, como o mostram as criadas acusadoras de Pedro. Também recebeu sofrimentos de príncipes e de seus ministros, e do populacho, conforme a Escritura (Sl 2, 1): «Por que razão se embraveceram as nações e os povos meditaram coisas vãs? Os reis da terra se sublevaram e os príncipes se coligaram contra o Senhor e seu Cristo». Sofreu também de seus discípulos e conhecidos: como de Judas, que o traiu e de Pedro, que o negou.

2. Segundo, o mesmo se conclui relativamente àquilo em que o homem pode sofrer. Assim, sofreu nos seus amigos, que o abandonaram; na sua reputação, pelas blasfêmias contra ele proferidas; na sua honra e glória, pelas irrisões e contumélias contra ele assacadas; nos bens, quando das suas próprias vestes foi espoliado; na alma, pela tristeza, pelo tédio e pelo temor; no corpo, pelos ferimentos e flagelações.

3. Terceiro, podemos considerá-lo relativamente aos membros do corpo. Assim, Cristo sofreu, na cabeça, a coroa de pungentes espinhos; nas mãos e nos pés, a pregação dos cravos; na face, bofetadas e cuspe; e em todo o corpo, flagelações. Sofreu também em todos os sentidos do corpo: no tato, quando flagelado e pregado com cravos; no gosto, quando lhe deram de beber fel e vinagre; no olfato, quando suspenso no patíbulo, num lugar fétido pelos cadáveres dos supliciados, chamado Calvário; no ouvido, ferido pelas vociferações dos que o blasfemavam e faziam dele irrisão; na vista, ao ver sua mãe e o discípulo a quem amava, chorando. 

Quanto à suficiência, um sofrimento mínimo de Cristo bastava para remir o gênero humano de todos os pecados. Mas, quanto à conveniência, foi suficiente que sofresse todos os gêneros de sofrimentos.


III, q. XLVI, a. 5.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Vivendo a Quaresma



PACIÊNCIA DE DEUS EM ESPERAR 
QUE O PECADOR FAÇA PENITÊNCIA

“Por isso o Senhor espera, para ter misericórdia de vós” (Is. 30, 18).

A paciência de que o Senhor usa para com os pecadores, esperando que façam penitência, é tão grande, que, no dizer de Santo Agostinho, se não fosse Deus, pareceria que falta à justiça. A misericórdia de Deus impede continuamente as criaturas, que por natural instinto quiseram vingar as injúrias feitas ao Criador; e ao mesmo tempo dispensa-lhe toda sorte de graças, a fim de conduzi-los à resipiscência. Parece que teimosamente lutamos com Deus: nós provocando os seus castigos; Deus oferecendo-nos o perdão. Mas continuará sempre assim? A paciência irritada afinal torna-se furor!

I. A paciência de que Deus usa para com os pecadores é tão grande, que uma alma santa desejava que se construísse uma igreja e se lhe desse por título: Paciência de Deus. Meu irmão, quando ofendias a Deus, podia fazer-te morrer; mas Deus esperava, conservava-te a vida e acudia-te em todas as necessidades. 

Fingia não ver os teus pecados, a fim de que viesses à resipiscência: Dissimulas peccata hominum propter poenitentiam (1) — “Dissimulas os pecados dos homens, para que façam penitência”. Mas como é isto, Senhor, exclama o profeta Habacuc: os vossos olhos são puros, não podeis sofrer a vista de um só pecado, e tantos vedes e Vos calais? (2) Vedes o impudico, o vingativo, o blasfemador, que dia a dia amontoam os pecados, e não os punis? Porque usais de tamanha paciência? Propterea expectat Dominus, ut misereatur vestri. Deus espera pelo pecador, para que se corrija, a fim de assim lhe poder perdoar e salvá-lo.


Diz Santo Tomás que todas as criaturas, o fogo, a terra, o ar, a água, por natural instinto quiseram castigar o pecador e vingar as injúrias feitas ao seu Criador. Deus, porém, pela sua misericórdia os impede. — Mas, Senhor, Vós esperais pelos ímpios a ver se se convertem, e não vedes que esses ingratos se servem da vossa misericórdia para mais Vos ofenderem? “Vós, ó Senhor”, diz Isaías, “favorecestes este povo, e usastes para com ele de misericórdia; porventura fostes glorificado?” (3) Para que então tamanha paciência? Porque Deus não quer a morte do pecador, mas, sim, que se converta e se salve: Nolo mortem impii, sed ut convertatur et vivat (4). Ó paciência infinita de Deus!

