quarta-feira, 25 de março de 2015

Como viver uma boa Semana Santa?


A vida é uma celebração. Tudo nela tem traços de alegria e festa, desde que nascemos até que morremos – daí que diversas culturas acompanhem os rituais de exéquias com danças. 

Os acontecimentos são acompanhados de comida e bebida para todos os convidados, exaltando, com isso, o fato que toca diretamente o coração. Ainda que tais momentos sejam acompanhados de certos rituais e logísticas próprios, nunca podemos esquecer o essencial, para não nos distrairmos com o acessório.

Por isso, independente da forma como se comemora, é importante conhecer o que se está celebrando. Não pode existir uma verdadeira comemoração quando não há conhecimento do fato celebrado.

Nestes dias, a Igreja se prepara para celebrar o acontecimento que marcou a história do início da sua evangelização: a Páscoa de Cristo, ou seja, a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Resumimos estes fatos em uma semana que costumamos chamar de “Semana Santa”.

Nela, fazemos um percurso pelos últimos acontecimentos vividos por Jesus antes de morrer na cruz e ressuscitar para a nossa salvação. Certamente, é um período utilizado por muitos para descansar e passear, mas os que têm fé no Senhor Jesus são convidados a unir-se a Ele na contemplação do seu mistério redentor.

A razão pela qual muitas vezes não entendemos o caráter de uma comemoração qualquer se deve a que não conhecemos o homenageado ou não assimilamos, em nossa consciência emocional, o motivo que nos reúne para celebrar.

Em outras palavras, às vezes sabemos o que se comemora, mas nem sempre amamos o celebrado. Em uma festa qualquer, por exemplo, existem os convidados e possivelmente alguns “convidados dos convidados”, que talvez nem conheçam o homenageado.

Celebrar a Semana Santa não é simplesmente reunir-nos como uma massa humana sem forma alguma, na qual as pessoas se encontram por acaso para seguir, cada dia, certos ritos que nem sempre são compreendidos por todos os presentes.

Para celebrar a Semana Santa, é preciso entender o que acontece nela. E, para entendê-la, é preciso amar Jesus: somente assim poderemos nos unir a Ele em um percurso de amor durante os últimos dias da sua vida mortal em nossa terra.

Quem não consegue entender este tipo de coisas só presta atenção nos aspectos secundários, descuida do essencial e acaba esquecendo o mais importante. Muitas vezes se considera que o que importa é a quantidade de ramos que enfeitam a igreja ou que são usados pelas pessoas durante a procissão do Domingo de Ramos. Alguns acham que, se não forem tocados por alguma gotinha da água benta aspergida pelo padre, não estarão recebendo a bênção.

Outros acreditam que é “necessário” visitar sete monumentos na Quinta-Feira Santa como uma espécie de “passeio religioso”, quando, na verdade, o que importa é velar em oração diante da presença de Jesus sacramentado, recordando a noite de Getsêmani, quando Ele nos convidou a velar e orar com Ele. É importante permanecer na própria comunidade paroquial, orando em comunidade junto a Jesus.

Pensamos que o necessário é fazer uma representação teatral da Via Sacra, mostrando feridas e sangue em um longo, longo caminho da cruz, para que esta possa ter mais valor salvador. Achamos que a ornamentação das igrejas e a qualidade artística dos arranjos florais do domingo de Páscoa são um dos elementos mais importantes na hora de celebrar os mistérios da nossa salvação.

Pior ainda é considerar que tudo tem seu final na sepultura de Cristo, como quando todos voltam para casa depois de um enterro, lamentando-se pela morte do inocente, e esquecendo que uma comemoração da Semana Santa é inconclusa quando não participamos da Vigília Pascal, que é quando exaltamos e proclamamos que o Senhor está vivo e que sua presença é uma realidade em nossas comunidades.

Mas de que adianta enfeitar sem celebrar ou celebrar sem entender? Por que acentuar o sentido das nossas celebrações no meramente exterior, como a procissão, as velas, o coral...?

As grandes celebrações da Semana Santa são, sem dúvida alguma: a Eucaristia da Última Ceia, na Quinta-Feira Santa, quando recordamos a instituição da Eucaristia, a instituição do mandamento do amor e a instituição do sacerdócio católico; o Sábado Santo à noite, quando temos a monumental Vigília Pascal (conhecida como a mãe de todas as celebrações litúrgicas); e isso sem falar das celebrações do Domingo de Ramos e do domingo da Ressureição, que, como se sabe, sempre contam como encontros aos quais não podemos faltar.

Não enfatizemos a beleza dos monumentos, nem a procissão da Via Sacra, nem a ornamentação do Santo Sepulcro, nem o sermão das sete palavras. Todos estes encontros comunitários fazem parte da piedade popular e enriquecem a vida espiritual, mas o que verdadeiramente se celebra são os momentos antes mencionados.

Recordando a Morte de Jesus, celebramos o amor de Deus. Comemorando sua Ressurreição, exaltamos a divindade de Cristo.

Que a nossa Semana Santa seja realmente “santa”, e que todas as atividades das quais participemos nela nos tragam frutos de bênção e salvação. Quando a entendemos, nós a celebramos; e quando a celebramos, nós as aproveitamos melhor espiritualmente.

Juan Ávila Estrada
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Fonte: Aleteia

sábado, 21 de março de 2015

Vivendo a Quaresma




É costume muito antigo na Igreja, a partir do quinto Domingo da Quaresma – também chamado de Primeiro Domingo da Paixão, na forma extraordinária do Rito Romano, (sendo na verdade o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, o Segundo Domingo da Paixão) – cobrir com pano roxo as cruzes, quadros e imagens sacras. As cruzes ficam cobertas até o final da liturgia da Sexta – Feira Santa, os quadros e demais imagens até a celebração da noite de Páscoa. Ainda em alguns lugares, o costume é feito à partir da Quarta-feira de Cinzas.