II. Santo Agostinho chega a dizer que Deus, se não fosse Deus, pareceria injusto pela demasiada paciência para com os pecadores. Sim, porque esperar assim por quem abusa desta paciência até tornar-se insolente, parece que é faltar à honra que Deus a si próprio se deve. “Nós pecamos”, prossegue o Santo, “ficamos fixos no pecado” — Alguns há que se familiarizam com o pecado, vivem em paz com ele e dormem no pecado meses e anos. “Nós nos alegramos pelo pecado” — Outro há que até chegam a gabar-se dos seus crimes. “E Vós permaneceis quieto. Nós provocamos a vossa indignação, e Vós nos provocais a que peçamos misericórdia.” Numa palavra, parece que teimosamente lutamos com Deus; nós provocando os seus castigos, Deus oferecendo-nos o perdão. Mas há de ser sempre assim? A paciência irritada afinal torna-se furor.

Ah! Meu Senhor, reconheço que deveria agora estar no inferno: Infernus domus mea est(5) — “O inferno é a minha morada”. Graças, porém, à vossa misericórdia, eis-me, não no inferno, mas neste lugar a vossos pés, e ouço que me dais a suave ordem que quereis ser amado por mim: Diliges Dominum Deum tuum (6) — “Amarás ao Senhor teu Deus”. Dizeis que me quereis perdoar, se detestar as ofensas que Vos fiz. Sim, meu Deus, pois que ainda quereis ser amado por mim, miserável rebelde de vossa majestade, de todo o coração Vos amo. Estou arrependido de Vos ter ultrajado, e isso mais me aflige que todos os males que pudera ter merecido. Iluminai-me, ó Bondade infinita, fazei-me conhecer o mal que Vos fiz.

Não, não quero outra vez resistir à vossos chamamentos. Não quero mais desagradar a um Deus que tanto me amou e tantas vezes me perdoou com tamanho amor. Nunca Vos tivesse ofendido, ó meu Jesus! Perdoai-me e fazei que no futuro só Vos ame; que só viva para quem morreu por mim; que sofra por vosso amor, já que pelo meu tanto sofrestes. Vós me haveis amado em toda a eternidade: fazei que durante toda a eternidade arda no vosso amor. Pelos vossos merecimentos espero tudo, meu Salvador. — Em vós também, ó Maria, confio; com a vossa intercessão haveis de salvar-me. (*II 72.)

1. Sap. 11, 24.
2. Hab. 1, 13.
3. Is. 26, 15.
4. Ez. 33, 11.
5. Iob. 17, 13.
6. Matth. 22, 37.

Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I – Santo Afonso


Fonte: http://catolicosribeiraopreto.com

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

DEUS É UM SÓ


Sempre esta frase é citada em um debate religioso para evitar atritos. É como se quisessem dizer: Há um só Deus não importando como o entendemos e o adoramos. Isto pode ser verdade para as religiões cósmicas e animistas que não dão nenhuma importância para um Deus pessoal e que se revelou aos homens. Mas para os cristãos desde o tempo dos apóstolos. Deus é um só, mas é o Pai, que enviou seu Filho ao mundo numa carne semelhante à nossa e que se revelou por meio dele como Ele é e como quer ser adorado.
"Deus falou-nos pelo Filho do Seu amor, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por quem fez também o mundo". “Aos nossos pais, aos antigos, Ele falou pelos profetas, por sonhos, por anjos revelados, mas a nós falou-nos pelo Filho amado”  (Hb 1, 2).
E Jesus nos revelou a natureza intima de Deus: Ele é uma comunhão eterna de Amor. É pai, fonte, origem, É Verbo, comunicação, revelação Sabedoria e É Espirito Santo, Amor, Ação, Vida. E acima de tudo é Pessoa no sentido de que tem consciência de si mesmo do mundo que criou e do homem a quem quis salvar. É por isto que o verdadeiro cristianismo será um problema para se estabelecer a Fraternidade entre todas as religiões do mundo. Porque este não é apenas a religião do amor entre as pessoas, mas a Religião do Deus amor que falou ao mundo pelo Filho de modo que quem rejeita o Filho de Deus rejeita o próprio Deus.
O próprio Jesus afirmou: “Não julgueis que vim trazer a paz a terra. Vim trazer não a paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra, e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa” (Mt 10:34-36). “Não porque esta seja a Religião da divisão, do conflito em si mesmo, mas porque é preciso se decidir por Jesus como revelação de Deus”. É preciso reconhecer Jesus com Encarnação humana de Deus na História.
Só é verdadeiro Cristão o que aceita Jesus como filho único de Deus e que nos falou definidamente por meio dele. E não apenas o que ama o próximo. Isto os pagãos sempre fizeram e fazem. Jesus mesmo confirmou que os homens fazem o bem aos que lhes fazem o bem e por certo muitos outros ajudavam os que precisavam antes de Cristo. É certo que Cristo mandou amar os inimigos.
Mas até no Antigo testamento já encontramos o preceito de não deixar o animal do inimigo solto e de dar de comer e beber ao inimigo para ajuntar-lhes brasa em sua cabeça. O que mudou com Jesus é que este amor agora tem por modelo o próprio Deus. Não quis ele nos salvar enquanto nós éramos seus inimigos? Não veio Jesus dar a sua vida pelos seus inimigos, (Ef 2,4) por uma “mercadoria” que não valia nada materialmente falando? Sim, o amor só tem validade quando vem de Deus e está motivado pelo amor a Deus. Por isto o cristianismo nunca será humanismo. Mas Teocentrismo sempre. Deus sempre será centro e nunca o homem.
O Ser supremo é um só Certo. Mas ele revelou-se a nós por meio do Filho e por Este filho temos todo o acesso a Ele. Deus é O Pai Filho e O Espirito Santo (Mt 28,19) e como Trindade santa que Devemos adora-lo e é desta forma que Ele deve ser anunciado a todas a nações a da Terra.

Francisco Silva de Castro

Fonte: http://realezadecristo.blogspot.com.br

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Vivendo a Quaresma


A maledicência 

A inquietação, o desprezo do próximo e o orgulho são inseparáveis do juízo temerário e, entre os muitos efeitos perniciosos que deles se originam, ocupa o primeiro lugar a maledicência, que é a peste das conversas e palestras. Oh! Quisera ter uma daquelas brasas do altar sagrado para purificar os homens de suas iniquidades à imitação do serafim que purificou o profeta Isaías das suas, para que assim pudesse torná-lo digno de pregar a Palavra de Deus.

Certamente, se fosse possível tirar a maledicência do mundo , exterminar-se-ia a maior parte dos pecados.

Quem tira injustamente a boa fama ao seu próximo, além do pecado que comete, está obrigado à restituição inteira e proporcionada à natureza, qualidade e circunstâncias da detração ou fofoca, porque ninguém pode entrar no Céu com os bens alheios e, entre os bens exteriores, a fama e a honra são os mais preciosos e os mais caros. 

Três vidas diferentes temos nós: a vida espiritual, que a graça divina nos confere; a vida corporal, de que a alma é o princípio; e a vida social, que repousa os seus fundamentos na boa reputação. O pecado nos faz perder a primeira, a morte nos tira a segunda e a maledicência nos leva a terceira.

A maledicência é uma espécie de assassinato e o maldizente torna-se réu de um tríplice homicídio espiritual: o primeiro e o segundo diz respeito a sua alma e à alma da pessoa com quem se fala; e o terceiro com respeito à pessoa de quem se deturpa o bom nome. 

São Bernardo diz, por isso, que os que cometem a maledicência e os que a escutam tem o demônio no corpo; aqueles na língua e estes no ouvido, e Davi, falando dos maldizentes, diz: Aguçaram a sua língua como a das serpentes, querendo significar que, à semelhança da língua da serpente, que, como observa Aristóteles, tem duas pontas, sendo fendida no meio, também a língua do maldizente fere e envenena o coração daquele com quem está falando e a reputação daquele sobre quem se conversa.