O sentido profundo desse ato de cobrir as imagens sacras, fundamenta-se no luto pelo sofrimento de Cristo Nosso Senhor, levando os fiéis a refletir, ao contemplar esses objetos sagrados cobertos do roxo, que simboliza a tristeza, a dor e a penitência. O ápice do despojamento ocorre após a Missa da Ceia do Senhor na Quinta-Feira Santa, quando retiram-se as toalhas do altar. A cruz coberta lembra-nos a humilhação de N. Senhor Jesus Cristo, que teve de ocultar-se para não ser apedrejado pelos judeus, como nos relata o Evangelho segundo São João:

“Os judeus pegaram pela segunda vez em pedras para o apedrejar. Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte de meu Pai. Por qual dessas obras me apedrejais? (...). Procuraram então prendê-lo, mas ele se esquivou das suas mãos. Ele se retirou novamente para além do Jordão, para o lugar onde João começara a batizar, e lá permaneceu.” (Jo 10, 31-32.39-40)

A sua segunda dúvida versa sobre o cântico de Verônica durante a procissão do enterro do Senhor. Primeiramente, falemos um pouco sobre Verônica, cujo nome deriva-se de “veros icona” (imagem verdadeira), pelo fato de segundo a Tradição da Igreja, ela ter enxugado o rosto de Cristo a caminho do Calvário, e a imagem do rosto de Cristo ter ficado gravada milagrosamente no véu. Este episódio não consta na Sagrada Escritura, apenas na Tradição da Igreja. O nome de Verônica é mencionado no livro apócrifo “Atos de Pilatos” (século VI), no capítulo VII, fazendo crer que se trata da mesma mulher curada por Jesus da hemorragia (cf. Lucas 8,43-48). 

Pois bem, na procissão Verônica canta a lamentação: “Ó vós todos que passais pelo caminho, parai e vede se há dor igual à minha dor.” Ressaltando a dor do Cristo que padece pela humanidade. Note-se que é comum cânticos e lamentações em velórios, conforme o testemunho de São Marcos e S. Mateus:

“Ao chegar à casa do chefe da sinagoga, viu o alvoroço e os que estavam chorando e fazendo grandes lamentações.Ele entrou e disse-lhes: Por que todo esse barulho e esses choros? A menina não morreu. Ela está dormindo”. (Mc 5,38-39) [grifo nosso]

“Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus os tocadores de flauta e uma multidão alvoroçada. Disse-lhes:Retirai-vos, porque a menina não está morta; ela dorme. Eles, porém, zombavam dele.” (Mt 9,23-24).

Antes da reforma litúrgica do Vaticano II era obrigatório cobrir, com véus roxos, todas as cruzes e imagens expostas ao culto na igreja. No Missal Romano de S. Pio V, terminada a missa do Sábado que precedia o Domingo da Paixão (actual V Domingo da Quaresma), vinha esta rubrica: “Antes das Vésperas, cobrem-se as Cruzes e Imagens que haja na igreja. As Cruzes permanecem cobertas até ao fim da adoração da Cruz, na Sexta-Feira Santa, e as Imagens até ao Hino dos Anjos (Glória a Deus nas Alturas) no Sábado Santo”. Vê-se que era um costume ligado às duas últimas semanas da Quaresma, através do qual se desejava centrar a atenção dos fiéis no mistério da Paixão do Senhor. Tudo o que pudesse desviá-la, como eram as imagens dos Santos, cobria-se. Donde vinha este costume? Certamente dos começos do segundo milénio ou dos finais do primeiro.

E o que dizem as normas litúrgicas atuais? Uma rubrica inserida no Missal Romano de Paulo VI, depois da Missa do Sábado anterior ao V Domingo da Quaresma, diz: “O costume de cobrir as cruzes e as imagens das igrejas pode conservar-se, conforme o parecer da Conferência Episcopal. As cruzes permanecem cobertas até ao fim da celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-‑Feira Santa; as imagens, até ao começo da Vigília Pascal (cf. Missal Romano actual [edição do altar], p. 206.

A grande diferença entre as rubricas dos dois Missais (de Trento e do Vaticano II) consiste no seguinte: no primeiro, cobrir as Cruzes e Imagens era obrigatório (“cobrem-se...”); no segundo deixou de o ser (“pode conservar-se o costume de cobrir...). 

Como o nosso consulente pode verificar por si mesmo, consultando o Missal Romano, são-lhe deixadas várias hipóteses: a) pode cobrir as imagens ou não as cobrir; b) se as cobrir, mantém‑nas cobertas desde a tarde do Sábado anterior ao V Domingo da Quaresma, até ao começo da Vigília Pascal (e não até antes do Lava-pés na Missa da Ceia do Senhor, nem tão pouco até Sexta-Feira Santa). A rubrica é clara: “... as imagens permanecem cobertas até ao começo da Vigília Pascal”. 


sexta-feira, 20 de março de 2015

Influência da Virgem Maria na vida da Igreja



1. Depois de ter refletido sobre a dimensão Mariana na vida eclesial, dispomo-nos agora a pôr em evidência a imensa riqueza espiritual que Maria comunica à Igreja, com o seu exemplo e a sua intercessão.

Desejamos, antes de mais, deter-nos a considerar brevemente alguns aspectos significativos da personalidade de Maria, que oferecem a cada fiel indicações preciosas para acolher e realizar plenamente a própria vocação.

Maria precedeu´nos na via da fé: crendo na mensagem do anjo, ela é a primeira a acolher, e de modo perfeito, o mistério da Encarnação (cf. Redemptoris Mater, 13). O seu itinerário de crente inicia ainda antes do princípio da maternidade divina e desenvolve´se e aprofunda´se durante toda a sua experiência terrena. É audaz a sua fé, que na Anunciação crê no humanamente impossível e em Caná impele Jesus a realizar o primeiro milagre, provocando a manifestação dos seus poderes messiânicos (cf. Jo. 2,1-5). 

Maria educa os cristãos a viverem a fé como caminho empenhativo e envolvente, que, em todas as épocas e situações da vida, requer audácia e perseverança constante.

2. A fé de Maria está ligada à sua docilidade à vontade divina. Crendo na Palavra de Deus, pôde acolhê´la plenamente na sua existência e, mostrando´se disponível ao soberano desígnio divino, aceitou tudo o que lhe era requerido do Alto. A presença da Virgem na Igreja encoraja assim os cristãos a porem´se cada dia à escuta da Palavra do Senhor, para compreenderem o seu plano de amor nas diversas vicissitudes quotidianas, cooperando com fidelidade para a sua realização.

3. Desse modo, Maria educa a comunidade dos crentes para olhar rumo ao futuro, com pleno abandono em Deus. Na experiência pessoal da Virgem, a esperança enriquece´se de motivações sempre novas. Desde a Anunciação, Maria concentra no Filho de Deus, encarnado no seu seio virginal, as expectativas do antigo Israel. A sua esperança revigora´se nas fases sucessivas da vida de Nazaré e do ministério público de Jesus. 