Peço-te encarecidamente que nunca fales mal de ninguém, nem direta nem indiretamente. Guarda-te conscientemente de imputar falsos crimes ao próximo, de descobrir os ocultos, de aumentar os conhecidos, de interpretar mal as boas obras, de negar o bem que sabes que alguém possui na verdade ou de atenuá-lo por tuas palavras; tudo isso ofende muito a Deus, de modo particular o que encerra alguma mentira, contendo então sempre dois pecados: o de mentir e o de prejudicar o próximo.

Aqueles que para maldizer começam elogiando o próximo são ainda mais maliciosos e perigosos. Confirmo, dizem eles, que estimo muito a fulano, que, aliás, é um homem de bem, mas para dizer a verdade na teve razão em fazer isso e aquilo. Aquela moça é muito boa e virtuosa, mas deixou-se enganar. 

Não está vendo a astúcia? Quem quer disparar um arco puxa-o primeiro para si o quanto pode, mas é só para arremessá-lo com mais força, assim parece que o maldizente primeiro retira uma fofoca que já tinha na língua, mas faz isso somente para que lançando-a depois como uma flecha, com maior malícia, penetre mais profundamente nos corações. [...]

“Quem vigia sua boca e sua língua, preserva sua alma de grandes apertos.” (Provérbios 21,23)

“Ponde, Senhor, uma guarda em minha boca, uma sentinela à porta de meus lábios.” (Salmo 140,3)

Excerto da obra “Filotéia” de São Francisco de Sales, parte III, cap. XXIX, publicado no boletim paroquial “Voz da Rainha” – Pe. Renato Leite.


Quarta-feira de Cinzas na nossa casa








Fidelidade: coisa fora da moda?


Muitos equipamentos eletrônicos têm como característica de sua performance (desempenho) a fidelidade na reprodução dos sons e imagens. Esta característica, que é valorizado nesses equipamentos, parece estar correndo risco de vida, quando relacionada à fidelidade exigida nas relações entre as pessoas.
Percebemos que políticos não são fieis às suas ideologias nem aos seus eleitores; assim como pessoas que vivem sob o vínculo de um relacionamento também atropelam a fidelidade quando a consideram uma virtude fora de moda ou buscam realizar desejos reprimidos por muito tempo.
Assumir com responsabilidade compromissos com uma pessoa ou instituição exige que manifestemos concordância com seus princípios por meio da sinceridade de nossos atos. Acredito que a fidelidade está aliada à confiança – as quais, juntas – exigem renúncias por parte daqueles que as valorizam. Sabemos que a ausência de uma dessas virtudes traz instabilidade e insegurança para a harmonia dos relacionamentos.
Para justificar os atos de infidelidade, muitas novelas e programas de televisão tratam o assunto como se fosse algo comum, e na maioria das vezes atribuem à ausência de afeto, carinho e atenção como sendo os pivôs deste ato falho.
A reação de certo conformismo para o ato de infidelidade parece ser facilmente tolerado quando se considera a hipótese de se experimentar breves momentos de felicidade que não inspiram vínculos. No entanto, precisamos estar atentos aos efeitos maléficos desse ato. Ao contrário do que possam exigir nossas carências e apelos de nossos mais primitivos instintos, temos de ter consciência dos reflexos negativos que podem ofuscar nossos valores e princípios.
Na vida a dois, facilmente as pequenas discussões ou desatenções ganham proporções exageradas de um dia para o outro. Ao final de uma semana, os casais podem mal se tocar ou conversar, e se tal situação se prolongar, em pouco tempo, poderão até considerar a possibilidade de encontrar alguém que possa suprir suas carências. Diante de momentos de fragilidade, ocasionados pelo sentimento de abandono e desatenção, não será difícil encontrar alguém que se disponha a ser a personificação da “boa intenção”.
Se os resquícios de uma traição contaminar a base que a sustenta, certamente a fidelidade e a confiança estabelecidas no compromisso de amor não serão mais as mesmas. Antes mesmo de dar asas à “serpente” vale a pena corrigir os acidentes de percurso dos relacionamentos, como a falta de atenção e de solidariedade, entre outros. Assim não experimentaremos o amargor do arrependimento de ter lançado “pérolas aos porcos”.
Deus ajude a cada um daqueles que se dispõe a acreditar na realização do impossível quando se amam.