A sua grande fé na palavra de Cristo que tinha anunciado a sua ressurreição ao terceiro dia, não a fez vacilar nem sequer diante do drama da Cruz: ela conservou a esperança no cumprimento da obra messiânica, esperando sem hesitações, depois das trevas da Sexta´Feira Santa, a manhã da ressurreição.

No seu difícil peregrinar na história, entre o "já" da salvação recebida e o ´não ainda´ da sua plena realização, a comunidade dos crentes sabe que pode contar com o auxílio da ´Mãe da Esperança´ que, tendo experimentado a vitória de Cristo sobre as potências da morte, lhe comunica uma capacidade sempre nova de espera do futuro de Deus e de abandono às promessas do Senhor.

4. O exemplo de Maria faz com que a Igreja aprecie melhor o valor do silêncio. O silêncio de Maria não é só sobriedade no falar, mas sobretudo capacidade sapiencial de fazer memória e de acolher, num olhar de fé, o mistério do Verbo feito homem e os eventos da sua existência terrena. 

É este silêncio-acolhimento da Palavra, esta capacidade de meditar no mistério de Cristo, que Maria transmite ao povo crente. Em um mundo cheio de confusão e de mensagens de todo o gênero, o seu testemunho faz apreciar um silêncio espiritualmente rico e promove o espírito contemplativo.

Maria testemunha o valor de uma existência humilde e escondida. Normalmente todos exigem, e por vezes pretendem, poder valorizar inteiramente a própria pessoa e as próprias qualidades. Todos são sensíveis à estima e à honra. Os Evangelhos referem em várias ocasiões que os Apóstolos ambicionavam os primeiros lugares no reino, discutiam entre si quem era o maior e que Jesus lhes teve de dar, quanto a isto, lições sobre a necessidade da humildade e do serviço (cf. Mt. 18,1´5; 20, 20´28; Mc. 9,33´37; 10,35´45; Lc. 9,46´48; 22,24´27). 

Maria, ao contrário, jamais desejou as honras e vantagens de uma posição privilegiada; procurou sempre cumprir a vontade divina, levando uma existência segundo o plano salvífico do Pai.

A quantos não raro sentem o peso duma existência aparentemente insignificante, Maria manifesta quanto pode ser preciosa a vida, se é vivida por amor de Cristo e dos irmãos.

5. Maria, além disso, testemunha o valor duma vida pura e repleta de ternura por todos os homens. A beleza da sua alma, totalmente doada ao Senhor, é objeto de admiração para o povo cristão. Em Maria a comunidade viu sempre um ideal de mulher, cheia de amor e de ternura, porque viveu na pureza do coração e da carne. 

Perante o cinismo duma certa cultura contemporânea que, muitas vezes, parece não reconhecer o valor da castidade e banaliza a sexualidade, separando´a da dignidade da pessoa e do projeto de Deus, a Virgem Maria propõe o testemunho duma pureza que ilumina a consciência e conduz a um amor maior pelas criaturas e pelo Senhor.

6. E ainda: aos cristãos de todos os tempos, Maria mostra-se como aquela que prova uma viva compaixão pelos sofrimentos da humanidade. Essa compaixão não consiste somente numa participação afetiva, mas traduz´se numa ajuda eficaz e concreta diante das misérias materiais e morais da humanidade. 

A Igreja, seguindo Maria, é chamada a assumir uma atitude idêntica para com os pobres e todos os sofredores da terra. A atenção materna da Mãe do Senhor às lágrimas, às dores e às dificuldades dos homens e das mulheres de todos os tempos, deve estimular os cristãos, de modo particular ao aproximar-se do terceiro milênio, a multiplicar os sinais concretos e visíveis dum amor que faça os humildes e os sofredores de hoje participarem nas promessas e esperanças do mundo novo, que nasce da Páscoa.

7. O afeto e a devoção dos homens para com a Mãe de Jesus ultrapassam os confins visíveis da Igreja e impelem os ânimos a sentimentos de reconciliação. Como uma Mãe, Maria quer a união de todos os seus filhos. A sua presença na Igreja constitui um convite a conservar a unanimidade de coração, que reinava na primeira comunidade (cf. At. 1,14) e, por conseguinte, a procurar também as vias da unidade e da paz entre todos os homens e todas as mulheres de boa vontade.

Na sua intercessão junto do Filho, Maria pede a graça da unidade do gênero humano, em vista da construção da civilização do amor, superando as tendências à divisão, às tentações da vingança e do ódio, e à fascinação perversa da violência.

8. O sorriso materno da Virgem, reproduzido em boa parte na iconografia mariana, manifesta uma plenitude de graça e de paz que quer comunicar´se. Essa manifestação de serenidade do espírito contribui de modo eficaz para conferir um rosto jubiloso à Igreja.

Acolhendo na Anunciação o convite do anjo a alegrar´se (Káire=alegra´te: Lc. 1,28), Maria é a primeira a participar na alegria messiânica, já predita pelos profetas para a ´filha de Sião´ (cf. Is. 12,6; Sof. 3,14´15; Zac. 9,8), e transmite´a à humanidade de todos os tempos.

O povo cristão, invocando-a como "causa nostrae laetitiae" (causa de nossa alegria), descobre nela a capacidade de comunicar a alegria que nasce da esperança mesmo no meio das provas da vida e de guiar quem a ela se confia para a alegria que não terá fim.

* L´Osservatore Romano, Ed. Port. n.47, 25/11/95, pag. 12(576) DO Livro: A VIRGEM MARIA ´ 58 CATEQUESES DO PAPA JOÃO PAULO II

Fonte: http://www.universocatolico.com.br

quarta-feira, 18 de março de 2015

Venha fazer parte da nossa família






Vivendo a Quaresma


“…E NÃO NOS DEXEIS CAIR EM TENTAÇÃO…”

Há pecadores que desejam obter o perdão de seus pecados; confessam-se e fazem penitência, mas não se aplicam como devem, para não recaírem no pecado. 

São inconsequentes consigo mesmos, pois choram e se arrependem de seus pecados, para em seguida caírem novamente nos mesmos pecados e assim acumularem motivo para lágrimas futuras. 
A propósito disto, diz o Senhor em Isaias: (1, 16) Lavai-vos, purificai-vos, tirai de diante de meus olhos a malignidade de vossos pensamentos: deixai de fazer o mal.

É por isso que Cristo, como dissemos, nos ensina, no pedido anterior, a implorar o perdão de nossos pecados e neste, a graça de evitar o pecado dizendo: e não nos deixeis cair em tentação, pois é verdadeiramente a tentação que nos induz ao pecado.

Neste pedido três questões atraem nossa atenção:
a) Que é a tentação?
b) Como e por quem o homem é tentado?
c) Como se livra da tentação?

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a) Que é a tentação?

Tentar não quer dizer mais do que: por à prova. Assim, tentar o homem, é por à prova sua virtude. A tentação pode ser de duas maneiras, segundo as exigências da virtude humana. Uma, quanto à perfeição da obra e outra, que o homem se guarde de todo o mal. É o que diz o Salmista: (Sl 33, 15) Evita o mal e fazes o bem.

A virtude do homem será pois provação, tanto do ponto de vista da excelência de se agir, quanto do seu afastamento do mal.

Se sois provados para saber, se estais prontos para praticar o bem, como, por exemplo, jejuar, e estais efetivamente prontos para o bem, grande é a vossa virtude.

Deste modo Deus prova o homem, não porque Ele não conhece sua virtude, mas para que assim todos a fiquem conhecendo e o tenham como exemplo. Deste modo Deus tentou Abraão (Gn 22) e Jó. Por isso Deus envia tribulações aos justos; se suportam com paciência, sua virtude é manifesta e progridem na virtude. O Senhor vosso Deus vos tenta, para se fazer manifesto se o amais ou não, dizia Moisés aos Hebreus (Dt 13, 3). Portanto Deus tenta o homem, provocando-o a fazer o bem.

O segundo modo de tentar a virtude do homem é incitá-lo ao mal. E se o homem resiste fortemente e não consente, sua virtude é grande, mas se ele não resiste, onde está sua virtude?

Deus nunca tenta o homem deste modo, pois nos diz São Tiago: (1, 13): Ninguém, quando é tentado, diga que Deus é que o tenta, pois Ele é incapaz de tentar para o mal. Mas quem tenta o homem é a própria carne, o diabo e o mundo.

b) Como e por quem é o homem tentado?

A carne tenta o homem de dois modos.

Primeiro, instigando o homem para o mal, pela procura dos gozos carnais, que são sempre ocasião de pecado. Quem permanece nos gozos carnais, negligencia as coisas espirituais. Diz-nos São Tiago: Cada um é tentado por sua própria concupiscência que o arrasta e seduz (Tg 1, 14).

Em segundo lugar, a carne nos tenta, desviando-nos do bem. Pois o espírito, por si mesmo, se deleita sempre com os bens espirituais; mas o peso da carne entrava o espírito. O corpo que se corrompe faz pesada a alma, diz o Livro da Sabedoria (9, 15) e São Paulo escreve aos romanos (7, 22): Pois me deleito na lei de Deus, segundo o homem interior; sinto, porém, nos meus membros outra lei, que repugna à lei de meu espírito e que me prende à lei do pecado, que está em meus membros.

Esta tentação da carne é muito forte porque a carne, nossa inimiga, está ligada a nós. E como disse Boécio: «Nenhuma peste é tão nociva, quanto um inimigo familiar». Por isto é preciso estar vigilante contra a carne. Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. (Mt 26, 41).

Ora, uma vez a carne dominada, outro inimigo aparece, o diabo, contra quem é enorme nossa luta. Diz-nos São Paulo: (Ef 6, 12) — não temos que lutar contra a carne e o sangue apenas, mas sim contra os principados e potestades, contra os dominadores do mundo das trevas, contra os espíritos de malícia, espalhados pelos ares. Donde é o diabo expressamente chamado o tentador, como nos mostra São Paulo: (1 Ts 3,5): Não vos haja tentado aquele que tenta.

O diabo age astutamente nas tentações. Assim como um general de exército, que sitia uma fortaleza, considera os pontos fracos que quer atacar, o diabo considera onde o homem é mais fraco para aí tentá-lo. E por isso tenta-o nos vícios a que o homem, subjugado pela carne, é mais inclinado, como o vício da ira, da soberba e outros vícios espirituais. Vosso adversário, o demônio, como um leão a rugir anda ao redor de vós, procurando a quem devorar, diz-nos São Pedro. (1 Pd 5, 8).

O demônio usa de suas táticas em suas tentações. No primeiro momento da tentação não propõe ao homem nada de declaradamente mau, mas alguma coisa que ainda tenha a aparência de um bem. Assim, de início, desvia ligeiramente o homem de sua orientação geral interior, o suficiente para, em seguida, levá-lo facilmente a pecar. Sobre isto escreve o Apóstolo aos Coríntios: (2 Cor 11, 14): O próprio Satanás se transfigura em anjo da luz.

Depois de ter induzido o homem ao pecado, prende-o para não permitir que ele se liberte de suas faltas.

Assim o demônio faz duas coisas: engana o homem e o conserva enganado em seu pecado.

O mundo por sua vez nos tenta de duas maneiras. Em primeiro lugar, por um desejo desmesurado das coisas temporais. A cupidez é raiz de todos os males, diz o Apóstolo (Tm 6, 10).

Em segundo lugar, o mundo nos incita ao mal por medo das perseguições e dos tiranos. Estamos envolvidos pelas trevas (Jo 37, 19) Pois todos os que quiserem viver piamente em Cristo Jesus sofrerão perseguição, escreve São Paulo (2 Tm 3, 12). E o Senhor recomenda a seus discípulos: (Mt 10, 20) Não temais os que matam o corpo.

c) Até aqui mostramos o que é a tentação e como o homem é tentado. Vejamos agora como o homem se livra da tentação.

Sobre isso é preciso notar que Cristo nos ensinou não a pedirmos para não sermos tentados, mas para não cairmos em tentação. Com efeito, é vencendo a tentação que o homem merece a coroa da glória. (cf. 1 Cor 9,25); (Pd 5, 4) É por isso que São Tiago (1, 2) declara: Meus irmãos, tende em conta da maior alegria o passardes por diversas tentações. E o Eclesiástico nos adverte: (2, 1): Filho, quando entrares no serviço de Deus… prepara tua alma para a tentação. 

Diz ainda São Tiago (1, 12) Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque depois de ser provado, receberá a coroa da vida. Assim Jesus nos ensina a pedir ao Pai para não cairmos em tentação, dando a esta nosso consentimento. Diz-nos São Paulo: (1 Cor 10, 13) Não vos sobreveio nenhuma tentação, que não seja humana. Ser tentado é humano, mas consentir é ter parte com o diabo.