Meu gesto de amor para Jesus


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Pequeno manual para sua santificação



O QUE É A PENITÊNCIA?

A penitência, tradução latina da palavra grega que na Bíblia significa a conversão (literalmente a mudança do espírito) do pecador, designa todo um conjunto de atos interiores e exteriores dirigidos a reparação do pecado cometido, e o estado de coisas que resulta dele para o pecador.

Literalmente mudança de vida, se diz do ato do pecador que volta para Deus depois de haver estado longe Dele, ou do incrédulo que alcança a fé.

QUE MANIFESTAÇÕES TEM A PENITÊNCIA?

“A penitência interior do cristão pode ter expressões muito variadas. A Escritura e os Padres insistem sobre tudo em três formas: o JEJUM, a oração, a missa, que expressam a conversão com relação a si mesmo, com relação a Deus e com relação aos demais. Junto a purificação radical operada pelo Batismo ou pelo martírio, citam, como meio de obter o perdão dos pecados, os esforços realizados para reconciliar-se com o próximo, as lágrimas de penitência, a preocupação pela salvação do próximo, a intercessão dos santos e a prática da caridade “porque a caridade cobre a multidão dos pecados” (1 Pedro, 4,8.).” (Catecismo Igreja Católica, n. 1434).

SOMOS OBRIGADOS A FAZER PENITÊNCIA?

“Todos os fiéis, cada um a seu modo, estão obrigados pela lei divina a fazer penitência; não obstante, para que todos se unam em alguma prática comum de penitência, se fixaram uns dias de penitência para os fiéis que se dedicam de maneira especial a oração, realizam obras de piedade e de caridade e se negam a si mesmos, cumprindo com maior fidelidade suas próprias obrigações e, sobre tudo, observando o jejum e a abstinência.” (Código de Direito Canônico, c. 1249).

QUAIS SÃO OS DIAS E TEMPOS PENITENCIAIS?

“Na Igreja universal, são dias e tempos penitenciais todas as Sextas-feiras do ano e o tempo de quaresma.” Código de Direito Canônico, c. 1250).[www.arcanjomiguel.net]

QUE DEVE SE FAZER TODAS AS SEXTAS-FEIRAS DO ANO?

Em lembrança do dia em que Jesus morreu na Santa Cruz, “todas as sextas-feiras, a não ser que coincidam com uma solenidade, deve se fazer a abstinência de carne, ou de outro alimento que seja determinado pela Conferência Episcopal; jejum e abstinência se guardarão na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa.” (Código de Direito Canônico, c. 1251).

QUANDO É A QUARESMA?

A Quaresma começa na Quarta-feira de Cinzas e termina imediatamente antes da Missa Vespertina no Domingo de Páscoa . Todo este período forma uma unidade, podendo-se distinguir os seguintes elementos:

A Quarta-feira de Cinzas.

Domingo de Ramos da Paixão do Senhor.

A Missa Crismal.

O QUE É QUARTA-FEIRA DE CINZAS?

É um princípio da Quaresma; um dia especialmente penitencial, em que manifestamos nosso desejo pessoal de CONVERSÃO a Deus.

Quando vamos aos templos em que nos impõem as cinzas, expressamos com humildade e sinceridade de coração, que desejamos nos converter e crer de verdade no Evangelho.

QUANDO TEVE ORIGEM A PRÁTICA DAS CINZAS?

A origem da imposição da cinza pertence a estrutura da penitência canônica. Começou a ser obrigatória para toda a comunidade cristã a partir do século X. A liturgia atual conserva os elementos tradicionais: imposição da cinza e jejum rigoroso.

QUANDO SE ABENÇOA E SE IMPÕEM A CINZA?

A benção e a imposição da cinza tem lugar dentro da Missa, após a homilia; embora em circunstâncias especiais, se pode fazer dentro de uma celebração da Palavra. As formas de imposição da cinza se inspiram na Escritura: Gn, 3, 19 e Mc 1, 15.

DE ONDE PROVEM A CINZA?