Poderão objetar: uma vez que o Cristo disse explicitamente: Não nos induzi em tentação, isto é, não nos façais cair em tentação, não se deve deduzir daí, que é o próprio Deus, mais do que o diabo, que nos empurra ativamente para o mal?

Respondo assim:

É pelo fato de permitir o mal e não levantar contra ele obstáculo que Deus, por assim dizer, leva o homem a praticar o mal. Assim Deus será dito induzir o homem em tentação, quando retira dele sua graça, por causa dos inúmeros pecados anteriores deste homem; o que terá por efeito fazer o homem cair em novo e pior pecado. Para ser preservado desse mal, o Salmista pede a Deus em sua prece: (Sl 70, 90): Quando minhas forças faltarem, não me desampares.

Por outro lado, graças ao fervor da caridade, dado por Deus, o homem é ajudado de tal modo que não é induzido em tentação no sentido acima (n° 82, 83). A caridade, por menor que seja, resiste a qualquer pecado. As muitas águas não puderam extinguir a caridade, diz o Cântico dos Cânticos (8, 7).

Assim como Deus nos dirige pela luz da inteligência, também pela inteligência nos mostra as obras que devemos realizar. Segundo Aristóteles, todo pecador é um ignorante. Diz o Senhor (Sl 31, 8): Inteligência te darei e te instruirei neste caminho. E Davi pede esta luz, para bem agir (Sl 12, 4-5): Ilumina meus olhos, para que eu não durma jamais na morte. Para que o meu inimigo não venha a dizer: Eu prevaleci contra ele.

Esta luz nos vem pelo Dom da Inteligência.

Se recusamos nosso consentimento à tentação, guardamos a pureza de coração santificada por Jesus: (Mt 5, 8): Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus; e nós chegaremos à visão de Deus.

Que Deus a ela nos conduza efetivamente.

Sermões de São Tomás

Fonte: http://rainhaddosmartires.blogspot.com.br/

segunda-feira, 16 de março de 2015

AS OITO BEM AVENTURANÇAS DE UMA CASA




1 – Bem-aventurados a casa onde se reza, porque Deus habitará dentro dela.

2 – Bem-aventurada a casa onde se guardam as festas, porque seus moradores tomarão parte nas festas do céu.

3- Bem-aventurada a casa onde se não sai para frequentar diversões mundanas, porque nela reinará a alegria cristã.

4 – Bem-aventurada a casa cujos filhos são logo batizados, porque nela se criarão bem-aventurados para o céu.

5 – Bem-aventurada a casa na qual se pratica a caridade para com os pobres, porque o trabalho de seus moradores será abençoado por Deus.

6 – Bem-aventurada a casa onde os que morrem recebem os santos sacramentos, porque sua morte será tranquila e cheia de esperança.

7 – Bem-aventurada a casa onde se ama a doutrina cristã, porque nela jamais faltarão as consolações da religião.

8 – Bem-aventurada a casa na qual pais e filhos mutuamente se edificam pelos exemplos de virtude, porque a felicidade e o contentamento aí morarão também.

As três chamas do lar- Pe. Geraldo Pires de Souza

sexta-feira, 13 de março de 2015

Será que ele não tem o que fazer?


Procurador-geral da República pede fim de ‘obrigatoriedade da Bíblia em escolas e bibliotecas públicas.’




Em meio ao fogo cerrado da maior investigação sobre corrupção no País, em que mira 50 políticos, entre deputados, senadores, governadores sob suspeita de envolvimento com as propinas na Petrobrás, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encontrou tempo e disposição para agir em outra área.

Perante o Supremo Tribunal Federal (STF) Janot ajuizou nesta quinta-feira, 12, quatro ações diretas de inconstitucionalidade que questionam leis estaduais do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, de Mato Grosso do Sul e do Amazonas sobre a inclusão obrigatória da bíblia no acervo das bibliotecas e escolas públicas. Janot também propôs uma ação contra legislação de Rondônia que oficializa no Estado o livro como publicação-base de ‘fonte doutrinária para fundamentar princípios, usos e costumes de comunidades, igrejas e grupos’.

“O Estado de Rondônia não se restringiu a reconhecer o exercício de direitos fundamentais a cidadãos religiosos, chegando ao ponto de oficializar naquele ente da federação livro religioso adotado por crenças específicas, especialmente as de origem cristã, em contrariedade ao seu dever de não adotar, não se identificar, não tornar oficial nem promover visões de mundo de ordem religiosa, moral, ética ou filosófica”, afirma Janot.

Nas ações do RJ, RN, AM e de MS, o procurador alega que as leis ofendem o princípio da laicidade estatal, previsto na Constituição Federal. A legislação prevê que é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, manter subsídios, atrapalhar o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, a colaboração de interesse público.

Segundo Janot, se por um lado os cidadãos detêm liberdades individuais que lhes asseguram o direito de divulgarem publicamente suas crenças religiosas, por outro, o Estado não pode adotar, manter nem fazer proselitismo de qualquer crença específica.

“O princípio da laicidade lhe impede de fazer, por atos administrativos, legislativos ou judiciais, juízos sobre o grau de correção e verdade de uma crença, ou de conceder tratamentos privilegiados de uma religiosidade em detrimento de outras”, alega o procurador.

Ele aponta que, além de impedido de adotar ou professar crenças, o Estado encontra-se impossibilitado de intervir sobre aspectos internos de doutrinas religiosas.

“Seu dever com relação aos cidadãos, nessa seara, é o de apenas garantir a todos, independentemente do credo, o exercício dos direitos à liberdade de expressão, de pensamento e de crença, de forma livre, igual e imparcial, sendo vedada, em razão da laicidade, que conceda privilégios ou prestígios injustificados a determinadas religiões”, argumenta.

Na avaliação de Rodrigo Janot, ao obrigar a inclusão da Bíblia em escolas ou bibliotecas públicas, os quatro estados fizeram juízo de valor sobre livro religioso adotado por crenças específicas, considerando fundamental, obrigatória e indispensável sua presença naqueles espaços. “Contudo, incumbe aos particulares, e não ao Estado, a promoção de livros adotados por religiões específicas”, sustenta.

O procurador-geral da República destaca que seu interesse é “unicamente proteger o princípio constitucional da laicidade estatal”, de modo a impedir que os estados promovam ou incentivem crenças religiosas específicas em detrimento de outras, sempre se resguardando, por outro lado, os direitos dos cidadãos de assim procederem, em decorrência do exercício das liberdades de expressão, de consciência e de crença.

VEJA AS LEIS DE CADA ESTADO

Rio de Janeiro

A Lei fluminense 5.998/2011 torna obrigatória a manutenção de exemplares da Bíblia nas bibliotecas situadas no estado, impondo multa em caso de descumprimento, é o alvo da ADI 5248.

Rio Grande do Norte

Na ADI 5255, Rodrigo Janot pede a declaração de inconstitucionalidade da Lei potiguar 8.415/2003, a qual determina a inclusão no acervo de todas as bibliotecas públicas do estado de, pelo menos, dez exemplares da Bíblia Sagrada, sendo quatro delas em linguagem braile.

Mato Grosso do Sul

Os artigos 1º, 2º e 4º da Lei sul-mato-grossense 2.902/2004, que tornam obrigatória a manutenção, mediante custeio pelos cofres públicos, de ao menos um exemplar da Bíblia Sagrada nas unidades escolares e nas bibliotecas públicas estaduais, são o alvo da ADI 5256.

Amazonas

Na ADI 5258, o procurador-geral da República requer a inconstitucionalidade dos artigos 1º, 2º e 4º da Lei Promulgada amazonense 74/2010, os quais obrigam a manutenção de ao menos um exemplar da Bíblia Sagrada nas escolas e bibliotecas públicas estaduais.

Rondônia

Os artigos 1º e 2º da Lei rondoniense 1.864/2008 são questionados na ADI 5257. O primeiro oficializa no estado a Bíblia Sagrada como livro-base de fonte doutrinária para fundamentar princípios, usos e costumes de comunidades, igrejas e grupos. Já o segundo estabelece que essas sociedades poderão utilizar a Bíblia como base de suas decisões e atividades afins (sociais, morais e espirituais), com pleno reconhecimento no Estado de Rondônia, aplicadas aos seus membros e a quem requerer usar os seus serviços ou vincular-se de alguma forma às referidas instituições.

Fonte: Estadão

Caminhe com o Ressuscitado


Hoje estou a sua espera!


8 motivos para fazer um Curso de Noivos



8 motivos para fazer um curso de noivos

O segredo para construir um casamento feliz e estável – antes de dar o passo

Ainda que o casal pense que já está pronto, é sempre importante que se dê a oportunidade para dialogar, guiados por especialistas, sobre o compromisso que vão assumir e as condições que devem ter como casal para entregar-se um ao outro e construir um casamento feliz e estável.

Também a Igreja, por sua vez, sente a responsabilidade de selar e validar sacramentalmente uma união só quando pode dar testemunho de que os que celebram tal sacramento sabem o que vão fazer e são conscientes das responsabilidades que adquirem entre eles, com a Igreja e com a sociedade. Por isso, exige que os casais participem dos cursos de preparação para o matrimônio, os cursos de noivos, que ela oferece.

Este curso geralmente é realizado em duas etapas e pelo menos 6 meses antes do casamento, para que o casal tenha oportunidade de assimilar os temas abordados e possa discernir se realmente já está pronto, se precisa adiar o casamento e dar-se mais tempo para conhecer-se melhor, ou se definitivamente descobriu que não são um para o outro.

Objetivos e temas do curso de preparação para o casamento

Os cursos de preparação para o casamento já estão organizados como programas estabelecidos e revisados, sob a guia de alguém certificado neste ramo.

Veja as vantagens de fazer o curso de noivos:

1. O curso oferece ferramentas para dialogar sobre os temas essenciais para o conhecimento mútuo, já que o casamento supõe a aceitação da outra pessoa do jeito que ela é.

2. Dá elementos de discernimento da relação (testes), para que o casal avalie até que ponto está pronto.

3. Oferece a ocasião para que o casal dialogue e chegue a acordos essenciais para a convivência, tais como:

- Estado financeiro do casal e a maneira como organizarão as finanças.
- Filhos que desejam ter, momento em que querem tê-los e método de planificação natural que usarão para lidar com sua fertilidade.
- Papéis ou funções que cada um espera do seu cônjuge, na vida de casal, nas tarefas da casa, no cuidado e educação dos filhos.
- Elaboração de um projeto ou objetivo comum ao qual aspiram como pessoas, como casal e como família.
- Forma como lidarão com as famílias de cada um dos cônjuges.
- Costumes e tradições culturais ou familiares que terão em comum.
- Como coordenarão o trabalho ou estudo que permita o desenvolvimento profissional e humano de cada cônjuge.

4. O curso também oferece ferramentas e conselhos para a comunicação e para lidar com as dificuldades de entendimento.

5. Dá elementos para que o casal entenda a grandeza e sentido da vida sexual dentro do casamento, bem como conselhos para que sua experiência enriqueça a união do casal.

6. Explica o sentido e os propósitos específicos do matrimônio e por que é um sacramento.

7. Expõe os compromissos que, como pessoa e como casal, os noivos adquirem ao contrair matrimônio.

8. Introduz ao rito do matrimônio e oferece elementos para que o casal comece a preparar, em companhia do sacerdote, a celebração do seu sacramento, o papel de ministros, próprio do casal dentro do ritual católico do matrimônio.

Uma vez concluídas as etapas do curso, o casal receberá um certificado que é válido por determinado período. Este certificado está entre os requisitos exigidos para a celebração do matrimônio.

O ideal é que estes cursos, como todos os que preparam para um sacramento, sejam como um catecumenato, ou seja, um itinerário ou caminho de fé, que não termine com a celebração do rito, mas que seja a ocasião para que o casal conheça mais da sua fé e se integre de maneira mais consciente na vida da Igreja.

Para isso, nada melhor que integrar-se, como casal, a um grupo de atividade religiosa dentro da paróquia. Isso lhes permitirá continuar se nutrindo para manter viva sua fé e seus votos como casal.

sources: Por tu matrimonio

quinta-feira, 12 de março de 2015

De Pedro para nós


A herança que um pai nunca pode deixar faltar para um filho…


A herança que um pai nunca pode deixar faltar para um filho, segundo o Papa Francisco...