A cinza procede dos ramos abençoados no Domingo da Paixão do Senhor, do ano anterior, seguindo um costume que se remonta ao século XII. A forma de benção faz relação a condição pecadora de quem a recebeu.

QUAL É O SIMBOLISMO DA CINZA?

O simbolismo da cinza é o seguinte:

Condição fraca do homem, que caminha para a morte;

Situação pecadora do homem;

Oração e súplica ardente para que o Senhor os ajude; Ressurreição, já que o homem está destinado a participar no triunfo de Cristo;

A QUE NOS CONVIDA A IGREJA NA QUARESMA?

A Igreja persiste nos convidando a fazer deste tempo como um retiro espiritual em que o esforço de meditação e de oração deve ser sustentado por um esforço de mortificação pessoal cuja medida, a partir deste mínimo, permanece a liberdade e generosidade de cada um.

O QUE DEVE SE CONTINUAR VIVENDO NA QUARESMA?

Se vive bem a Quaresma, deverá se alcançar uma autêntica e profunda CONVERSÃO pessoal, preparando-nos, deste modo, para a maior festa do ano: o Domingo da Ressurreição do Senhor.

O QUE É A CONVERSÃO?

Converter-se é reconciliar-se com Deus, apartar-se do mal, para estabelecer a amizade com o Criador.
Supõe e inclui deixar o arrependimento e a Confissão (ver o Guia da Confissão) de todos e cada um de nossos pecados.
Uma vez em graça (sem consciência de pecado mortal), temos de mudar desde dentro (em atitudes) tudo aquilo que não agrada a Deus.

POR QUE SE DIZ QUE A QUARESMA É UM “TEMPO FORTE” E UM “TEMPO PENITENCIAL?

“Os tempos e os dias de penitência ao largo do ano litúrgico (o tempo de QUARESMA, cada Sexta-feira em memória da morte do Senhor) são momentos fortes da prática penitencial da Igreja. Estes tempos são particularmente apropriados para os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações como sinal de penitência, o jejum, a comunhão cristã de bens (obras caritativas e missionárias).” (Catecismo Igreja Católica, n. 1438)

COMO CONCRETIZAR MEU DESEJO DE CONVERSÃO?

De diversas maneiras, mas sempre realizando obras de conversão, como , por exemplo:

Ir ao Sacramento da Reconciliação (Sacramento da Penitência ou Confissão) e fazer uma boa confissão: clara, concisa, concreta e completa.

Superar as divisões, perdoando e crescer em espírito fraterno.

Praticando as Obras de Misericórdia.

QUAIS SÃO AS OBRAS DE MISERICÓRDIA?

As Obras de Misericórdia espirituais são:

Ensinar ao que não sabe.

Dar bons conselhos ao que necessita.

Corrigir ao que erra.

Perdoar as injúrias.

Consolar ao triste.

Sofrer com paciência as adversidades e fraquezas do próximo.

Rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos

As Obras de Misericórdia corporais são:

Visitar ao enfermo.

Dar de comer ao faminto.

Dar de beber ao sedento.

Socorrer ao cativo.

Vestir ao desnudo.

Dar abrigo ao peregrino.

Enterrar a os mortos.

QUE OBRIGAÇÕES TEM UM CATÓLICO EM QUARESMA?

Tem que cumprir com o preceito do JEJUM e a ABSTINÊNCIA, assim como a CONFISSÃO e COMUNHÃO anual.

EM QUE CONSISTE O JEJUM?

O JEJUM consiste em fazer uma única refeição ao dia, sendo que se pode comer algo menos que o de costume pela manhã e a noite. Não se deve comer nada entre os alimentos principais, salvo em caso de doença.

A QUEM SE OBRIGA O JEJUM?

Se obriga a viver a lei do jejum, todos os maiores de idade. (cfr. CIC, c. 1252).

O QUE É A ABSTINÊNCIA?

Se chama abstinência a proibição de comer carne (vermelha ou branca e seus derivados).

A QUEM SE OBRIGA A ABSTINÊNCIA?

A lei da abstinência se obriga aos que já tem catorze anos.(cfr. CIC, c. 1252).