O pai que transmite ao filho aquilo que “realmente importa na vida” deve buscar constantemente ter algumas características e atitudes essenciais

Não se pode exprimir melhor o orgulho e a emoção de um pai que reconhece ter transmitido ao filho “aquilo que realmente importa na vida”: um coração sábio. Segundo o Papa Francisco, o pai que transmite ao filho um coração sábio é aquele que:
– é presente: está próximo aos filhos em seu crescimento e próximo em tudo à mulher

– ensina o filho a falar, sentir, agir e julgar com retidão

– corrige os erros que o filho não vê

– ajuda o filho a ter um afeto profundo, mas ao mesmo tempo discreto

– sabe dar um testemunho de firmeza, mesmo quando o filho busca apenas cumplicidade e proteção

– dá este testemunho de firmeza sempre com proximidade e doçura

– não é controlador, pois pais controladores anulam os filhos e não os deixam crescer

– sabe vigiar os próprios excessos de sentimento e de ressentimento

– sabe conduzir o peso das inevitáveis incompreensões

– é paciente, sabe esperar e sabe perdoar do fundo do coração

– sabe corrigir sem humilhar e proteger sem se poupar

– procura encontrar as palavras certas para se fazer entender

– sente-se feliz e pleno por ser pai

– enfim, busca transmitir ao filho aquilo que realmente conta na vida: um CORAÇÃO SÁBIO

(fragmentos da catequese do Papa Francisco de 4 de fevereiro de 2015)

quarta-feira, 11 de março de 2015

Santos casais...


Você sabe quantos santos da Igreja casados estão nos altares?

Devido ao anúncio da canonização dos pais de Santa Teresa de Lisieux, surge a curiosidade de saber quantos outros santos casados estão nos altares. Conheça quem são eles, o que fizeram para vencer as crises que às vezes se apresentam nos casamentos e como deram a vida pela fé.

O caminho à santidade é possível na vida conjugal. Exemplo disso são, em primeiro lugar, a Santíssima Virgem Maria e seu esposo São José, que são parentes de São Joaquim e Santa Ana, pais da Virgem.

No início do cristianismo há uma lista numerosa de casais que foram martirizados, como os cônjuges Áquila e Priscila, colaboradores do apóstolo Paulo e por cuja proteção expuseram suas próprias vidas.

No século VII na Bélgica estão São Vicente e Santa Valdetrudis, pais de quatro filhos também santos: Landerico (Bispo de Paris), Dentellino (que morreu jovem), Aldetrudis e Madelberta (abadessas do mosteiro de Maubeuge).

Do mesmo modo, Santa Valdetrudis provém de uma família em que Walberto e Bertilia, seus pais, também são santos, assim como a sua irmã Santa Aldegundis.

No século XII está São Isidro Lavrador junto com a sua esposa Santa Maria da Cabeça. Diz-se que certo dia eles estavam no campo e seu filhinho caiu em um poço muito profundo. Como não conseguiram resgatá-lo, ajoelharam-se e começaram a rezar. De repente, as águas começaram a subir e o menino apareceu sem nenhum arranhão.

Entre os mais atuais se venera no Brasil os beatos mártires Manuel Rodrigues Moura e a sua esposa, vítimas da opressão que se desencadeou contra a fé católica (1645). Junto a eles estão muitos casais mártires no Japão e Coréia.

No mês de outubro está prevista a canonização de Luiz e Zélia Martin, pais de Santa Teresinha do Menino Jesus, justamente no marco do Sínodo da Família no Vaticano. O caminho aos altares destes esposos foi mais rápido que o dos cônjuges Luigi e Maria Beltrame Quattrochi, beatificados em outubro de 2001.

Fonte: http://blog.comshalom.org/carmadelio

Vivendo a Quaresma





Por que Deus testa nossa fé?

Mas, por que Deus procura provar a nossa fé? Porque Ele quer que cresçamos no amor. A Primeira Leitura do Domingo (1 de março) mostrou o exemplo luminoso de Abraão, que, para obedecer a Deus, está disposto a sacrificar o seu próprio filho. Diante da prova a que o Senhor o coloca, o patriarca não questiona em nenhum momento o decreto divino. 

Mesmo não entendendo nada, sabe que Deus é bom e que o ama, e esta fé no Seu amor é suficiente para que ele suba o Monte Moriá para entregar Isaac. Sua atitude fê-lo merecer o título de “pai da fé”.

Escrevendo sobre o mistério da Transfiguração, o famoso autor francês Dom Prosper Guéranger considera que Jesus queria preparar os Seus discípulos para a difícil provação que eles enfrentariam na Páscoa. Incipientes na fé – basta lembrar que São Pedro tinha acabado de fazer sua primeira profissão em Cristo (cf. Mt 16, 16) –, eles precisavam ser fortalecidos para suportar a hora da prova. Cristo, então, misericordiosamente Se transfigura diante deles.

O objeto principal da fé é, pois, o amor de Deus. Abraão não cria em uma teoria abstrata ou num conjunto de ideias, mas em uma Pessoa. Nós, cristãos, também, ainda que professemos os conteúdos do Credo todos os domingos, cremos nessas verdades de fé por causa d’Aquele que as revelou, Nosso Senhor Jesus Cristo, e por Seu amor. 

De fato, o que realmente distingue o bom cristão é a fé no amor divino. Na existência de Deus, simplesmente, até o demônio acredita. São Tiago escreve que “também os demônios crêem e tremem” (Tg 2, 19).

A Tradição nos recorda que os anjos, quando foram criados por Deus, também foram postos à prova. Ao contrário do que muitos podem pensar, eles não foram imediatamente agraciados com a visão beatífica. Fosse assim, seriam de tal modo atraídos, que perderiam a sua liberdade, e, como Deus quer de Suas criaturas um amor livre, Ele Se esconde e pede a sua fé. 

Certa vez, então, o Senhor colocou os seres angélicos à prova. Qual era o objeto dessa provação? Os Santos Padres cogitam que, talvez, Deus lhes tenha mostrado que eles deviam servir ao homem Jesus. Lúcifer, então, em sua soberba, deu o brado de non serviam: ele sabia que Deus existia, mas não creu no Seu amor. 

São Miguel, um simples arcanjo, com sua humildade, respondeu dizendo: “Quem como Deus?” – que é o significado de seu nome, em hebraico. Com isso, o anjo – invocado como “príncipe da milícia celeste” – dava uma lição aos seus congêneres rebeldes e a todos nós: quando não se entende a bondade de Deus, é preciso mergulhar na fé e crer no Seu amor.

Ao subir o Tabor e transfigurar-se à vista de Pedro, Tiago e João, Nosso Senhor dá uma prova de amor aos Seus discípulos, a fim de prepará-los para a provação que se aproximava, na Cruz. Do mesmo modo, quando Deus nos manda Suas graças, Seus presentes e Seus “carinhos” – a conversão de uma pessoa, um milagre, a transformação da própria família etc. –, tratam-se de “transfigurações”, “manifestações de Tabor”, feitas para que também nós nos preparemos para as provações na fé. 

E estas são inevitáveis. Todos seremos provados. Importa que, diante das provas, nos coloquemos na presença de Deus e, mesmo sem entender, reconheçamos o Seu amor; que, diante das tempestades, digamos com fé: “Senhor, eu não Vos compreendo, mas eu Vos amo”.

O salmista canta, na liturgia desta Domingo: “Guardei a minha fé, mesmo dizendo:/ “É demais o sofrimento em minha vida! É sentida por demais pelo Senhor/ a morte de seus santos, seus amigos”. É preciso crer que Deus “sente” e chora conosco a nossa morte e o nosso sofrimento. À famosa pergunta: “Mas, se Ele é onipotente, por que permite o mal?”, não se responde senão apontando para o mistério: são verdadeiramente insondáveis os desígnios divinos.

O fato, porém, é que Deus não é indiferente à nossa dor. A Segunda Leitura diz que “Deus não poupou seu próprio Filho”. O Senhor, que poupou Isaac, não poupou Jesus. Isso quer dizer que o próprio Deus passou pelo sofrimento, experimentou, na Cruz, o abandono por parte dos homens, sofreu por causa de nossa ingratidão e falta de amor. O mesmo Deus que Se mostrou glorioso no Tabor se escondeu no mistério da Cruz.

Que sejamos capazes de imitar a Virgem Maria, nossa “mãe na fé”. Se Abraão foi grande nessa virtude, porque subiu o monte Moriá para sacrificar seu filho, mas este foi poupado, Maria foi maior que Abraão, porque subiu o Calvário, pronta para entregar o seu Filho e Deus, desta vez, não O poupou. Subamos com os discípulos, neste Domingo, a montanha sagrada do Tabor, para subirmos com Nossa Senhora, na Páscoa, o Calvário.

Fonte: https://igrejamilitante.wordpress.com

terça-feira, 10 de março de 2015

Aprender faz bem...



Quando os noivos confundem a igreja com o....

“Já viram uma noiva entrar na igreja com ‘Pretty Woman’? Pois é… Ontem eu vi… :S”. Ao ver esta mensagem no Twitter, não me surpreendi nada, nada. O senso do sagrado anda tão deteriorado, que nem debaixo das barbas de Deus o povo toma tento. As cerimônias de casamento, infelizmente, refletem este desbunde mais do que qualquer outro rito – até porque muitos casais que solicitam este Sacramento não são efetivamente católicos.

Houve um tempo em que os noivos e os convidados tinham uma postura reverente ao entrar no templo de Deus. Mas a minha geração vê o casamento mais como uma oportunidade especial de aparecer do que como um acontecimento religioso. Não são poucos os noivos que emporcalham o rito com músicas impróprias, trajes vulgares e bizarrices diversas, tudo isso sob os olhares condescendentes de alguns membros do clero.

A banalização do rito do casamento fica evidente especialmente na escolha das músicas, que de religiosas não têm nada. O que não falta é casal de noivos confundindo a igreja com o motel: querem que sejam tocadas no templo santo as mesmas baladas que costumam ouvir no “Xamego’s Point”.

No top hit das músicas profanas para casamentos na Igreja, temos:
Com te Partiró – Andrea Bocelli;
She – Elvis Costello;
Hey Jude – Beatles;
Fascinação – versão do Armando Louzada;
Unchained Melody – Tema do filme Ghost;
Eu sei que vou te amar – Tom Jobim/Vinícius de Morais;
Over de Rainbow – Israel Kamakawiwo’ole;
Love me Tender – Elvis Presley;
My heart will go on – Celine Dion;
Endless love – Diana Ross & Lionel Richie.
Oh happy day - etc...

Ok, muitas destas músicas são tudo de bom, mas não têm nada a ver com uma cerimônia religiosa. Podem ser perfeitamente tocadas na festa do casamento, mas o povo insiste em avacalhar o rito, por ignorância ou por capricho.



Algumas noivas piriguetes querem se fazer notar especialmente pela sensualidade, e, diante do altar do Cordeiro Imolado, se apresentam com os peitos quase saltando pra fora do decote.

Cada vez mais são adicionados elementos estranhos ao rito do matrimônio, como o injustificável destaque dado à entrada de pajens e damas, quase sempre acompanhados pela canção tema de algum filme da Disney. À primeira vista, isso parece muito bonitinho e inofensivo. Mas cada um desses fru-frus colabora para que o Sacramento seja visto por todos como mais um evento mundano, distraindo a atenção daquilo que é essencial.

Assim, aquilo que poderia ser uma bela ocasião de testemunho para os convidados e para a comunidade, se reduz a um triste circo de vaidades. Ninguém está ligando muito pro sagrado (as leituras, as promessas, as orações, as bênçãos); todo o destaque é dado ao profano.

Quando eu falo em “circo”, não estou exagerando. Em março deste ano, um homem e uma mulher de Garibaldi-RS casaram-se na Igreja fantasiados de Shrek e Fiona (foto abaixo). A cerimônia, realizada na matriz da cidade, foi presidida por um frade, e os convidados também estavam fantasiados. Após o ocorrido, os bispos da Diocese de Caxias do Sul advertiram o celebrante e emitiram uma nota à imprensa desaprovando a palhaçada.


No Antigo Testamento, quando Deus falou a Moisés do meio da sarça ardente, disse:

“Não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que te encontras é uma terra santa.” (Êxodo 3,5)

É óbvio que não havia mal algum no fato de Moisés usar sandálias, porém, tirá-las antes de pisar no solo sagrado era um sinal concreto de respeito, de reconhecimento da santidade daquele local.

Da mesma forma, não há mal nenhum em curtir Elvis Presley, por exemplo, mas inserir uma música do seu repertório dentro de um rito religioso só revela o quanto estamos mais interessados em fazer um evento “com a nossa cara”, “diferente” e “emocionante” do que em louvar a Deus de forma humilde, reverente e liturgicamente adequada.

http://ocatequista.com.br/archives/2584#sthash.wqU9joqi.dpuf