PODE SER MUDADA A PRÁTICA DA ABSTINÊNCIA?

“A Conferência Episcopal pode determinar com mais detalhes o modo de observar o jejum e a abstinência, assim como substituirmos em parte por outras formas de penitência, sobre tudo por obras de caridade e práticas de piedade.” (Código de Direito Canônico, c. 1253).

O QUE IMPORTA DE VERDADE NO JEJUM E NA ABSTINÊNCIA?

Deve se cuidar no viver o jejum ou a abstinência com alguns mínimos, mas como uma maneira concreta como a que nossa Santa Mãe Igreja nos ajuda a crescer no verdadeiro espírito de penitência.

QUE ASPECTOS PASTORAIS CONVÊM RESSALTAR NA QUARESMA?

O tempo de Quaresma é um tempo litúrgico forte, em que toda a Igreja se prepara para a celebração das festas pascais. A Páscoa do Senhor, o Batismo e o convite a reconciliação, mediante o Sacramento da Penitência, são suas grandes coordenadas.

Se sugere utilizar como meios de ação pastoral:

A catequese do Mistério Pascal e dos sacramentos;

A exposição e celebração abundante da Palavra de Deus, como aconselha vivamente o cânon. 767, & 3, 3).

A participação, se possível diária, na liturgia quaresmal, nas celebrações penitenciais e, sobre tudo, na recepção do sacramento da penitência: “são momentos fortes na prática penitencial da Igreja” (CEC, n. 1438), fazendo notar que “junto as conseqüências sociais do pecado, detesta mesmo o pecado enquanto é ofensa a Deus”;

O desenvolvimento dos exercícios espirituais, as peregrinações, como penitência assinam, as privações voluntárias como o jejum, a caridade, as obras beneficentes e missionários.

Pequeno manual



O QUE É A QUARESMA?

Chamamos Quaresma o período de quarenta dias reservado a preparação da Páscoa, e indicado pela última preparação dos catecúmenos que deveriam receber nela o batismo.

DESDE QUANDO SE VIVE A QUARESMA?

Desde o século IV se manifesta a tendência para constituí-la no tempo de penitência e de renovação para toda a Igreja, com a prática do jejum e da abstinência. Conservada com bastante vigor, menos em um princípio, nas igrejas do oriente, a prática penitencial da Quaresma vem sido cada vez maior no ocidente, mas deve se observar um espírito penitencial e de conversão.

POR QUE A QUARESMA NA IGREJA CATÓLICA?

“A Igreja se une todos os anos, durante os quarenta dias da Grande Quaresma, ao Mistério de Jesus no deserto”
(n. 540).

QUAL É, PORTANTO, O ESPÍRITO DA QUARESMA?

Deve ser como um retiro coletivo de quarenta dias, durante os quais a Igreja, propondo a seus fiéis o exemplo de Cristo em seu retiro no deserto, se prepara para a celebração das solenidades pascoais, com a purificação do coração, uma prática perfeita da vida cristã e uma atitude penitencial.

O Senhor sempre está a minha espera!


Vivendo a Quaresma


Exame diário de consciência:

Deveres para com Deus: Lembrei-me de Deus durante o dia oferecendo-Lhe o meu trabalho, dando-Lhe graças, recorrendo a Ele com confiança de filho? Deixei-me vencer pelos respeitos humanos em algum momento? Fiz as minhas orações pausadamente com atenção e devoção?

Deveres para com o próximo: Tratei com dureza ou desprezo os demais? Tive a preocupação de ajudar os que me rodeiam, fazendo-lhes, além disso, a vida mais agradável? Preocupa-me também a sua vida religiosa? Fiz algum apostolado? Caí na murmuração? Sei perdoar? Rezei pelas pessoas que de algum modo me preocupam?

Deveres para comigo mesmo: Lutei pela minha própria santificação? Deixei-me levar por sentimentos de orgulho, vaidade, sensualidade? Esforcei-me por arrancar o meu defeito dominante? Recorri a Deus para que aumente em mim todas as virtudes e, especialmente, a fé, a esperança e a caridade?

Ato de Contrição: Meu Deus, porque sois tão bom, tenho muita pena de vos ter ofendido. Ajudai-me a não tornar a pecar.